eyes off you.

04. meu compromisso secreto.

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jongseong's pov.

Obviamente minha vida estava como papéis bagunçados em uma mesa, papéis esses que eu não saberia por onde começar. Até onde eu sabia, Jake não havia falado meu nome para Jungwon então aquilo era um alívio para mim, um dos únicos.
Eu sabia que meu amigo tentava pensar no lado positivo da coisa, em como seria se talvez aquela paixão se tornasse algo fora de minha mente e então real como Jaeyun sempre disse que seria, porém minha realidade era ter os pés no chão quando se tratava de expectativas; quanto mais baixas, menor a decepção.

Por mais que eu soubesse que jamais seria fácil superar uma questão platônica quando se cria cenários falsos em sua mente, e aquilo era um veneno para mim mas era algo viciante. Diariamente quando via o menino sair de sua casa me imaginava esperando-o  no portão para fazer qualquer coisa que fosse, ou levando ele para a faculdade em um dia de chuva.
Sei que são coisas cotidianas e talvez bobas, mas em minha cabeça eram importantes, e para ele deveria ser.
Da mesma forma que imaginava ele em minha casa, fazendo coisas que eu gostasse junto as dele, como um casal.

Apesar de tudo minha principal vontade era protegê-lo, por alguma razão aquela sensação impulsiva de cuidado sobre ele era algo que me deixava confuso e estressado as vezes.
Eu era capaz de sair de minha casa correndo e ir até ele se o visse em qualquer situação de perigo, sem pensar uma única vez, e eu sabia disso.
Talvez eu parasse meu mundo quando tomasse noção que algo ou alguém poderia o machucar ou fazê-lo algum mal mesmo que talvez o garoto não se importasse. Eu me importava.

Talvez eu me sentisse finalmente obcecado por alguém.
E não, não considero isso algo tão normal quando se trata de uma pessoa vivente em minha realidade. Sempre tive obsessões temporárias por coisas ou bandas, conceitos e a principal delas era teatro, por isso escolhi artes cênicas.

Agora eu teria que enfrentar daqui a alguns minutos um evento onde minha faculdade se juntaria a faculdade parceira de Jake, sabendo exatamente o que me esperava; a cara de cão arrependido de Shim Jaeyun.
Não deve ser uma surpresa que eu fiquei algum tempo sem falar com o rapaz, mesmo tendo em mente que não daria uma semana que estariamos de volta.

Assim que cheguei ao teatro central onde tudo seria apresentado, havia uma multidão na frente daquele lugar enorme e bem cuidado, a entrada era como uma grande mansão medieval, tal temática que me encanta.
Com tanto que meus olhos não puderam admirar a bela vista por tanto tempo, meu melhor amigo surgiu roubando o foco do meu alcance em qualquer outro âmbito.

“Jaaaaay..” ele me chamou, parecendo pedir permissão para falar qualquer coisa com seu olhar.

“Prossegue.” quis parecer rígido, mas a maneira que o mais novo se portava me fazia querer rir. Ele sempre agia como um maldito Golden Retriever quando queria.

“Eu sei que você deve estar me odiando, mas-” eu o paro no meio.

“Eu nunca te odiei, Jake. Isso que você fez foi mancada, mas eu não te odiaria por tão pouco.” tentei o apaziguar, já o moreno pulou em meus braços entre um aperto.

“Eu não ia pedir desculpas de novo na verdade, eu ia falar que-” antes que pudesse dar sentido em sua frase, um aviso foi pelo instrutor daquele "passeio".

Após um aviso breve sobre como deveríamos nos comportar durante aquela excursão, noto como Jake já não estava mais no mundo real quando o assunto era Heeseung, o nosso amigo mais velho mas que também faria aula em outra universidade.
Eles não pareciam se importar se os outros presentes ali estavam vendo, mas o contato visual e a tensão causada por ambos não eram imperceptíveis.
Mas minha inveja daquelas demonstrações de afeto notável em público acabou assim que meu peito resolveu quase saltar para fora quando meus olhos tomaram conta do menino de fios castanhos clarinhos como espuma de café expresso; entrei em completo e total Frenesi quando novamente aqueles olhos de avelã me encaravam de volta, e assim foram por segundos ou para mim mesmo, séculos.
Senti que puxaria a alma do garoto dali mesmo só com a força do olhar, mas assim que tive a coragem de quebrar o contato, culpei até a décima geração de Jaeyun.