Capítulo 6- Motel Parte I

1.4K 111 88
                                    

Soraya

Já eram 23:30, eu estava aflita esperando Débora que viria me buscar, eu estava me segurando para não chorar antes da hora, tudo estava tão confuso ultimamente, essa professora que eu tive o desprazer de conhecer, maldito sentimento acolhedor, César me enganando, a morte da Lucero que ainda estava em processo de aceitação.

De todas as pessoas no mundo, César era o qual pareceria mais inofensivo. Sabe aquela roupa preferida ou melhor, sabe aquelas manhãs que você acorda e está chovendo? você vai pra frente da televisão para assistir desenhos animados com Nescau e um pão na chapa? Era assim que eu me sentia com César.

Eu não ia perder só um parceiro, eu ia perder um amigo incrível com tudo isso, aquilo que estava doendo mais, perder a amizade de César.

Débora apitou tomando minha atenção, entrei e seguimos para o motel da minha família que ficava 10 minutos longe dali.

O motel da minha família já foi onda de grandes ataques, nossa família é considerava conservadora da extrema direita, aí pensa na cabecinha do pessoal saber que temos um lugar tão chamativo assim. Ontem tem as piores sacanagens, traição, enfim. De tudo naquele local.

Eu sendo dona nunca usei nenhuma das suítes, César dizia que era um local pesado pra nós, já foi muitos casais e não era adequado para um moça como eu ir lá. Pois bem, eu não era, mas a amante de boa.  É até irônico pensar que ele está me traindo em um patrimônio meu. Um patrimônio que eu mesma decorei uns 17 quartos.

— Tá preparada, So

— Débora, nunca estamos preparados para ver os nossos parceiros transando com outra no nosso próprio motel.

—Nunca conte essa história para alguém, é muito específica e trágica.

— pode deixar, nunca vou contar pra ninguém, só pra você, minha eterna confidente.

— Aproveitando que já estamos lá, bora entrar em uma suíte?

— Mas pra quê?

—Tem uma banheira de hidromassagem muito boa lá, So

— E como você sabe?

— Pra onde você acha que eu levo minhas gatinhas? É claro que seria no melhor motel de Campo Grande.

— Quantas pessoas você já levou lá, De?

— Só a Callie. Aquela médica ortopedista tira toda minha sanidade mental, tem uma força que me Deus.

— Eu deveria conhecer ela

— Ela ainda não é tão importante ao ponto de conhecer a mulher da minha vida, So.

— Mas você quer mesmo ver o bilau do César?

— Eu não quero esse trauma pra conta, então entra só você, quando ele estiver com roupas, você me chama e eu bato na cara dele.

Sorrir com aquilo, Débora era minha melhor amiga, amiga para literalmente todas as horas, nunca me imagino perdendo ela.  É a pessoa que eu realmente levaria para o resto da minha vida.

— Mas que cego do caralho, tá tão apressado que quer entrar junto com o nosso carro.

Um carro que estava entrando no motel queria entrar no mesmo instante que a gente, fazer o mesmo bater de leve o carro de Débora. O carro novo dela.

O carro parou no nosso lado baixando o vidro já no estacionamento, e a pessoa dentro do carro deu uma desgraça eventualidade da vida, nada mais, nada menos que Simone e seu marido, vindo trepar no motel da minha família, era só o quê me faltava ter ela como platéia para o show que terá aqui.

Professora Tebet - Soraya e Simone TebetWhere stories live. Discover now