Capítulo 4- Vestido Vermelho

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Soraya

Carência é uma droga, alta expectativa também. Quando chega ao ponto de se sentir incomodada com sua professora e o marido dela sorrindo e se tratando com um termo amor, é grave.

Eduardo, o nome do homem alto e gentil estava na minha frente analisando toda a roupa suja de sorvete da sua mulher. Um homem, não que fosse da minha conta, eu estava muito a fundo da vida pessoal de Simone desde aquele bar, e fato, ela estava sofrendo por uma mulher quando ela claramente se referiu ao feminino.

Mas isso não é da minha conta, quem é casado com ela é ele.

—Essa é Soraya, amor. Minha aluna.

— Soraya, é um prazer - ele sorriu estendendo as mãos

—O prazer é todo meu, Eduardo

Simone estranhamente parecia desconfortável com aquela situação, não parecia a mesma de minutos atrás sorrindo e contando piadas sobre abacaxis. Eles ficaram alguns minutos decidindo o quê fariam de janta para as meninas, outra informação um tanto irrelevante que nada era da minha conta. Então ela tinha marido e filhos, o quê torna pior ela está traindo ele com uma mulher.

E eu me sentir uma intrusa ali, ao participar da conversa sobre ele ter passado para comprar sorvete de menta para a sobremesa deles. Informações sobre essa família com um péssimo gosto de sorvete e que eu mal conhecia, estava sendo enfiada goela abaixo.

Mas porque diabos eu estava mesmo me sentindo incomodada?

Eu só precisava sair dali. Agradeci mentalmente quando Simone se despediu, pegou o desenho e colocou discretamente na sua bolsa, então ela ficaria mesmo com ele. Quase no mesmo instante que eles foram para fora da sorveteria observei Simone tirar o papel da bolsa e despejar na lixeira. Aquele ato corroeu todo o meu coração, algo sobre ela que eu passei miseráveis 2 horas desenhando simplesmente ela tinha jogado ali.

Isso só me mostrou que eu necessito parar de ser emocionada e dar valor a quem me dar. Esse alguém que está me ligando desde as 8h da manhã e eu faço questão de ignorar, mesmo eu me sentindo uma filha da puta.

Ligação on

Soraya: Querido, boa tarde, tudo bem?

César: Princesa estou tentando falar com você há horas, aconteceu alguma coisa? Soube da Lucero, como você está com isso?

Soraya: Estou seguindo, infelizmente as coisas precisam seguir, mas e você? como está a viagem?

César: Não sei como deve ser a nova moda verão, mas essa blusa toda suja de tinta não é algo proposital.

Soraya: Ãn, o quê, querido?

Antes que eu pudesse perguntar como ele sabia escutei ele buzinar do outro lado da rua, enquanto mais me aproximava, mais ele parecia sorrir.

—Ei, surpresa

ele me deu um selinho juntamente com um buquê de rosas amarelas

—Nossa, César, não sabia que já havia voltado, como ocorreu?

Involuntariamente minha barriga roncou, com uma singela informação que eu estou com fome, César gargalhou.

—Vamos primeiro matar esse monstro da sua barriga e eu te conto sobre.

O quê dizer sobre os encontros com Cezár? bom, Cezár era legal, bom de papo, divertido, amava me paparicar, mas tinha algo nele mais atraente: ele tinha total confiança e aceitação dos meus pais.

Professora Tebet - Soraya e Simone TebetWhere stories live. Discover now