Gélido Coração

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— Eu sei. — Sorriu e encarou o tranquilo lago. — É que...sua mãe se preocupa tanto com você.

— Imagino que Malévola também, do jeito dela, não é?

Mal riu da ingenuidade do namorado.

— As coisas são diferentes na Ilha Ben. — O garoto se arrastou até eles não ficarem muito longe um do outro. — Acho que comigo era diferente, porque...acho que Malévola nunca imaginou ser mãe de verdade, sabe? Então, não sei se é justo cobrar alguma coisa dela.

— Mal, todos merecem ser amados. — Passou seu polegar pelas bochechas dela. — Você não é exceção. — Ben era um ser adorável. Beijou a mão dele.

— Sabe, eu passei minha vida querendo ser como ela, mas desde que cheguei a Auradon e conheci você e essa vida...amar é bom para ***

Ben sorriu alto dela.

— Eu amo você Mal. Amo ***

— Uau! O rei de Auradon tem uma boca tão suja assim?

Zombou antes dele beijá-la.

Não demorou muito para os beijos evoluírem. Ben tirou a blusa dela delicadamente e antes de tirar o sutiã da menina foi difícil não notar as cicatrizes que Mal carregava pelo seu corpo.

— Não foi ela Ben. — Esclareceu ao perceber a atenção dele em cima de uma cicatriz que tinha no ombro. — Minha mãe nunca me causou nada disso. Não diretamente.

Se envolveu em brigas, porque aprendeu que esse era o certo. No final das contas, o oposto do amor não era o ódio, mas a indiferença. Em todos esses machucados não houve um curativo ou uma compressa de gelo. O que fez cada ferida doer mais que o necessário foi não ter alguém que cuidasse delas.

O garoto auradoniano se achegou e beijou cada uma das cicatrizes antes de encarar os olhos dela novamente.

— Eu prometo, eu sempre vou cuidar de você e do seu coração.

Ele prometeu. Era uma promessa linda, mas nenhum dos juramentos dele mudaria o que já estava em seu corpo.

(...)

A frequência cardíaca de uma pessoa normal é entre 60 e 100 batimentos por minuto. Quando o coração passa disso ele está em um processo de aceleração.

Entretanto, nesse momento o exato oposto estava acontecendo com Mal. Seu coração que há dez minutos estava em 98 bpm agora estava a 80 bpm. Ela claramente não estava usufruindo de um momento de paz, mas mesmo com fortes descargas de adrenalina e magia, o coração de Mal estava desacelerando.

— Maly, diz que você não tocou no cetro da sua mãe, por favor.

Poucas vezes Hades sentiu verdadeiramente medo. Esse sentimento tão humano fez parte de seus dias raríssimas vezes, mas agora quando o ar ficou mais rarefeito e suas mãos começaram a tremer, o ex deus se viu diante de um ataque de pânico.

— Era o único jeito.

Quando ouviu o modo que ele falava, uma estranha onda de raiva a invadiu.

— Filha, esse cetro é muito poderoso. — Sua preocupação era genuína. Com a filha e com o mundo ao seu redor. Conhecia mais o Olho de Dragão do que a própria Malévola. — Por que você não me deixa segurá-lo e vem para cá?

— Agora você quer cuidar de mim, depois de ter passado 16 anos me ignorando?

Chamas rodearam a Lady antes dela bater no chão o cetro e Hades receber uma espécie de relâmpago em uma das mãos. Colocou a pequena pedra azul na frente de seu rosto e bloqueou a magia.

Antes do Livro Se FecharWhere stories live. Discover now