𝕯𝐔𝐓𝐘 𝐈𝐒 𝐃𝐔𝐓𝐘

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Aemond.

Sim, Aemond! Ele deveria estar tão infeliz com aquela situação quanto Anya! Deveria estar em seus aposentos nesse momento pensando em como assassina-la antes da cerimônia para que não precisasse desposa-la, isso era exatamente algo que seu tio faria. E pela primeira vez, isso pareceu a ela como algo perfeito! Se juntasse forças com ele, talvez ambas as matriarcas percebessem quão terrível era aquela ideia e unissem outros membros da família, quem sabe Aegon III e Jaehaera? Assim, crescendo já prometidos, eles poderiam ter uma boa relação, diferente de como acontecia com ela e seu tio.

Precisava falar com ele.

Olhando-se brevemente no espelho para acertar suas vestes, bem como pentear seus cabelos, ela deixou o local, ordenando que seus guardas não a seguissem, e vagou pelos corredores da Fortaleza Vermelha enquanto beliscava suas próprias bochechas para que ficassem rosadinhas. Devido ao incidente da noite passada, sabia bem onde deveria ficar seu destino, e isto é, ao lado do Bosque Sagrado. Caminhou pelas escuras passagens iluminadas por fracas tochas, até visualizar guardas em uma das milhares de portas que ali haviam. Não havia erro, aquele deveria ser o de seu tio. Respirando fundo, pairou em frente a ele, ordenando aos soldados que deixassem-na passar, mas estes, jurados apenas a Aemond, o alertaram antes. Anya ficou alguns segundos aguardando, com suas mãos juntas por de trás de suas costas, temendo ser expulsa dali, mas, por sua sorte (pelo menos uma vez na noite), o guarda retornou e permitiu que ela adentrasse, e em calmos passos, assim ela o fez, penetrando no local enquanto a porta se fechava atrás de si.

Aemond estava parado de pé a alguns metros dela, com o rosto frio — Sobrinha — foi o que disse.

Ela levemente curvou a cabeça, o reverenciando — Tio.

E tudo ficou em um breve silêncio constrangedor antes que ele dissesse — Por um segundo pensei que tentaria fugir.

Era assustador o quanto ele conseguia alcançar seus mais profundos pensamentos, as vezes — E o que teria para mim em qualquer lugar que fosse, além de outro matrimônio?

Ele flexionou seus lábios — Fico feliz em ver que está finalmente usando sua cabeça. Vinho?

Ele indicou para uma das taças sobre a mesa, mas ela negou — Não estou aqui para me embriagar.

— Sinto muito, Visenya, não sou um especialista nas razões pelo qual você viria ao meus aposentos, já que nunca fez isso antes. Não sabia que não é bem visto uma moça entrar sorrateiramente no quarto de um homem? — a ironia em sua voz quase fazia ela rir nervosamente.

Mas limitou-se a exibir um pequeno sorriso, desviando o olhar até a lareira que queimava — Sabe bem a razão pelo qual estou aqui, Aemond.

Ele decantou seu vinho, balançando levemente seu cálice enquanto seu olho violeta brilhava em perversidade — Sabe, o que está querendo fazer geralmente acontece só depois do matrimônio. Pelo menos é o que dizem as leis dos deuses. — falava com a dissimulação de sempre — Mas, se for sua vontade, não vou me opor. Seria um privilégio poder arrancar esse vestido tenebroso e atira-lo no fogo.

Obviamente ele entendeu bem qual era a piada da vez. Ele estava insinuando que ela estava ali por sexo, apenas para irrita-la e deixa-la desconfortável, é claro. Conhecia Anya suficientemente bem para saber que tais ideias nem passavam pela cabeça dela, e que o mero mencionar delas a deixava mortificada de vergonha. Ou pelo menos, costuma a deixar.

Mas ela havia crescido.

Para não perder o jogo, ela apenas revirou os olhos, emitindo um sorriso enquanto caminhava na direção dele. Apanhou de sua mão a taça de vinho, dizendo — Você prefere vermelho, eu vejo. Deveria ter me avisado, tio, eu teria vestido um especialmente para você. Sabe, ele tem um decote menor do que esse, assim você não precisará ficar como um tolo incapaz de olhar-me nos olhos.

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍 - 𝘁𝗵𝗲 𝗵𝗼𝘂𝘀𝗲 𝗼𝗳 𝘁𝗵𝗲 𝗱𝗿𝗮𝗴𝗼𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora