Cinco anos depois

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Hoje era aniversário de 9 anos dos gêmeos. O dia estava muito corrido pois estávamos gravando a última temporada da série. A noite teríamos uma festona para os dois. Como eu e o Tomás estávamos presos com as gravações, nossos pais estavam cuidando dos últimos detalhes para a festa.

Eu estava ansiosa para a noite. Nesses últimos anos as coisas entraram no lugar. Os gêmeos aceitaram o meu pai e o Breno. Apesar de ainda não terem aquela ligação forte, eles já passavam alguns finais de semana com eles. Meu pai e o Breno foram morar na mesma casa. Como os dois estavam cheio de dívidas foi a solução mais viável.

Além disso, tinha a menina, a Ana. Assim enquanto o Breno trabalhava, meu pai tomava conta dela. O Tomás adotou legalmente meus filhos, com a ok do Breno que viu que mesmo se entendendo com os dois ele havia perdido aquele lugar anos atrás.

Os gêmeos eram apaixonados pelo Tomás, que também era doido pelos dois.  Os pais do Tomás, depois que a filha se mudou por conta do trabalho, não pensaram duas vezes e vieram morar perto de nós. Meus filhos passaram a ter dois avós bobões do jeito que sempre sonhei para eles. e eu ganhei dois pais, já que o Cláudio e a Rosa acabaram virando pais para mim também. Eu sempre podia conversar sobre tudo com eles que nunca tomavam partido entre mim e o Tomás.

Já com meu pai, voltamos a nos entender, mas nunca mais foi como antes. Tomás dizia que meu pai não havia tentado uma maior aproximação por vergonha de tudo o que tinha acontecido e eu preferia acreditar nisso. Nunca mais vi Geovana e nem a Gisele.  Soube pelo Breno que as vezes Geovana aparecia para ver a filha. Eu incentivava os meus filhos a se darem bem com a irmã e depois de alguma resistência os três passaram a ter uma relação de irmãos. 

Meus filhos agora tinham um pai e avós completamente apaixonados por eles,  tios que os mimavam, uma prima que eles adoravam, uma irmã e logo, logo mais um irmão ou irmã. Ainda era muito cedo para saber o sexo pelo que a médica disse. 

E esse era um dos motivos que estava me deixando ansiosa para a noite.  Eu havia comprado duas blusinhas para os meninos que dizia " Agora sou irmão mais velho" e uma para o Tomás que dizia "Papai outra vez".

Minha sogra, que tinha ido ao médico comigo, comprou uma camisa para ela e para o Cláudio também. As deles falavam vovó e vovó novamente. Ela me ajudaria a contar a notícia. Combinamos de um pouco antes dos parabéns, nós levaríamos os gêmeos para trocar de roupa, eu contaria para eles a notícia, os deixaria ali trocando de blusa com ela e eles voltariam sozinhos fazendo a surpresa para o pai, entregando o presente.

Quando as gravações acabaram, voltamos correndo para casa para mudar de roupa.

A festa corria muito bem. As crianças estavam se divertindo muito. Mas eu estava ansiosa demais, as lembranças do que tinha acontecido no passado não me deixavam relaxar. Esse foi uma das razões que quis contar desse jeito para o Tomás. Eu queria apagar um memória ruim e colocar uma muito linda no lugar.

Um pouco antes da hora dos parabéns não consegui encontrar as crianças em lugar nenhum da festa. Quando já começava a ficar realmente preocupada, o Cláudio me encontrou e disse que a Rosa já tinha levado os meninos para trocar de roupa e que eu não precisava me preocupar pois não falaria nada.

O Cláudio disse que não entendeu o recado, mas que ela tinha o mandado me dar assim mesmo. Fiquei calma pois os meninos estavam bem, mas ainda assim a mudança de planos me fez ficar mais ansiosa.

Tomás passou por mim, me levando para a frente da mesa do bolo. A animadora da festa apareceu com um sorriso enorme no rosto e um microfone. Antes de passar para o Tomás ela pediu um minuto da atenção de todos. Eu estava completamente perdida. A primeira coisa que passou na minha cabeça era que ele tinha descoberto a gravidez.

De volta para casaWhere stories live. Discover now