Ela ia perceber que ele, Santiago Del Toro, era o paraíso comparado à crueldade do irmão.
Elizabeth Detzel
Havia algo absurdamente magnético no contato que a pele de Diego contra a sua produzia. Mesmo com aquela cólica maldita revirando seu útero e a mente atormentada por todos os demônios de seu passado, Liz não podia negar que nos braços de Diego, tudo zerava. Sob o calor da água morna e a mão do vampiro sobre seu ventre, abriu lentamente os olhos e nunca pensou que o acharia o homem mais encantador da face da terra.
— Você consegue tomar banho sozinha? Preciso fazer um chá pra você.
O abraçou um pouco mais forte. Tinha medo de que aquela paz desaparecesse no segundo em que o soltasse.
— Não. — disse enfiando a cabeça no cangote do bruxo se aninhando e se escondendo de vergonha ao mesmo tempo. — Você já fez isso antes, lembra?
— Certeza? Eu vou ter que tirar sua roupa...
— Tudo bem.
Diego se levantou, pegou no colo e a colocou dentro de uma banheira vitoriana. Ele tinha o poder de fazê-la se sentir protegida e cuidada. Após o banho, a ajudou a vestir um pijama quentinho e a levou para a cama. Quando ele fez menção de se afastar, Liz segurou seu braço para que não a deixasse. Ela não conseguia conter as lágrimas.
— Eu volto rapidinho. — deu um beijinho em sua cabeça, um delicado cafuné e continuou - Eu não vou sumir outra vez, só preciso trocar de roupa e te fazer um chá.
A garota soltou o braço do vampiro reticente, que sumiu apenas por alguns minutos, mas que pareceram séculos. Quando ele voltou, estava vestido em um moletom confortável e trazia consigo uma bandeja com duas xícaras de chá e deliciosas comidinhas. Ele se aconchegou ao seu lado, encostados na cabeceira da cama.
— Esse chá vai tirar a dor e te ajudar a dormir um pouco.
— Seus poderes não seriam mais rápidos?
— Seriam... se a dor fosse causada por um fator externo, mas como isso é uma reação natural do seu corpo, meus poderes não conseguem agir de forma precisa.
Liz deu um gole no chá e identificou o fantástico sabor de baunilha, camomila, mel e leite. Diego estava atento a sua reação com um meio sorriso.
— Bruxinha chorona! — ele tentava conter o riso.
— Vindo de você é elogio, pra quem só me chama de bruxa renegada, bruxa maldita, peste e outras coisas piores.
— Mas eu nunca te chamei desses nomes.
— Verbalmente não, mas pensou.
— E como você sabe o que eu pensei?
Liz suspirou desanimada.
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Terra Proibida - Essência
VampireEm um entrelaçar de passado e presente, mergulhe em uma trama que desafia os limites da razão e da sanidade. Benício Speltri, um homem comum à beira do abismo da loucura, desvendará os enigmas que envolvem sua própria existência e o destino do unive...
[45 anos atrás] Miserável
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