Sua Mãe Sabe Mais

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— Estou tentando pensar em um feitiço capaz de retardar o tempo. — Nanny explicou voltando a realidade. — Não vai demorar para Audrey acessar a magia de Auradon.

Tem razão. Mestra, algum plano? — O corvo olhou nos olhos do pequeno réptil. Sabia que aquela era Malévola. Atrás dos olhos fixos e vazios ainda era ela. — Por favor. — De sua mão o pequeno lagarto pulou em direção a Nanny.

— Eu não vou te transformar. — A fada de antemão avisou. Por mais que a amasse com todo o seu coração e fosse triste vê-la como um pequeno animal, não poderia gastar sua energia quebrando um feitiço que sua neta fez tão habilmente. — Não posso fazer isso com a minha neta.

— Acho que ela quer que te encontrar, sabe, na mente dela.

Diaval explicou cogitando essa ser a hipótese.

— Se for assim, tudo bem. — Diferente da neta, já tinha experiência para fazer feitiços sem precisar recitá-los. — Volto rápido Divo. — Avisou ao corvo antes de fechar os olhos e cair ao lado do animal minúsculo.

(...)

Assim como foi com Mal, Malévola e Nanny se encontraram dentro da mente da Fada Má.

Nanny sabia perfeitamente como funcionava o feitiço, mas sentiu um aperto forte no coração quando viu os pontiagudos chifres fazerem sombra na parede do antigo quarto da fadinha. Não sabia porque Malévola quis este cenário, mas elas estavam na antiga casa delas na Terra das Fadas.

— Oi.

Continuava fraca, sua voz demonstrava isso.

— Oi. — Nanny não queria demostrar emoção, mas era difícil se manter apática diante de tantos sentimentos nostálgicos. — Por que? — Sabia que a filha entenderia a simples indagação.

— Sei que é um lugar importante para você.

Malévola explicou sentada na cama que um dia foi sua.

— Não mais. — Fez surgir um redemoinho no meio delas. A lembrança sumiu como poeira. — Sei o que está fazendo, não vai me manipular filha. — A amava, mas conhecia os truques da rainha do mal. — As levou de novo para os Moors. — Conhece algum feitiço que retarde o que Audrey está fazendo?

— Não. — Com fortes dores, pegou um galho  e o fez de bengala. — Auradon está fadada a extinção.

— Você criou uma nova você. Esse era o seu plano?

— Por favor, acha que se eu quisesse uma nova eu seria a filha de Aurora? Falhei ao tentar criar uma Malévola como eu, se não percebeu.

— Mal não é uma falha, ela é o melhor de você. — Contrariando seus instintos se aproximou da mulher que parecia ser mais velha que ela, que tinha centenas de anos de existência. — Filha, hoje eu entendo. O Livro quis se redimir com você.

— Redimir? — Soltou das mãos dela. — Acha que Mal é uma forma do Universo se desculpar comigo? —Olhou os olhos azuis furiosa. — Não, ela é fruto de um descuido com aquele mortal de cabelo azul.

— Sua filha abriu a barreira que separava vilões e heróis. Sem separações, todos finalmente podem ter seus finais felizes.

— Menos, eu, não é? Porque, se não percebeu, esse feitiço que sua neta lançou em mim é uma prisão eterna.

— Só existe uma única condição que te prende a esse corpo.

— EU NÃO POSSO AMAR! Não entende isso? — Gritou com a pouca força que existia nela. — O amor só me machucou e abri mão dele, para sempre.

Antes do Livro Se FecharWhere stories live. Discover now