《Chapter eight - Rage》

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Raiva

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Raiva

Depois da notícia que recebeu dos policiais, Hayla apenas se trancou no quarto e começou a chorar descontroladamente. Seu mundo pareceu desabar, afinal, estava sem sua alma gêmea do seu lado.

—Andrômeda?— Robin aparece na porta. —Posso entrar?— eu não consigo responder, então apenas vou para o lado, dando espaço para ele vir do meu lado.

—Robin...— saiu quase em um sussuro mas foi alto o suficiente para o garoto ouvir e passar os braços pelo meus ombros, me puxando para um abraço.
—Eu estou aqui.— Eu não consegui falar, tinha um nó em minha garganta. —Eu estou aqui!— O garoto repete, mas dessa vez me abraçando mais forte.

—É minha culpa!—

—Não é sua culpa, Hayla. Ninguém aqui tem culpa.—

—Se eu tivesse ido com ele para escola com ele.—

—Hayla, você está doente! Não tinha como ir hoje! Não é sua culpa.—

Nessa casa, não era somente Hayla que sentia culpada, seu pai não demonstrava, mas estava arrasado com isso, afinal, foi ele quem insistiu para que o garoto ir sozinho. Se estava se controlando para ser frio, tudo foi embora quando contou a notícia para sua esposa, o grito desperado da mulher, partiu o coração de todos ali presentes, e nem Charlie que sempre foi bom em esconder o que sentia, conseguiu se controlar mais.

O mexicano sabia que a família tinha que se apoiar e que esse momento era só deles, mas ao ver o desespero de sua melhor amiga, ele não conseguiu sair do lugar. Parece que a partir de agora os outros dariam mais atenção para as crianças.

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O choro durou o resto do dia. Os policiais disseram que iam fazer de tudo para achar o mais novo, mas se até agora não acharam Vance Hopper que estava desaparecido à mais tempo, quem garante que eles vão conseguir agora?

Durante a noite, ninguém na família conseguiu dormir, de certa forma, todos estavam se culpando e se amaldiçoando. Hayla até foi tentar dormir com os pais, mas não conseguiu nem fechar os olhos.

—Eu vou imprimir umas fotos dele.— diz meu pai decidido ao se levantar.

—Eu posso ir espalhando pela cidade...— digo eu, disposta a ajudar.

—Você não vai sozinha!— a mamãe diz ainda deitada.

—Posso pedir para um dos meninos vir comigo.—

—Contanto que não vá sozinha. Eu vou ficar por aqui caso alguém ligue.— Me levanto da cama e vou pegar alguma coisa para comer enquanto meu pai está no banheiro, assim que ele sai, eu entro correndo. Antes de espalhar as fotos de meu irmão, teria que esperar papai imprimir tudo, mas isso me daria tempo de falar com os garotos para ver se eles me acompanham. O Robin é o primeiro que se voluntaria para faltar aula, o Finney não gosta muito de faltar aula, mas pode espalhar pela escola, e o Billy, sinceramente não sei se ele faltaria aula mas vai dar um jeito de ajudar também.

Depois de sair do banheiro e tomar os remédios, Hayla desceu e esperou o jornaleiro aparecer. Mas para ela, não era bom ficar sozinha por muito tempo já que tudo a fazia pensar em seu irmão. Por sorte, Billy não demorou em aparecer.

—Bom dia, Hayla! Como está?— ele tinha chegado mais cedo que o normal, então largou a bicicleta na grama e foi se aproximando. —Está chorando?—

—Griffin foi sequestrado.— sussurei com as mãos escondendo o rosto.

—Ei!— ele sentou do meu lado e me puxou para um abraço ladino. —Mas como isso?—

—Ele foi sozinho ontem, pelo que a escola disse, ele nem chegou lá.—

—Já falaram com a polícia?—

—Foram eles que acharam a bicicleta dele e deram a notícia. Os policiais disseram que vão fazer de tudo para o achar, mas se não acharam nem o Vance Hopper que foi o primeiro, quem garante que vão achar o Griffin mais rápido?—

—Sinceramente, a polícia não ajuda muito.— Ficamos alguns minutos em silêncio, eu por não conseguir falar e Billy provavelmente por não saber o que dizer. —No que eu posso ajudar?—

—Meu pai foi imprimir fotos dele e eu vou espalhar pela cidade...—

—Eu vou com você, posso entregar junto com os jornais.—

—Faltaria aula para ir comigo?—

—Mas é claro! Não vou deixar você sozinha nessa.— Dou um leve sorriso para ele e o abraço com mais intensidade. É bom ter apoio nesse momento.

Os dois jovens ficaram sentados na calçada esperando o pai da garota chegar com as fotos para poderem espalhar. Ambos não falaram mais nada nesse meio tempo, apenas ficaram ali juntos. Claro que esse silêncio estava os incomodando, mas também não tinham assuntos que encaixaria no momento e tudo isso tinha que acontecer justo agora que as coisas indo bem entre eles.

Quando Charlie chegou, os dois se afastaram um pouco já que logo o pai da garota lançou um olhar ameaçador pra cima deles.

—Senhor Stagg, eu sinto muito pelo que aconteceu.—

—Não é sua culpa garoto.—

—Nós já podemos ir espalhando?—

—Não tem muitas folhas, mas já dá para começar.— Billy pegou as folhas e nós já estávamos indo quando meu pai me chama. -
—Hayla, cuidado!—

Hayla aproveitou a oportunidade para levar seu cachorro para passear já que o jornaleiro também levou o seu. Billy e Hayla pedalavam lado a lado, o garoto ia jogando os jornais e a Stagg colando nos postes e cercas que haviam no caminho.

—Hayla? Billy?—

—Oi Arellano.—

—O ques estão fazendo?—

—Entregando fotos do Griffin.— Separo algumas folhas e as entrego. —Essas são suas, cole de preferência em lugares bem visíveis.—

—Claro. Será que eles vão dar falta por eu estar ajudando?—

—Não é como se você ligasse muito para isso, Robin.—

—Tem razão.— O mexicano responde e em seguida pegou as folhas da minha mão. Nós andamos juntos o resto da manhã, quando acabou as fotos, apenas perguntávamos se alguém tinha o visto. —Alguém sabe em que canto estamos?— Robin que estava mais a frente para e pergunta.

—Eu não sei, não costumo vir por aqui. Billy, você conhece?—

—Não, aqui é outra pessoa que entrega.— Nós olhamos ao redor e tudo estava completamente quieto, dando um certo medo.

—Vamos embora, não estou gostando daqui!—

—Olhem!— o mexicano chama a nossa atenção. —Ali deve morar um mágico, na Van está escrito abracadabra.—

—É melhor nós voltarmos para minha casa!—

—Hayla tem razão, vamos logo Arellano.— De contra gosto o moreno se afastou da Van e começou a vir atrás de nós.

A falta de movimentação e o silêncio naquelas casas estavam assustando os três e eles tinham razão para isso. Embora sentiam, não sabiam que estavam sendo observados de perto e quem tanto procuraram, estava logo ali.

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Tão perto e tão longe do Griffin, imaginem o desespero da Hayla se ela soubesse que estava tão perto de encontrar seu irmão.

My Paperboy-Billy ShowalterWhere stories live. Discover now