— Acha que irá demorar muito, Meistre Mubery?
O velho homem alisou sua barba — É difícil dizer, minha princesa. Existem dragões que simplesmente chocam tardiamente, e alguns que nem mesmo chegam a eclodir. Só o tempo dirá qual será o caso do seu.
Ela suspirou, observando o belo ovo carmesim, advindo do dragão fêmea Meleys, que pertencia a sua avó Rhaenys.
Para a aula de Alto Valiriano, no qual ela atendia meramente por procedimento, uma vez que era fluente, ela rumou pelos corredores calmante. Entretanto, ao passar por ali, viu um borrão negro e pálido por debaixo de uma das escadas. Cautelosamente, a menina aproximou-se, subindo alguns degraus antes pendurar sua cabeça debaixo para escutar o que a pessoa fazia.
— Skorverdon dekuroti dōros hen kesír ilsa — a voz dizia, e significava "quão longe está a muralha?" em valiriano. Entretanto, o jeito de falar não estava lá muito perfeito, e o rapaz sabia disso, pois grunhia nervosamente — kersír ilsa! — repetiu, como quem tentava ajeitar a pronúncia — ilza!
— Kesīr ilza — a voz de Anya soou com a perfeita pronuncia das palavras, o corrigindo-o e finalmente expondo seu rosto sobre a escada. Esperava que sua súbita chegada assustasse o estranho, mas a figura nem se quer moveu um músculo. E quando ela viu quem era, desejou não ter se aproximado.
Aemond, é claro, sempre frio, parecia não ter sentimentos nunca. Usava seus mantos negros usuais, e estava sentado pelo local com um livro antigo em mãos. Ela suspirou em nervosismo ao nota-lo, sentindo enorme vontade de sair dali, mas como não era covarde e vivia em um jogo se soberania com o tio, manteve-se exatamente onde estava. Quando seu tio a visualizou, rolou os olhos, nem mesmo tirando sua atenção do livro.
— O que você quer?
Anya fez uma careta, apanhando sua bolsa e finalmente descendo da escada para ficar frente a ele.
— Que azedo, tio. O correto seria dizer "Olá querida sobrinha" — ela ressaltou em tom irônico, revirando os olhos.
— Olá, querida sobrinha — ironizou, logo depois acrescentando com frieza — o que você quer?
Ela não tinha resposta, por isso apenas ergueu os ombros — O que está fazendo?
Ele suspirou, parecendo perceber que ela não iria deixa-lo em paz se não saciasse sua curiosidade. Portanto mirou-a nos olhos, movimentando o livro em suas mãos.
— Estudando.
— Aqui? — ela ergueu a sobrancelha, olhando ao redor — Sabe, existe um lugar chamado biblioteca, onde tem uma aula esperando por você nesse exato momento.
— Não me diga. — falou com nenhum humor.
— Os meistres notarão sua ausência.
— Não dou a mínima para os meistres. E aqui é um bom lugar, fica longe o bastante do Aegon e dos meus sobrinhos. Pelo menos, era o que eu pensava — adicionou, olhando-a com incômodo.
Anya rolou os olhos, sem paciência para sua arrogância.
— Como você é pomposo... igualzinho seu irmão.
— Não — ele fechou o livro com força, fazendo o barulho ecoar por todo corredor — ouse me comparar com Aegon, principalmente depois de ontem.
Ela quase externalizou sua surpresa por ele saber daquilo, mas conseguiu conter-se — Você sabe o que houve.
— Ele já havia me dito seus planos — falou — e eu informei minha mãe. Para ela ver com os próprios olhos que tipo de homem está querendo colocar sobre o tro... — ele se interrompeu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍 - 𝘁𝗵𝗲 𝗵𝗼𝘂𝘀𝗲 𝗼𝗳 𝘁𝗵𝗲 𝗱𝗿𝗮𝗴𝗼𝗻
Fantasy𓊝 𝖁𝐈𝐒𝐄𝐍𝐘𝐀 𝐕𝐄𝐋𝐀𝐑𝐘𝐎𝐍, 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐚 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐮 𝐧𝐨𝐦𝐞, princesa de Pedra do Dragão e Derivamarca, era a única dentre os filhos de Rhaenyra Targaryen que não podia ser declarada como ilegítima. 𝐍ascida com a aparênci...
𝕿𝐇𝐄 𝐅𝐀𝐑𝐄𝐖𝐄𝐋𝐋
Começar do início