[45 anos atrás] Seus pensamentos

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Como assim, se entregou? - Diego estava incrédulo e para quem antes vestia apenas cuecas em um estalar de dedos estava completamente composto.

O amuleto, Madá estava sem o amuleto... e ela foi...ela... bichinha...

Em um rompante, Madá apareceu na cozinha bufando de ódio, sendo segurada por Raul, que apanhava violentamente da morena tentando contê-la, sendo xingado de todos os nomes profanos da face da terra.

Sophia aos prantos, Madá gritando e xingando, Raul se defendendo dos tapas. Caos era a palavra que definia o momento e Diego observava a cena cerrando o maxilar e os punhos com olhos flamejantes.

Sophia, se recomponha! - ordenou um pouco mais bruto que o usual - Preciso que me dê algum objeto pessoal da Elizabeth. Algo que ela tenha usado recentemente.

Sophia rapidamente o obedeceu a ordem, enquanto Diego segurou Madá interrompendo seu ataque de fúria e de frente a ela, com seus olhos dourados, mergulhou em sua mente, revirando suas memórias como se zapeasse canais de tv e, em milésimos de segundos, viu tudo o que aconteceu desde o momento em que ela e a ruiva se encontraram, até o momento em que se separaram.

Puta que me pariu! Era só elas terem ficado juntas, caralho!

Um pernilongo não seria capaz de encostar na Madá, ficaria afastado em um raio de, pelo menos, quinhentos metros, quiçá cachorro!

Porra Liz, assim você não me ajuda...

Ao terminar de ver o que precisava, soltou Madá que desmaiou sendo amparada por Raul, que sem entender absolutamente nada, logo após um comando, apagou também. Era melhor mantê-los inocentes sobre sua real identidade.

Voltando para a cozinha, Sophia se deparou com uma fera nunca antes vista e entregou a ele uma blusa que pertencia a bruxinha. O vampiro pegou a peça, apertou entre os dedos e com a raiva o dominando por inteiro, jogou a peça de roupa para o alto e com o olhar cintilante em ira, disse.

Mostre-me onde está sua dona.

A roupa se desfez fio a fio até se tornar um novelo dourado, que em uma explosão, uma das pontas seguiu até Liz, mostrando o local exato onde estava. Diego viu novamente o quanto a humanidade era perversa. Só que ele poderia ser infinitamente mais.

Antes mesmo que pisasse o porão onde Liz era torturada, tomou o lugar com uma energia tão densa que todos caíram desmaiados.

Ah não... bruxinha renegada, assim você me destrói!

Liz estava presa em um pau de arara, molhada e já devia ter levado choques homéricos. Seu rosto completamente desfigurado, com machucados, hematomas e queimaduras por todo o corpo, o vampiro via o quanto ela tinha sofrido até ali.

Diego a desamarrou, pegou no colo e lançou sobre ela um feitiço que anestesiava as dores físicas e também a colocou em um estado mental semelhante ao coma. Ela não precisava ouvir ou saber o que ele faria com aqueles infelizes. Era o melhor que poderia fazer para proteger o resto da sanidade que talvez ela ainda tivesse.

Você nunca mais vai passar por algo do tipo, eu te prometo.

Faltava pouquíssimo, para que a vida dela se esvaísse e mais uma vez, ciente do peso das próprias palavras, provou o amargor do próprio veneno. Lembrou que na primeira vez que a teve nos braços disse que ela ia sofrer ao ponto de desejar a morte e que quando isso acontece ele estaria lá esperando por ela. Como o destino era irônico, lá estava ele, mas não a queria morta.

Precisava ser rápido. A tortura para aqueles que ousaram tocar e machucar aquele corpo seria dolorosa, porém dessa vez seria a longo prazo.

Lançou sobre eles uma maldição.

Terra Proibida - EssênciaWhere stories live. Discover now