001: agora não tem mais volta

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Moon Jiwoo

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Moon Jiwoo

Eu não quero me casar. Bem, pelo menos não com alguém selecionado por meus pais, que não conheço e, portanto, que não amo. Tentei convencê-los a desistir da ideia maluca de casamento arranjado, mas alguma vez eles já me deram ouvidos? Exatamente, não. Além do mais, como se não pudesse ficar pior, escolheram um conde trinta anos mais velho para ter comigo "apenas uma tarde de chá e biscoitos", como eles mesmos disseram. Bom, sinto muito pelos planos dos meus pais, pois eu acabarei com eles hoje.

Abro novamente as malas e verifico se não me esqueci de nada, pois elas devem conter o necessário para eu sobreviver, pelo menos, pelo próximo mês. Ao ver que está tudo certo, pego as duas pelas alças e, em pé ao lado de minha cama, observo meu quarto uma última vez, local que foi meu refúgio por todos esses 22 anos. Sinto uma leve insegurança atingir-me, ocasionada pela saudade prévia que sentirei da casa, mas não me deixo abalar por ela. Não quero continuar presa aqui, subordinada aos desejos e ordens dos meus pais. Temos uma só vida e, a partir de hoje, vou aproveitá-la como eu bem entender.

Com essa convicção, respiro fundo e caminho até o lado oposto do cômodo, onde se encontra minha prateleira de livros (sendo que faltam alguns, os quais levarei comigo). Cuidadosamente, arrasto o móvel para a esquerda, tentando ser o mais silenciosa possível, e avisto uma falha na pintura da parede. Continuo empurrando a prateleira e o que era apenas uma linha na vertical torna-se um retângulo, no formato de uma porta. Fico de joelhos e afundo três peças específicas do piso de porcelanato em sequência, finalmente abrindo a passagem secreta.

Em seguida, pego e acendo a lamparina que deixei há alguns dias no início da passagem. Nesse dia, explorei-a para saber se conseguiria usá-la como saída do castelo, já que eu não estava com vontade de pular pela janela. A chama ilumina a escadaria de pedras e, pela segunda vez no dia, respiro fundo para me dar coragem. Evitando as teias de aranha, adentro a câmara e deixo minhas malas no primeiro degrau. Então, viro-me para meu quarto e, ignorando o aperto em meu coração, retorno a prateleira para a posição que estava anteriormente (mais ou menos). Por fim, abaixo a alavanca na parede que fecha a entrada da passagem e, fazendo malabarismos para ter as malas e a lamparina em mãos, começo a descer as escadas.

run away; heeseungWhere stories live. Discover now