Max acelera com o carro e então eu começo a contar pra ele todas as coisas que não contei antes porque ele mal estava falando comigo.

Conto pra onde eu fui, quando eu fui, com quem eu fui, o que eu fiz e o que eu queria fazer. Sinto meu coração amolecer quando vejo o meu amigo gargalhar das minhas aventuras.

Ele parece estar tão tristinho.

Max para o carro e me chama pra sair do mesmo. Abro a porta, saio do veículo e corro até ele. Seguro em seu braço e o acompanho pra dentro do estabelecimento depois que ele entrega as chaves pro manobrista.

Assim que entramos, o maravilhoso cheiro de pão e outras massas me invade eu sorrio feliz.

- Vamos sentar ali, pode ser? - meu amigo escolhe uma mesa.

- Pode sim - assinto e o acompanho.

Nós vamos pra mesa e nos sentamos. Abro o cardápio e escolho bastante coisa pra comer. Conto tudo pra atendente quando ela vem até a nossa mesa. Max pede as coisas dele.

- Você vai comer tudo isso? - ele me encara.

- Nós dois vamos - dou um sorrisinho pra ele.

- Você pediu coisa demais, morena. Não vamos conseguir comer tudo - ele faz careta.

- Vamos sim, Maxwell. Não duvide de mim.

- Tá bom - ele assente e olha pra um ponto fixo na janela.

Finjo uma careta e o observo por um tempo.

- Por que eu estou te achando meio distante, hm? - pergunto baixo.

Ele morde o lábio e permanece em silêncio.

Porra, dói tanto ver ele assim. O amigo mais engraçado e brincalhão que eu tinha não está mais aqui agora.

O Max simplesmente perdeu o brilho e isso me machuca tanto.

- Me desculpe.

É única coisa que ele diz.

Nós continuamos nos observando.

- Max, você não precisa se desculpar por isso - falo o observando - eu te amo, ok?

Ele assente.

- Também te amo, morena - ele nem tenta sorrir.

Ele não está bem mesmo.

- Sabe o que foi que me fez finalmente deixar o Turner pra trás e seguir com a minha vida? - me apoio na mesa e o observo - me despedir dele.

- Como assim?

- Tom e eu fomos até onde fizeram aquela lápide pro Turner, sabe? Fomos lá, agradecemos por todos os nossos anos juntos, pelos momentos, pelas risadas, por tudo. Também falamos que não vamos o perdoar pelo que ele me fez, mas que, no momento, estamos dispostos a esquecer dele.

- Isso é bom. Você parece mesmo muito melhor. Estou feliz por isso - ele assente.

- Você não quer fazer o mesmo pro Dave?

Max pensa um pouco.

- Ele não tem uma lápide.

- Podemos fazer em qualquer outro lugar. Onde era o lugar que vocês mais passavam tempo juntos?

- Acho que na praia. A gente se pegava muita onda antigamente - ele explica.

- Lá pode ser o lugar pra você se despedir dele, então. Você está pronto pra isso? Podemos ir depois daqui.

Ele hesita, mas assente.

- Podemos ir sim - ele fala e eu sorrio de lado.

Nossos pedidos chegam e meus olhos brilham ao ver tanta comida.

the lovers | zylie IIWhere stories live. Discover now