QUANDO A VIDA (RE) COMEÇA

Capítulo 12

No dia seguinte, o sol no horizonte anunciava uma manhã quente e agitada.

Lucero, Mariana e Fernando acordaram cedo, pois tinham um dia cheio pela frente.

Elas conversavam animadas durante o café, estavam esperançosas com a consulta, desejando escutar boas notícias sobre a recuperação dele.

— Lu, estou tão animada e ansiosa, que parece que sou eu quem vai ao médico. — Comentou Mariana colocando a xícara de café sobre a mesa.

— Eu também, não vejo a hora do doutor Lugano examinar o Fernando e nos dar um diagnóstico mais preciso dos avanços do tratamento e, fazermos os exames para testar a sensibilidade das pernas e dos pés dele.

— Eu sinto que as coisas vão começar a melhorar para todos nós. — Mariana tocou levemente a mão de Fernando, que permaneceu calado, absorto em seus próprios pensamentos. Havia acordado com muita dor nas costas, braços e pernas. Tinha tomado um analgésico potente sem que elas vissem, escondeu o que estava sentindo, preferindo o silêncio habitual.

— Engraçado Mariana, eu sinto o mesmo. — Respondeu Lucero, lembrando-se da noite anterior.

Assim que terminaram de se arrumar, seguiram em direção a clínica. A consulta estava marcada para 09h da manhã.

Quando chegaram, ela cumprimentou a secretária do médico.

—¡Buenos dias! / Bom dia! Temos uma consulta marcada com o doutor Lugano.

— Lucero, ¡que gusto verte! Sigues guapa y encantadora./ Lucero, que prazer em vê-la! Você continua bonita e encantadora.

As duas abraçaram-se calorosamente e ela fez as apresentações.

— Mari, esta é a Lucia. Há anos ela trabalha com meu antigo professor.

— ¡Mucho gusto! / Muito prazer! A Lu tem falado maravilhas do doutor e acreditamos que ele possa ajudar o meu irmão.

— ¡Encantada! / Prazer em conhecê-la! A Lucero me falou muito de vocês quando conversamos. O doutor Lugano tem uma larga experiência com reabilitação e é uma referência no país. Seu irmão estará em muito boas mãos a partir de agora, señorita Mariana./ senhorita Mariana. — Afirmou sorridente.

— ¡Buenos dias señor Colunga! / Bom dia senhor Colunga. Pode me passar seus documentos? Vou preencher os papéis da consulta e dos exames que o doutor irá solicitar.

Fernando assentiu, murmurando um bom dia quase inaudível.

Mariana apertou delicadamente os ombros do irmão, procurando passar-lhe confiança, enquanto Lucero cuidava da papelada com Lucia.

— Tudo bem Fernando? Você está nervoso? Fique tranquilo, vai dar tudo certo.

— Sim, está tudo bem. — Limitou-se a dizer, empurrando a cadeira de rodas para longe dela, tentando controlar a dor que estava sentindo.

Alguns minutos depois, eles foram chamados e entraram no consultório, onde um homem alto, de cabelos grisalhos muito bem penteados e sorriso simpático os recebeu abraçando carinhosamente Lucero, que retribuiu.