até que por um segundo, Dylan olhou para mim, vendo que eu estava com a mesma cara que fazia toda vez que queria dizer algo.

ele revirou os olhos.

-ok, pode conversar com ela, não dizendo nada que me irrite tá tranquilo. (ele disse voltando a prestar atenção no legume que cortava, percebi o olhar confuso de Henry também, mas não deu muita importância e voltou a preparar o molho que estava no fogão)

-e-eu... me chamo Olívia. (eu disse tímida)

-ah... (ela disse ainda parecendo um pouco confusa) -prazer, Olívia! (ela sorriu, me fazendo sorrir de volta)
-então, me conta! como você fisgou o coração do nosso amigo frio e calculista? (escutei um barulho de algo batendo, Dylan bateu a faca que usava no balcão)

-ela não fisgou porra nenhuma, para de falar merda. (ele apontou a faca para ela)

-vai ficar se fazendo de machão é seu puto? nós já percebemos que você tá gamadão na dela! (ela riu, arqueando a sombrancelha e me fazendo corar)

-eu só sequestrei ela porque senti vontade e aqui estamos nós, é só meu bichinho. (ele disse me dando uma olhada rápida, fiquei com raiva)

-você é muito escroto, Dylan! isso é jeito de falar com essa coisinha fofa? (ela disse apontando para mim)

-se conhecesse ela antes não pensaria dessa forma. (ele disse se virando para frente novamente, senti meu corpo congelar, se ela soubesse como eu era antes provavelmente iria me desprezar)

-argh, ninguém é pior do que você, Dylan! (ela grunhiu, o olhando de cara feia, ele deu de ombros)

-tá tudo bem... (eu disse tentando amenizar a situação)

-me diz, Dylan já fez alguma boiolice com você? por favor me conta, preciso ter algo pra tirar uma com a cara dele sempre! (ela disse segurando minhas mãos)

-ele... (fui interrompida por Dylan)

-chega, não pode mais falar. (ele disse sem tirar os olhos do legume)

-o que? que palhaçada é essa? (ela disse olhando para ele confusa) -agora você diz quando ela fala e deixa de falar?

-sim e nesse momento ela não pode falar, sinto muito! (ele sorriu com uma expressão de deboche no rosto)

-argh vai a merda cara, sério. (ela revirou os olhos) -tá tudo bem, Olívia. você pode falar sim! (ela sorriu para mim)

o ambiente ficou em silêncio, eu não iria contra as ordens de Dylan.
ela estava dizendo que eu poderia falar porque não sabia o que ele faria comigo se eu falasse.

então, o silêncio foi quebrado por um risada, a risada sarcástica e rouca de Dylan.

-eu disse. (ele olhou para nós) -é minha cachorrinha, eu mando e ela obedece.

senti meu interior se transbordar em raiva e uma fúria incomum me atingir.
esse babaca do caralho, quem ele acha que é para falar assim de mim?

-não sou sua cachorrinha. (fitei meus olhos nele, com raiva)

percebi que seu semblante fechou e ele me olhou com aquele olhar frio e escuro, de quando ficava com muita raiva.
meu corpo tremeu.
percebi também Sabrina e Henry se encarando, acho que perceberam o clima tenso.

-olha, era só brincadeira gente, pra que esse drama todo! (Sabrina riu, tentando apaziguar a situação)

-isso aí, bora continuar isso aqui se não a janta não sai hoje! (Henry riu, voltando a mexer a panela)

então, Dylan se virou para a frente novamente.
depois disso não me atrevi a dizer mais nada, sentei no sofá e fiquei escutando enquanto Sabrina fofocava sobre tudo sem parar, ela era bem tagarela.

na hora do jantar foi divertido, eles eram um casal engraçado, ficavam fazendo piadas e rindo o tempo todo, me sentia bem com eles.
mas quando terminamos de jantar e eles deram boa noite enquanto íamos para o nosso quarto, me senti angustiada e com medo, sabia que Dylan não esqueceria o que aconteceu antes.

Nas garras de um assassino حيث تعيش القصص. اكتشف الآن