cap 10

392 23 4
                                    


Jhon B abre o mapa e vemos várias marcações.

— o X é o lugar — Pope comenta 

— longitude, latitude — meu irmão observa passando os dedos no mapa

— liga o gravador — peço e ele liga

“Querido Bird e Amy”

Quem é Bird? — jj pergunta

— é como nosso pai chamava o Jhon B — respondo rapidamente e volto a prestar atenção na gravação

“Odeio dizer que avisei a vocês, mas, eu avisei. E vocês duvidaram de seu pai. Acho que, neste momento, vocês estão cheios de culpa e de dúvidas, pela nossa última briga. Mas, não desistam ainda. Eu também não esperava encontrar o Merchant. Vocês estavam certos em me darem broncas, eu não fui exatamente o pai da década. O que posso dizer? Eu estava de olho no prêmio e espero que estejamos ouvindo isso no nosso casarão na Costa Rica, vivendo de investimentos passivos e construção de obras, senão, vocês estão ouvindo isso em situações difíceis e é pra isso que o mapa serve, o naufrágio do Merchant, ele está lá. Se alguma coisa acontecer comigo, terminem o que comecei, achem o Ouro.
Querida Amélia, minha Amy, sua mãe e eu te demos este apelido porque significa “aquela que é amada”. É o que você é, amada por sua família, amigos e qualquer um que te conheça. No seu quarto você tem uma caixa que nunca foi aberta, usa a chave para abri-la, lá tem o que você precisa saber sobre você, claro, se quiser saber. Nunca tivemos acesso a ela, então não sabemos o que há dentro, mas, sabemos que, vai esclarecer dúvidas.
Eu amo vocês, a gente se vê do outro lado.”

Sinto lágrimas descerem dos meus olhos, lembro-me da discussão que tivemos quando o vimos pela última vez, meu irmão estava tão irado, eu estava tão confusa.

Nosso pai encontrou o Royal Merchant. O naufrágio mais conhecido, contendo inúmeras barras de ouro. Isso significa tanta coisa.

Ele pode até dizer que não foi um bom pai, no entanto, ele foi. Sempre me ajudou em tudo que precisei, me acolheu, me escolheu e me deu oportunidade de viver essa vida que vivo com gosto.

Ele me deu um apelido tão significativo quanto pode ser. Eu jamais serei capaz de demonstrar toda minha gratidão. Jamais.

Fui escolhida, fui amada pelos meus pais, sou amada pelo meu irmão, meus amigos. Minha família. E isso é tudo que importa.

A caixa.

Esta chave que não consigo ver com nitidez porque lágrimas enchem meus olhos, esta chave me abre um caminho para respostas que devaneei por tanto tempo. Que me deixaram confusas se queria ou não saber.

Ela pode enfim me dar respostas, isto é o que parece.

Meu irmão levanta-se também com lágrimas nos olhos e se encosta na parede. Vou até ele e o abraço, sinto a pressão do abraço também de nossos amigos. E aqui, assim, estou bem.

Depois uns minutos, me afasto em direção a mesa, pego a chave em minha mão. Quero abrir aquela caixa.

— tudo bem? O que quer fazer? — jj pergunta com cuidado deslizando sua mão em meu braço

Eu o abraço. Aninho-me em seu peito, envolvo minhas mãos em sua cintura e ele me puxa para mais perto.
Ele tem o melhor abraço. Sempre.

Eu poderia passar o dia inteiro em seu abraço.

— Você vai abrir a caixa? — ele pergunta baixinho

Faço que sim com a cabeça e me afasto mesmo relutante. Enxugo minhas lágrimas, estou pronta.

Pogue não pega pogue | Outer Banks - jj Maybank Where stories live. Discover now