Capítulo 16

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—Bom dia, querido como está se sentindo?. —Minha mãe entra elegante como sempre vestindo uma calça social lilás e uma blusa rocha de mangas curtas com detalhes em rendas e pérolas em lilás nas mangas e no colo,em seguida de dona Lúcia vestindo uma saia que vai até seus joelhos azul marinho e uma blusa de alças grossas branca com detalhes de bordados e alguns strass na alça a deixando linda.

— Bom dia, eu estou louco para sair daqui e esses remédios estão me deixando muito fora do ar. Droga, será que ainda vai demorar muito para eu poder voltar a trabalhar?.— Resmungo irritado e frustrado.

—Vini vou te dar duas boas notícias,tal vez esse mal humor vai embora —Dona Lúcia fala.

—Tomara, porque ninguém merece uma criatura tão nova e tão azeda, só podia ser seu filho Lúcia —Mamãe brinca e as duas caem na risada. Eu apenas revirei os olhos.

— Ao menos é lindo né, já ajuda a pobre que vai se casar com ele tadinha vai ter que ser um doce de pessoa —Dona Lúcia fala entre suas brincadeiras, e inconscientemente me recordo de Ella. Sinto meu coração se aquecendo e logo me vem seu belo rosto e sua voz suave.

—Acho que ele tão ficou feliz com a notícia que está sorrindo.— As duas me olham e logo me dou conta que não ouvi nada do que elas disseram.
—Poderiam repetir?.

-—Querido viemos aqui lhe informar que hoje voltará para casa, e ao chegar teremos uma linda surpresa para você. Seu pai já falou com o médico e está tudo devidamente acertado. Vai ter que fazer fisioterapia e tomar a medicação direitinho e logo vai poder trabalhar, no momento só em home office.— Dona Lúcia fala como se eu fosse um garotinho. Sempre acho divertido confesso.

—Serio? Nossa que alívio! Estou louco para sair daqui e graças a Deus meu quarto não é branco, não aguento mais olhar essas paredes brancas.— Enquanto eu falo meu pai entra vestindo seu jaleco e acompanhado do médico que estava me acompanhando.

—Vejo que as belas senhoras já lhe contaram da sua alforria né. Mas nada de esforço e nem pense em desobedecer as ordens do médico.—Meu pai fala com um sorriso divertido.

—Bom como já havíamos conversado você vai dar continuidade a fisioterapia e as medicações,nós veremos uma vez por mês até que tenha se restabelecido. No mais uma alimentação balanceada e não se esforce muito. Logo estará livre das medicações.— o médico faz suas reclamações.

—Pode deixar, vou seguir a risca até porque estou louco para ir embora e não ter que tomar esses medicamentos.— Digo mau humorado e o médico apenas maneia com a cabeça.

—Agora vou te ajudar a se vestir mais já contratamos alguém para lhe ajudar no dia a dia. Não me olhe assim será somente enquanto se recupera,e sim você vai precisar de ajuda, mesmo com a cadeira de rodas motorizada.— Seu Josafá da as ordens e me sinto como um garotinho de cinco anos.

— Ajude ele a tomar banho e se trocar enquanto ajeitamos tudo. Ah que alegria meu filho, não se preocupe com nada tá, você vai ser bem cuidado e não vai demorar para estar novinho em folha —Minha mãe fala enquanto eu vou sendo conduzido ao banheiro .

—Você vai implorar para voltar em menos de dois dias, e tem uma bela surpresa — Meu pai fala me lançando uma piscadela, assim que fecha a porta do banheiro nos dois sorrimos.

Após eu ter me arrumado estamos nós aqui a caminho de casa e só posso ser grato por ter todo esse amo. Depois de alguns minutos estacionamos enfrente a casa e em meio a uma pequena confusão sobre quem me ajuda com a cadeira de rodas e quem leva as malas, meu pai acaba levando as malas e seu Pedro me ajuda com a cadeira e noto uma rampa na lateral da escadaria principal, assim facilitando minha locomoção. Conseguimos entrar finalmente entrar em casa, mas nada me me surpreende mais do que ver uma pequena de cabelos castanhos correr na minha direção e literalmente se jogar no meu colo me abraçando apertado.

—Tio Vini, até que fim você veio! Nossa eu tava com muita vontade de te conhecer. O senhor e a figurinha repetida do tio Vince né.— A pequena doce e amorosa fala empolgada  eu demoro a reagir então ela acaricia meu rosto e eu só posso sorrir.

—Ei pequena traidora, vem aqui, eu sou lindo ele nem se parece tanto comigo.— Vince resmunga e todos riem, inclusive o pequeno anjinho que coloca uma das mãos na boca sorrindo. Não sei explicar mais essa pequena aqueceu meu coração.

—Oi pequena! Como você se chama?—Eu pergunto alisando seus cabelos totalmente encantado com a semelhança com sua mãe, que assiste a cena um pouco mais afastada sendo abraçada por dois garotos que presumo serem seus filhos. E nossos olhos se cruzam e vejo nascer um doce e discreto sorriso.

—Ah sim, que cabeça essa minha! Eu me chamo Gabriela, mas todo mundo me chama de Gabi, muito prazer.—Ela fala gesticulando e no fim do seu relato ela ajeita seu vestido preto com flores rosas todo rodado, em seguida estende a mão em um cumprimento formal.

—É um enorme prazer conhecer você pequena, então eu posso lhe chamar de Gabi certo?— Pergunto e ela balança a cabeça afirmando.

— Agora deixa eu dar um beijo nas minhas vovós. Se eu não der um agarrado e um beijo gostoso em cada elas ficam com ciúmes —Ela cochicha no meu ouvido.

—Pequena, e melhor ir logo porque elas são mesmo. —Digo em seu ouvido aspirando aquele cheiro gostoso de morango. Então ela se levanta e corre ao encontro dos meus pais e dona Lúcia e seu Pedro e todos vão enchendo a menina de beijos e carinho. Somente eu fico admirado com a cena os demais parecem acostumados e contando com o fato de ela me chamar intimamente,ela deve conviver muito com todos.

Depois de uma pequena confusão de abraços e comemoração estou aqui no quarto de hóspedes no andar de baixo para que assim eu consiga me locomover pela casa e assim não ficar preso a cama mais do que o tempo necessário.

— Com licença, está na hora do seu remédio.—Ariela entra vestindo uma saia na cor bordô que fica acima de seus joelhos e uma blusa de mangas três quartos vermelho lhe deixando muito elegante e como se possível mais linda. Ela caminha pelo quarto e pega os comprimidos que estão na mesinha e ao lado uma jarra com um copo no qual ela enche para que eu possa ingerir o medicamento.— Prontinho,agora seja um bom menino e tome os comprimidos.

—Obrigado, eu confesso que poderia muito bem viver sem eles .— Ela solta uma longa gargalhada, e imita o gesto da filha colocando uma das mãos na boca.

—Nem adianta fazer essa cara, ah tenho uma coisa pra lhe falar, não sei se vai gostar mas eu estou trabalhando aqui.— Fico entre surpreso e curioso.—Espero que não se importe, mas seus pais me pediram para estar lhe ajudando no que precisasse já que eles precisam trabalhar e enfim eu precisava de emprego. Mas se você não quiser eu vou entender e claro que um profissional seria mais adequado... Enfim fala alguma coisa criatura tô aqui com o coração na mão.

— Só estava sendo educado lhe ouvindo— Falo enquanto tento digerir suas palavras, a
Haja visto que ela foi falando sem parar e agora me fita com seus belos olhos risonhos. — Então está aqui para cuidar de mim, só me tira uma dúvida. Você vai se mudar para cá?. Ou passará somente o dia e a noite irá embora?

—Na realidade, nos estamos morando aqui — Ela diz e seu rosto cora e vejo que tem algo a mais por trás dessa história. E sei exatamente quem irá me dar as respostas.

—Certo. Ariela vou ser bem franco, não sei trabalhar de outra forma ok.—Faço uma pequena pausa e ela afirma.— Eu tenho um gênio forte e gosto que as coisas sejam feitas exatamente como eu peço, se por ventura eu  não estiver num dia bom apenas se afaste, e  tenha em mente que eu jamais a machucaria.

— Pode ficar tranquilo, no que precisar de mim estarei aqui. Agora se me der licença tenho que ajudar dona Lúcia com o almoço de boas vindas.

Dito isso ela se retirou e eu fiquei alhi refletindo sobre tudo.  Algo que não me passou desapercebido,foi  uma outra cama próximo a minha essa que provavelmente seria ocupada por um enfermeiro no turno da noite, ou será que seria Ariela a dormir aqui?. 

Um Acidente de AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora