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Dor.
Dor era a única coisa que nome senti enquanto às lágrimas desciam pelo seu rosto.
Tudo parecia uma grande piada e ela rezava internamente para que isso fosse uma brincadeira de mal gosto que seu namorado, Nozel armou. Mas, vendo os gemidos dos dois, estava claro de que tudo isso não passava da triste realidade em que vivia.
Pela terceira vez [Nome] abriu a boca, tentando encontrar o som da própria voz.
O que tinha de errado com ela? Ela não era suficiente?
- No-nozel... - A mulher em sua cama gemeu alto, seu corpo nu se deleitando em prazer com seu namorado, na cama em que dividiram por tantas noites, o lugar onde tantas promessas foram feitas.
Um futuro inteiro planejado, apenas para a realidade ser jogada em sua cara, sem preparação alguma.
- Isso... Continue assim. - A voz de Nozel estava repleta de desejo, o que só a destruiu ainda mais. Ele nunca teve essa voz com ela.
Olhando o perfil da mulher, ela a reconheceu como uma das empregadas pessoais de Nozel, isso era ainda mais chocante, o homem que odiava a plebe estava ali, se relacionando com uma.
Um soluço abafado saiu de sua boca, [Nome] tentou abafar com a mão, mas era demais para suportar. Doía tanto.
Uma mão segurava seu peito, tentando conter a forte dor que sentia, e a outra abafava os soluços, seu rosto marcado pela dor e lágrimas.
Nozel se virou com uma caranca em seu rosto ao seu interrompido, no momento em que notou a pessoa ele pulou da cama, se enrolando nos lençóis e tentando ir até a mulher que jurou amar.
Seu rosto estava em pânico, ela nunca deveria descobrir sobre seus atos.
- [Nome]...
- Eu não sou suficiente? É isso, né? Eu nunca fui boa pra você, eu não sou boa pra nada e nem ninguém... - Sua voz soou baixinha repleta de tristeza.
- [Nome]... - Nozel sentiu o peito apertar enquanto observava a mulher se virar e correr pelos corredores, a culpa o corroeu enquanto as lembranças dos dois voltavam a sua mente, ele sempre soube de seus medos e inseguranças, maz mesmo assim não ligou.
[Nome] correu, o mais rápido que pode, seu vestido sendo enxarcado pela chuva gelada, ela não ligava pra nada disso, só queria se afastar da dor que sentia.
Sem saber para onde ir ela continuou correndo até se deparar com um grande penhasco a sua frente.
Desacelerando sua corrida, ela se permitiu desmoronar ainda mais, caindo de joelhos no chão, um grito alto e repleto de dor escapou de sua boca ecoando por todo o ambiente silencioso.
Às lágrimas em abundância não paravam de descer pelo seu rosto.
Por que?
Por que sempre com ela?
O que ela fez de errado para sofrer tudo...
- Alguém... Alguém notaria se eu desaparecesse essa noite? - Sua voz rouca pelo choro cantou baixinho. - Alguém iria atrás de mim... E me diria às palavras que preciso ouvir?
[Nome] não sabia dizer quanto tempo estava ali, era como se seu corpo nem a respondesse mais, o que ela tinha a perder afinal?
Sem notar, ela começou a se aproximar ainda mais da beira, às lágrimas descendo em finas camadas até seus lábios, um pequeno sorriso nasceu em seu rosto em meio a tanta dor.
Alguém choraria se eu fosse além dessa borda essa noite?
Ela perdeu seus pais muito cedo, não teve muitas presenças em sua vida e achou que Nozel seria sua família, o que ela tinha a perder afinal? A única pessoa em quem confiava a ginha traído.
Sem se importar ela deixou seu corpo cair para trás, porém antes mesmo de sentir a queda, seu pulso foi segurado com força.
Seu corpo colidiu com outro e toda aquela dor voltou outra vez.
- Você está maluca [Nome]? - A voz rouca foi reconfortante no momento.
- Você deveria ter me deixado cair...
- Como eu poderia? Como eu poderia deixar a mulher que amo ir assim? Fique aqui [Nome] e me deixe provar a você que eu posso ser melhor... Que eu me importo.
