Além da muralha do sono, após os portões de Chifre e Marfim, está a rica e fértil terra na qual as histórias são criadas. Essa terra é chamada de Sonhar, e sua própria história está no caminho de dar uma perigosa guinada...
Quando o mundo começou...
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Isabella sentia a brisa beijar traiçoeiramente seu corpo. Ainda estava caída de bruços, mas ao invés de sentir o chão frio, sentia algo seco pinicar seu corpo.
Ela suspirou, as pálpebras aos poucos se abrindo. Primeiro estava turva, via tudo borrado, em seguida depois de um tempo e de piscar algumas vezes, sua visão se adequou ao ambiente sem muita luz.
Não reconheceu o espaço, estava deitada sobre uma grama seca que se estendia um pouco mais a frente, seu corpo formigava e seus ouvidos zuniam. Ela assoprou, apertando os olhos e com um impulso rápido de última hora com as palmas das mãos plantadas naquela grama, ela se virou, deitando as costas no chão pinicante.
Inalou e extraiu a respiração, tentava acalmar seu corpo de alguma forma. Quando abriu novamente os olhos encontrou um céu repleto de nuvens cinzas e pesadas. Parecia que iria chover. E não estava errada.
Só deu tempo de Isabella conseguir controlar sua respiração e a ardência no peito antes de grossas gotas começarem a cair lentamente e pouco a pouco do céu.
Ela usou seus cotovelos dobrados contra a grama como apoio para levantar, usou a força que lhe restava também, seus músculos tremiam e sua respiração voltava a se tornar desregular como se aquele ato necessitasse de muito mais esforço do que o necessário, mas conseguiu sentar embora a coluna estivesse meio curvada.
