Capítulo 1

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O mundo, uma vez conhecido pela raça humana, deixou de existir á muito tempo quando uma praga se espalhou pelo planeta, destruindo completamente a civilização.

Um vírus perigoso, que ninguém sabia ao certo como surgira, e quando em contato com uma pessoa tomava controle de seu corpo apagando seu censo comum, deixando-a irracional, descontrolada, e pior, faminta por carne. Algo, que o governo não conseguia controlar ou isolar se espalhando rapidamente pelos quatro cantos do mundo, erradicando um por um os seres vivos da existência da terra.

Os poucos que restaram optavam por suicídio, ou mesmo homicídios, era muito pequena a porcentagem de humanos em sã consciência no decorrer dos anos até que, finalmente, sobrou somente um.

Lihun, corria desesperadamente pelas ruas sentindo o medo remoer até os ossos. Ele, o último sobrevivente dos humanos tinha persistido mesmo perante a queda da humanidade, vivendo sempre mais em busca de uma esperança, uma luz. No entanto, tudo o que o pobre Lihun encontrava dia após dia era desespero e sofrimento, sem poder dormir ou comer bem ele aos poucos perdia a fé de encontrar mais alguém assim como ele, e seu último fio de esperança, um refúgio de sobreviventes em Seul, havia sido dominado pelos mortos-vivos. E, pelo estado da urbanização não foi uma destruição recente.

Lihun estava, nesse momento, tentando escapar da manada de zumbis que o perseguira durante sua busca. Ele sequer se lembrava do sentimento de conversar com outra pessoa, tomando em conta que seu grupo de amigos pereceu cedo demais, e para manter o desejo de todos Lihun continuou seguindo em frente. Porém, cansado e desmotivado, o jovem já não via mais sentido em nada. Ele não lembrava quando o surto do vírus começou, talvez anos ou somente meses? Viver em um apocalipse fez o tempo ser irrelevante, sobreviver se tornou o objetivo principal acima de qualquer coisa. Tudo o que Lihun se lembra é de perder mais e mais pessoas queridas, sem poder ter uma refeição minimamente decente, ler boas histórias ou ter a felicidade de uma conversa com alguém que não quisesse lhe arrancar a carne.

Ele tropessou em meio a perseguição.

Os mortos-vivos ainda estavam a uma distância que o possibilitava levantar e correr, mas para quê? Prosseguir sozinho e triste?

Lihun derramou as lágrimas que tanto segurava, elas escorreram por seu rosto descontroladamente. O garoto se sentia derrotado, esgotado fisico e emocionalmente, então, para quê resistir?

"Eu não aguento mais, estou cansando e cansado... Isso não acaba nunca! Eu só quero... Só quero deixar tudo pra lá e desistir". Choramingou ressentido, olhando para trás e se deparando com as centenas de mosntros, esperando para lhe comer. " Mas não assim... Vai doer muito desse jeito, não para coisas como eles!". Lihun pegou sua mochila e dentro procurou pela pequena pistola que tinha, ironicamente possuindo apenas uma bala. Ele recarregou, e posicionou-a embaixo do queixo para que o tiro lhe desse uma morte rápida e indolor, respirou fundo algumas vezes antes de fechar os olhos e puxar o gatilho.

'Isso dói! Dói!! Porque dói tanto?! Não era pra ser assim!'

O pobre Lihun não sabia que, ao invés de acertar diretamente a cabeça, o tiro desviou mais para baixo, acertado em um local que o faria morrer por hemorragia lentamente. Sem poder falar ou se mexer, ele apenas continuava soluçando silenciosamente, ouvindo os zumbis se aproximarem cada vez mais.

'Dói muito... Porque tem que ser assim? Eu só queria ler coisas boas com amigos, comer comidas gostosas e dormir em uma cama quentinha, porque tudo é tão assustador? Deus, por favor... Se puder me escutar, em uma outra vida eu quero um lugar bom, nunca ficar sozinho e viver em paz...'

Esses foram os últimos pensamentos de Lihun antes de perder totalmente a consciência.

[...]

O garoto abriu os olhos lentamente, a claridade lhe doeu a visão deixando-o desnorteado por alguns segundos antes que pudesse focá-la. Lihun parecia estar em um tipo de floresta, bem ao lado de um afluente, se encontrava confuso e demorou um tempo para que recobrasse os sentidos e lembrasse dos acontecimentos passados. Foi então, que ele levantou guarda e em um susto saltou de onde estava deitado ficando de pé enquanto procurava perigo de um lado para o outro.

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⏰ Última atualização: Sep 21, 2022 ⏰

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