Cap. 14 - Presente de grego

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Ahhhh garota, eu vou te desestruturar.

Quando se tratava de vingança, na cabeça de Benício, a morte era uma verdadeira benção. Odiava admitir que, quando atiçado, era bastante vingativo e agora com seu lado macabro à solta, bastava se dedicar à estratégia.

Fez um organograma mental de tudo o que precisava descobrir sobre Isadora, já deduzindo que todas as informações que ela tinha soltado nas conversas via whatsapp e durante o encontro eram mentiras, a única coisa que poderia julgar ser verdade era que ela e Anita se conheciam. Mas isso já tinha dividido com Henri e ele, com toda certeza já tinha descoberto bastante coisa, o problema era que, como péssimo mentiroso que Henri era, estava tentando fingir que não sabia nada além do que conversavam.

Considerou uma verdadeira pena o grande Hórus também estar preso, embora o hacker fosse sair muito antes que ele da prisão, sentia uma ponta de inveja.

A cada flexão que fazia, dentro da pequena e abafada cela, Benício se via torturando Isadora. Por um momento achou extremamente confortável a sensação de ódio. Estranhamente era como se fosse um de seus sentimentos default.

No meio de conjecturas, pensamentos dissonantes, meditações, yoga e um sono perfeito, os quinze dias de solitária passaram voando.

Quando os carcereiros o moveram da solitária de volta para sua cela, seus companheiros desviavam o olhar e evitavam cruzar seu caminho. No pátio, apenas uma pessoa se atreveu a chegar perto dele.

— Wallace, eu tenho um serviço pra você. - Disse Benício quando Wallace se aproximou.

— Serviço? Aposto que agora a senhora quer sal rosa do Himalaia pra espantar o Diego? - Disse colocando a mão na cintura, exalando toda uma energia "bicha pare!".

— Não, Diego não me afeta mais. Você vai sair daqui em breve, quero que encontre tudo sobre algumas pessoas. - Ofereceu um cigarro a Wallace que prontamente, pegou e levou a boca.

— Agora estou todo ouvidos. Nomes.

— Isadora Moraes e Anita Stier. - Benício acendeu o cigarro de Wallace e em seguida o próprio.

— Anita... como diz Henri, a puta loira. - torceu os lábios. - o senhor deveria saber muito mais do que eu nesse caso.

— O que eu sei não adianta nada. Era basicamente sexo. Conversas efêmeras e mais sexo.

— Conversas efêmeras... - repetiu a fala de Benício finalizando com um muxoxo em negação - Essas "conversas" é por onde sacamos informações importantes. Pulei essa fase e olha onde estou?

— Como eu deveria saber? Eu sempre estive com a mesma pessoa, quando pulei a cerca de verdade, olha no que deu!

— Ah, Benício, pare! Com essa tua cara de sonso, tu quer que eu acredite que tu ficou quase vinte anos, com uma única pessoa?

— Uai? Fiquei! Nós namoramos dez anos e moramos juntos por mais quase dez anos. Ela foi minha primeira em tudo e até conhecer a Anita eu nunca tive a necessidade de me relacionar com outra mulher que não fosse a minha.

— Gente... Então porquê que a Olívia tinha tanto ciúmes?

— Acho que justamente por eu não estar interessado em outras pessoas e os maridos, namorados e afins das amigas estarem sempre aprontando, ela concluiu que eu também fazia merda, só que escondia muito bem.

— Mas sério mesmo?

— Só beijei outra mulher quando a gente deu um tempo no ensino médio e não passou disso.

— To passada. Eu já perdi as contas de com quantas pessoas eu já fiquei. - ponderou - nesse tempo todo, antes da presença de Anita, você nunca se apaixonou por outras? Ou desejou?

Terra Proibida - EssênciaWhere stories live. Discover now