Capítulo 3

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Três dias após a recusa ao pedido de lorde Rodwell, Mary agradeceu a forma como Poppy, sua criada pessoal, arrumara seus cachos

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Três dias após a recusa ao pedido de lorde Rodwell, Mary agradeceu a forma como Poppy, sua criada pessoal, arrumara seus cachos. Os fios escuros eram volumosos e pareciam se emaranhar em uma disputa caótica, mas ela sempre conseguia domá-los e transformar a bagunça em um lindo penteado ornamentado. Ela tinha um objetivo muito delimitado naquela noite: se mostraria acessível ao amor. Se houvesse algum cavalheiro por quem pudesse se apaixonar, ela o encontraria.

— E aqui está a sua máscara, milady. — Poppy trazia a máscara dourada como quem portava a coroa real. — Vai ficar esplêndida! Ó, como eu gostaria de poder ir em um evento assim...

Mary gostava do fato de Poppy compartilhar de sua energia romântica. A criada sempre a arrumava com esmero antes dos eventos e ouvia cada detalhe que a patroa quisesse compartilhar enquanto a arrumava para se deitar. Mesmo cansada, a dama gostava de compartilhar com ela suas aventuras.

— Lady Mausborne está mesmo inspirada, dois bailes em um único mês? — Poppy continuou. — Minha prima, você sabe, trabalha lá na cozinha, ela disse que tudo está caótico e que a criadagem quase enfartou quando descobriu o segundo baile.

Mary se apiedou dos criados, mas não conseguiu segurar o riso.

— Ouvi dizer que a família do falecido lorde Mausborne está na cidade e, por isso, teremos esta segunda comemoração.

— Sim, até porque lady Mausborne vai viajar em breve, para esperar o bebezinho, foi o que minha prima me contou.

Mary sorriu. O bebezinho que Poppy mencionara se tratava do filho de seu irmão mais velho, Henry Blackburn, que há dois anos havia se casado com Annelise, uma sobrinha desaparecida de lady Mausborne. Por meio da união, Mary considerava a condessa-viúva como parte de sua família e se animava para todos os eventos que a tia realizava.

— É verdade, acho que não demorará muito para que eu conheça minha sobrinha lindinha!

— Pode ser um menino — a criada a lembrou.

Mary deu de ombros.

— De qualquer forma, estou ansiosa para conhecer! Agora, que tal me ajudar a colocar a máscara, para que eu veja como o traje ficou?

A criada, parecendo lembrar-se de suas funções, assentiu e se apressou em ajudá-la. Mary se levantou da penteadeira e fitou sua aparência no espelho e quase não se reconheceu. Naquela noite, a mãe havia concordado que a jovem usasse uma cor mais forte, fugindo da aparência tão etérea que quase sempre portava.

O tecido verde se mesclava com os ornamentos em dourado e criavam outra versão de si mesma, ela refletiu. As mangas, levemente bufantes, possuíam bordados dourados na barra, que imitava o mesmo brilho disposto na saia. A máscara, contornava seus olhos e seu nariz, deixando a mostra apenas os lábios em formato de coração, levemente cheios.

— A senhorita está lindíssima!

Na mesma hora, ouviram batidas na porta e uma cabeleira loira se fez presente. Era Natalie. Mary correu até ela, abraçando-a com força, sem cogitar a possibilidade de que a irmã pudesse se machucar.

O Destino de Lady Mary | Irmãos Blackburn 4Where stories live. Discover now