Meu Deus, esse cara é um escroto de merda! Eu não lembrava do quanto ele é sem noção, do quanto cada palavra que sai da boca imunda dele são nojentas e o quanto ele é igual, ou pior, que o Brown. Foram poucas as vezes que eu estive perto dele nesses quatro anos, coisa de umas seis vezes, no máximo, e toda vez ele consegue ser mais nojento e ridículo.
Me levantei com raiva e revoltada pra caralho, me abaixei e segurei na barra da legging puxando pra cima, meu coração palpitando rapidamente e eufórico.

Carmem: A porra de uma prova, era o que tu queria?! - Levantei deixando a cicatriz da minha perna bem a vista. Os olhos dos dois percorreram ela e depois pararam no meu rosto. - E tem mais! - Me virei de costas mostrando a marca de tiro na panturrilha, me virei para eles de novo e apontei com o dedo a marca bem leve na clavícula. - A porra do meu osso da perna, quebrou ao meio e saiu pra fora. Ele me deu três tiros depois de ter me jogado da escada, e antes disso tudo, ele me espancou. Isso tudo em minutos.. - Minha voz falhou um pouco e eu senti meu rosto molhar com algumas lágrimas. - Eu suportei quatro anos, porque eu era ameaça de morte e quando eu finalmente saí disso, ele tentou me matar!

Sobral: E o aborto? Tu abortou um filho dele, não foi? - Ele se levantou e veio se aproximando. - As pessoas dizem, que ele tentou te matar porque tu tirou o filho dele e isso ele confirma.. mais um motivo pra mim acreditar nele e não em você.

A porta abriu e o Brown entrou, encarei ele jo mesmo instante e ele fez o mesmo, levando o olhar até o tio parado na minha frente. Mordi minhas bochechas por dentro, apertando minhas mãos fechadas, com raiva e lembrando de tudo.. ele mentiu sobre tudo.

Brown: Deixa a Carmem quieta, tio. - Mandou e o cara riu, virando um pouco a cabeça.

Sobral: Não, tô tendo um bom papo com ela. - O Brown me olhou curioso e eu balancei minha cabeça, não acreditando no que ele fez. - Essa carinha de boba, inocente e meiga, esconde a mentirosa que ela é. As mentiras que essa menina espalhou, tão respingando na minha família, Brown.

Carmem: Fala. - Disse com a voz trêmula e o choro entalado na garganta. - Fala a porra da verdade, seu filho da puta! Seja homem uma única vez nessa tua vida de merda e fala o porquê, de eu ter tirado aquela coisa.. - As lágrimas caíram pelo meu rosto e ele ficou quieto, então eu gritei. - Fala porra! Seu covarde..

Brown: Tio, deixa a Carmem em paz. - Mandou de novo e eu dei uma risada nervosa, ele deu alguns passos em direção ao corredor.

Acompanhei com o olhar e respirei fundo antes de começar a falar.

Carmem: Não vai falar?! - Ele continuou andando e me ignorando. - Que você me drogou, me levou pra um barraco e me estuprou! - Gritei e ele parou de costas para nós, os dois homens se olharam. - Fala pra eles, Brown.. que além disso, você deixou outro cara me estuprar e que eu engravidei nessa merda! - Olhei para o tio dele, meus olhos embaçados pelas lágrimas e minha voz falhando. - Foi por isso que eu abortei aquela coisa.. que talvez nem dele fosse.

Abri meus braços ainda chorando, me afastando dele e sentindo meu peito doer, o ar me sufocar em meio a crise de medo e as lembranças surgindo na minha mente. Repassando como um filme sem fim, várias e várias vezes.

Vi de relance o Brown se virar, o peito subindo e descendo rápido. Em passos rápidos ele veio até mim, a mão segurando meu pescoço e o próprio corpo me empurrando para trás, bati meu corpo na parede e gemi de dor.
Olhei nos olhos dele, repletos de raiva e desgosto. Ele apertou o meu pescoço e deu um soco na parede, bem ao lado do meu rosto.

Brown: Cala a boca. Carmem, eu juro que se.. - Cuspi no rosto dele.

Ele ficou quieto e passou a mão livre no rosto, limpando e balançando no ar a mão suja com meu cuspe.

Carmem: Vai se foder! - Os olhos me olharam de novo, a expressão mil vezes mais irritada. - Me matando ou não, você já tá morto seu filho da puta.

A mão dele escorregou pro meu cabelo e ele puxou, me fazendo inclinar e andar na direção em que ele me puxava pelo cabelo. Meu couro cabeludo doía com os puxões e eu gritei com ele, nenhum dos dois homens alí se mexeram para fazer algo.. olhei ao meu redor, no meu campo de visão apareceu um balcão branco. Ele me colocou contra o balcão e ficou atrás de mim, segurando agora os meus braços ali em cima.

Brown: Eu te estuprei?! - Perguntou gritando no meu ouvido e uma das mãos passou pela frente do meu corpo, tateando em direção a borda para puxar. - Em?! Fala porra!

Arregalei meus olhos em um desesperos mortal.. a mão forte puxou a calça na parte de trás e ouvi ela descosturando, meu coração se apertou e minha garganta secou, ouvindo ele puxar mais e a costura abrindo. Tentei me soltar mais foi impossível, ele empurrou minha cabeça contra o balcão e eu gritei, implorando para ele não fazer isso..

Meu desespero aumentava a casa segundo e eu passei a mão pelo balcão, procurando por algo. Encostei em algo e parecia a ponta de um cabo, mexi um pouco minha cabeça e reconheci um martelo, as pontas dos meu dedos encostando nele.. senti a mão gelada do Brown encostar na minha calcinha, neguei com a cabeça e me impulsionei para trás. Ele soltou minha cabeça e eu levantei ela, batendo contra o queixo dele, ele gemeu com dor e se afastou, mas me deu um soco no rosto como resposta.

Agarrei o cabo do martelo e me virei rápido, vendo uma das mãos dele no rosto e a outra em cima do balcão, gritei com ódio e bati o martelo em cima dos dedos dele duas vezes. Ele gritou e caiu no chão, o celular e uma arma caíram da cintura e bolso dele.. olhei e rapidamente corri até a arma e a peguei.
Levantei apontando ela para os dois caras, segurando o martelo na outra e com a respiração ofegante. O primo do Brown me olhou com os olhos arregalados, o tio dele observava com atenção e o Brown, continuava caído com sangue nas mãos.

Carmem: A chave do carro, agora! - Gritei e o tio dele fez menção de se aproximar. Sem nem pensar duas vezes, apertei o gatilho e atirei no braço dele. - Nem tente de novo, ou eu vou te matar! Eu quero a chave do carro.

O tio dele gemeu apertando o ferimento com a própria mão enquanto o sangue escorria, o outro então não teve opção porque ele viu que eu realmente falava sério. Então ele tirou uma chave do bolso e jogou nos meus pés, me abaixei e peguei rapidamente, sem largar qualquer coisa. Fui dando passos de costas, em direção a porta e observando o Brown no chão, sorri com aquilo..

Brown: Carmem! - Ele gritou e eu ri puxando a porta para abrir. - Eu vou te matar, puta desgraçada! Porra!

Carmem: Não, você não vai. Quem volta da morte tem corpo fechado, seu inútil! - Respirei fundo e mirei entre as pernas dele. - Tu não vai morrer hoje porque eu não quero, a morte é pouco pra você.. e eu ainda vou te ver pendurado pelos pés na sala do meu pai, sangrando igual um porco no abate. Eu vou estar lá a cada segundo da sua morte e eu vou ser o último rosto, que você vai ver.

Avisei e então apertei o gatilho, foram três disparos e eu corri para fora em direção ao carro. As portas estavam destravadas e eu entrei rápido, coloquei a arma no banco e fechei as postar travando elas.. Sorri colocando a chave na ignição e ligando o carro, pisei no acelerador e dei risada ouvindo o GPS perguntando qual era o meu destino.

Fiéis Amantes - [M]Où les histoires vivent. Découvrez maintenant