A porta de madeira velha rangeu algo, e só aquilo o deu arrepios, na hora se arrependeu, mas ao olhar para fora, tudo mudou.

O sol estava quente, o ar fresco e o céu muito azul. O dia estava lindo, e a sua vontade era de correr e se jogar na grama, talvez até brincar com lama se ele tivesse algum acesso a água.

A grama não era muito verde e a árvore era mal cuidada, mas ficou fascinado com tudo ali. Fazia tanto tempo que não via nada além daquele minúsculo cômodo que cheirava a poeira e mofo.

Engatinhando, - porquê era mais fácil andar assim e ele queria sentir a grama. - explorou um pouco do jardim, nunca se afastando muito porquê ainda tinha muito medo.

E não muito longe da porta, no meio da grama alta, ele achou a coisa mais bela que ele poderia ter visto em anos.

Uma florzinha, uma simples florzinha que nasceu ali por acaso, e que parecia tão preciosa aos olhos do menino.

...

As vezes, quando ganhava um copo de água, ele fazia questão de beber metade e esconder a outra, porquê quando o homem saia, ele se arrastava, e regava sua flor com o restinho que tinha.

As surras ficaram ainda piores.

Era ainda mais frequente do que no começo, e muito mais violentas também.

Mas saber que quando ficasse sozinho, poderia ir até o lado de fora ver sua florzinha, fazia um sopro de esperança passar pelo seu coração.

Aquela simples flor era tão bela, tão preciosa e delicada.

Louis queria ser daquela maneira, ele queria ser delicado e livre. Viver do lado de fora e ver a grama e o sol todos os dias. Escutar os pássaros cantando ao vivo de cima da árvore. Ele queria ser aquela florzinha. Tão pequena e frágil, mas que irradiava vida.

E talvez, Louis realmente tivesse algo em comum com a florzinha. Porque assim como ele, aquela florzinha era iludida, e nada nunca iria dar certo, eles estavam fadados a miséria.

...

Era um dia lindo para Louis. Na verdade quase todos os dias eram lindos para ele, todos os dias que ele ia visitar sua amiga era um dia lindo.

Ele considerava ela sua amiga depois de tanto tempo cuidando dela. Conversava com ela o dia inteiro quando podia, ela sempre estava ali para quando ele fosse vê-la.

Até aquele dia.

Ele não imaginou que isso poderia acontecer um dia. Talvez estivesse ficado tão focada na flor que esqueceu a realidade que realmente vivia.

Ele não esperava que aquele homem fosse chegar enquanto ele estava lá fora.

Ele não imaginou que aquela seria a última vez que a veria, a última vez que se iludiria pensando que era tão livre como aquela flor um dia foi.

O homem chegou gritando, seu coração gelou e seu corpo ficou paralisado de medo. Ele não sabia o que fazer, não havia nada a ser feito.

Ele apenas deveria ter aceitado sua vida do jeito que ela estava.

Quem caralhos te deixou sair moleque?! Eim?! Você não é o corajoso que sai por aí sem permissão?! Então por que não me responde agora porra!!

Ele não conseguiu se mexer, não conseguia respirar.

A única coisa que conseguiu fazer quando a grande mão se levantou pronta para da-lo um golpe, foi entrar na frente de sua esperança. E para que?

O homem percebeu. Arrancou-o dali, e viu.

Ele tentou lutar quando viu sua intenção, ele colocou sua mãozinha já machucada na frente, mas o homem era muito mais alto e forte que ele, e o tênis que usava pisoteou sua mão com a flor embaixo.

Não! - Ele gritou desesperado. Não conseguia enxergar mais nada por conta das lágrimas que transbordavam de seus olhos.

Aquela coisa pareceu ficar ainda mais possessa, e com sua mão e tudo ali, ele pisoteou mais uma vez, com ainda mais força. Jogou Louis mais uma vez para o lado, no chão, e em sua frente, ele acabou com seu último sopro de esperança, esmagando-a em frente aos seus olhos, com ele não podendo fazer nada além de assistir.

O resto passou como um sonho em sua cabeça.

Ele sabia que tinha sido espancado, sabia que estava muito machucado, mas não conseguia nem mais chorar.

Mas quando tudo finalmente acabou e ele estava no quarto escuro e gelado novamente, ensanguentado no chão, a sua fixa caiu.

Não, sua mãe não voltaria para buscá-lo. Não, não havia porquê ter esperanças. Ele só era tolo de um dia ter acreditado nisso.

Não havia mais esperanças.

E uma última lágrima escorreu de seus olhos azuis uma última vez antes de desmaiar.

Continua...

apesar de eu já ter ideia de tudo que aconteceria nessa fanfic desde o primeiro capítulo, ainda foi muito difícil para mim escrever.
eu amo demais meus personagens, e realmente fico tocada com cenas assim.

mas lembrem-se, que tudo isso é passado!! Louis está seguro agora com nosso Harry que vai proteger ele com unhas e dentes!!

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beijinhos, e até mais <3

「Always my little baby」٠ versão larry stylinsonWhere stories live. Discover now