Capítulo Treze

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Tóquio/Japão

Rayssa Marques

Uma semana se passou desde aquela noite onde perdi minha virgindade com Hiroshi e a descoberta de que ele é o chefe da Hageshī. Voltei ao meu trabalho e tive algumas novidades, um ex-membro da máfia chinesa foi encontrado esquartejado dentro de um saco preto em um riacho. Nossa primeira suspeita é que algum membro da máfia japonesa tenha o raptado e feito isso, não é novidade que ambos são rivais então é comum esse tipo de coisa acontecer no meio deles.

As informações mais confidenciais oculto de Hiroshi e só comunico as que não prejudiquem meu trabalho, eu não queria fazer isso, trair minha equipe e a agencia, mas minha família é muito importante para mim e não posso deixar que as vidas deles fiquem em risco. Não posso prever seus próximos passos e muito menos o que fara, estou em uma situação onde o meu medo é que ele tente algo contra a minha família caso eu não dê as informações.

Antes de eu voltar para o meu posto ele fez questão de me dar um relógio com câmera embutida e grampear meu celular para garantir que não revelaria o que está acontecendo a Interpol. Sou agora vigiada 24h por dia por Hiroshi, quando eu conseguir me livrar dessa situação vou acabar com ele com minhas próprias mãos. Farei questão de entregar sua cabeça para a Interpol.

Sou tirada de meu transe com meu celular tocando, tiro ele do bolso e vejo o nome de Aya nele. Aya me ligando? Milagre, aceito a chamada.

— Alô?!

— Oi, gatinha, queria saber se você ainda é solteira.

Ah deve ser um dos alters dela, Aya possui Transtorno Dissociativo de Identidade causado por grandes traumas relacionado a bullying na infância até a faculdade por ser asiática e também por causa de um relacionamento abusivo que teve na adolescência. Ela tem dois alters que se chamam Estelar e o Noah, ele é muito sem vergonha e tenta ter minha atenção mesmo eu tendo lhe dado um fora.

— Ei! Já falei para parar de dar em cima da minha prima! — Aya fala brava.

— Aya? Está tudo bem?

— Hum? Ah está sim, tirando o fato do Noah ter te ligado e trocado de lugar para dar em cima de você.

— Oh, mas eae como anda seu trabalho na empresa?

— Tudo está indo maravilhosamente bem.

— Ah que bom.

— Oi, Rayssa! Como vai?

— Eu vou bem, Estelar. Obrigada por perguntar.

— Ok gente vamos voltar ao trabalho, minha prima está ocupada, tchauzinho!

A ligação é encerrada, guardo o celular no bolso e volto ao meu trabalho. Respiro fundo e volto a minha atenção para o caso, nesse momento Kenji entra e fala que outro corpo foi encontrado dessa vez na porta de um templo budista. Saímos do Departamento indo até o local, chegando lá vejo várias pessoas ao redor do templo junto dos peritos criminal. Pedimos para que se afastassem então passamos por debaixo da fita vendo um homem sem os olhos e com a garganta e pulsos cortados.

Os métodos de morte da máfia estão cada vez mais diferenciados, isso é muito assustador. Analiso o corpo mutilado e os peritos tiram fotos para investigarmos depois, me ajoelho e noto que o corte no pescoço não foi feito por uma lâmina. Esse tipo de corte.... foi feito com linha de pipa, mas pela profundidade era uma linha chilena.

O IML chega e coloca o corpo dentro de um saco preto, nesse momento recebo uma ligação, deve ser o Hiroshi. Peço licença ao pessoal e vou para um canto, aceito a chamada.

— Fala.

— Alguma novidade, detetive?

— Só o caso de um homem que foi encontrado sem os olhos e com a garganta e pulsos cortados.

— Hum certo, espero que não cometa nenhuma gracinha para se safar senão.

— “Mato seu irmão e sua mãe” eu já entendi seu cretino.

— Bom mesmo, depois que seu turno terminar pedirei a um dos meus homens que a busque no parque e a traga ao meu escritório.

— Tudo bem.

Encerro a chamada e me assusto ao ver Marcos que me pergunta o que fazia no canto. Minto dizendo que tive que atender uma ligação da minha mãe, saímos do templo voltando para o Departamento.

O meu turno chega ao fim, me despeço de todos e saio do Departamento indo ao parque. Chegando lá avisto um Jeep Compass preto, assim que me aproximo o vidro do motorista é abaixado revelando um homem de óculos escuros.

— Rayssa Marques?

— Sim sou eu.

— Entre antes que alguém a veja.

Abro a porta de trás e entro, o homem põe uma venda em mim e dirige para fora do parque rumo ao escritório. Provavelmente fez isso para que eu não sabia o caminho até lá, espero muito que ninguém do Departamento tenha me visto entrando aqui. Tenho que ser o mais cautelosa possível para que não desconfiem de nada, quanto menos pessoas souberem melhor.

Quando chegamos ele tira a venda de meus olhos, vejo que é um cassino clandestino. Cassinos no Japão são proibidos, mas parece que a Hageshī abriu um para fazer lavagem de dinheiro. Sou escoltada para dentro dele, vejo pessoas que parecem ser ricas apostando e participando de vários jogos de azar.
Paramos em frente a uma porta de cor mogno, respiro fundo e abro ela.


























A Detetive do Mafioso Where stories live. Discover now