Capítulo 17

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S/N POV

-- S/n? -- Sadie me olhava surpresa, mas com os olhos marejados -- o que... O que faz aqui?

-- você procura por um doador. -- disse e apontei para mim -- aqui estou eu.

-- mas... Por que? -- ouvi sua voz tremer, o que fez meu peito apertar.

Ela parecia quebrada. Seus olhos não brilhavam e seu rosto não estava vermelho pela fofura que carregava com ela, mas sim pelas incessantes lágrimas que derramava.

Eu estava ali para salvar um vida, mas talvez ela também precisasse ser salva naquele momento. Era hora de esquecer o passado e focar no presente.

-- S/n também é portadora do mesmo sangue do seu irmão. -- Diz Millie, respondendo a pergunta de Sadie.

A ruiva volta a me olhar e então, desaba. Vou até ela, a pegando cuidadosamente em meus braços e permitindo que ela chorasse a vontade. Ela me abraçou de volta e me apertou como se eu pudesse ir embora a qualquer momento. Seus soluços eram altos e repetitivos.

-- está tudo bem. -- sussurrei em seu ouvido -- eu estou aqui.

Ela nada disse, mas agarrou a minha blusa e me apertou mais em seus braços. Passava minha mão para cima e para baixo em suas costas numa tentativa de acalma-la. E com o tempo, seus soluços foram cessando.

Ela continuou me segurando mesmo após ter se acalmado, e eu não fazia questão de solta-la até que ela estivesse pronta para o fazer. Então continuei ali.

Sadie se separa lentamente de mim, mas continua perto o suficiente para me deixar estranhamente nervosa. Ela olha em meus olhos. Azuis profundos e chorosos. Cuidadosamente, levo uma de minhas mãos ao seu rosto, secando suas lágrimas enquanto vejo a ruiva fechar os olhos para o carinho que fiz em seu rosto logo depois. Ela logo volta a me abraçar. Desta vez, parecia diferente. Parecia saudade. Parecia arrependimento. Parecia genuíno.

-- Senhorita Walker? -- Sadie e eu nos separamos ao ouvir a enfermeira chamar pelo meu nome.

-- sim? -- pergunto.

-- pode me acompanhar, por favor? -- pergunta -- iremos fazer a coleta do sangue. Precisamos o mais rápido possível.

Olho para Sadie, que me olha de volta. Então sorrio para ela.

-- sim, é claro! -- iria começar a segui-la, mas lembro de um pequeno detalhe. -- desculpe...

A enfermeira para e me olha confusa, como todas as meninas.

-- pois não? -- pergunta.

-- por acaso, será usado agulha? -- sorrio sem jeito, vendo Amy revirar os olhos e Millie segurar a risada.

-- sim, precisamos disso para fazer a coleta. -- responde ainda confusa. -- se você se sente mais confortável, pode levar acompanhantes.

-- a gente vai com você. -- Diz Sadie, compreensiva depois de entender o meu medo de agulhas.

Assinto, e juntas, seguimos a enfermeira para a sala de coleta.

[...]

-- S/N, pelo amor de Deus, é só uma agulha! -- Diz Amy, com um revirar de olhos.

NINGUÉM DISSE QUE SERIA FÁCIL (SADIE SINK)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora