Tales From The Upside Down

𝕮𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗 9: 𝖉𝖊𝖆𝖗 𝖊𝖉𝖉𝖎𝖊

Ela tocava com o
coração.
Colocava todos os
sentimentos em cada
nota.

A Hailee deslizava
pelas teclas de uma
maneira que eu juro...
Beethoven nunca
conseguiu...

Mas com tudo o que
aconteceu... As asas
dela foram cortadas e eu
nunca mais á ouvi tocar.

✦✧✦✧✦𝖊𝖉𝖉𝖎𝖊✦✧✦✧✦

ɪɴᴅɪᴀɴᴀ, ʜᴀᴡᴋɪɴs
10 ᴅɪᴀs ᴀᴘᴏs ᴀ ʙᴀᴛᴀʟʜᴀ ғɪɴᴀʟ

— Eu só preciso de um tempo... — pede Max. — daqui a pouco você pode vir aqui...

— Tudo bem, eu consigo ver você da van — aponto para o veículo parado em frente ao estacionamento do cemitério.

— Espero que você olhe o embrulho Eddie, sério eu espero muito. — ela fala e em seguida passa a mão na grama em frente á lapide dela. — pela Hailee.

Eu apenas assinto me negando á olhar para a lapide.

— Eu vou indo tá ruiva...

Eu me viro de costas puxando o capuz mais para frente do rosto. Caminho rumando a van e entro rapidinho quando chego na mesma.

Olho para a Max lá sentada em frente á lapide dela. Respiro fundo, passo a mão no cabelo. Encaro o embrulho no banco da passageiro.

Eu quero abri-ló mas depois eu nunca mais ganharei nada novo dela e é por isso que eu ainda não abri... E Talvez por que... Respiro fundo, várias e várias vezes.

Tentando tranquilizar minha respiração para não chorar mas não consigo e quando não consigo evitar eu choro e soco o volante.

— Por que... Por que tem que doer tanto?

— Por que você ainda me ama... — escuto uma voz dizer ao meu lado.

Abro meus olhos e olho para o banco do passageiro. E ali eu á vejo. Bem aqui do meu lado. Ela está radiante, usando seu all star amarelo e uma jaqueta jeans com bordados de margaridas. Sorrio por uns instantes até me lembrar de que não é real.

— Não... Não você não é real... — eu choro.

Ela me encara com os olhos verdes azulados me fitam de uma maneira que eu conheço bem.

— Tem razão, eu não sou... Eu na verdade sou seu mecanismo de defesa.

— É minha mente ferrada querendo ajudar eu a me livrar da dor...

— É uma boa colocação.

Eu respiro fundo.

— Queria que fosse você, de verdade. — eu falo — queria que você realmente estivesse aqui.

— Ah amor...

Olho o céu azul através do retrovisor.

— Eu fui tão idiota... Deveria ter reparado naquela marca no seu pulso... Deveria ter impedido... Assim eu... Eu ainda teria você aqui comigo.