O Amor da Minha Vida

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- Olá treinador! – Eu disse quando ele chegou segurando as bolas.

O treinador é um homem branco, sua pele exposta ao sol fica mais branca ainda. Motivo esse dele ser treinador numa quadra fechada de basquete. Seu torso evidencia um homem focado em treinador os seus alunos do que ele mesmo. Seu peitoral não fica evidente na camisa, mas está lá duro. Corpo com leves definições no geral. Seus olhos azuis eram penetrantes principalmente pelo ponto preto ao centro. Isso conferia um olhar intenso.

Eu gostava desse olhar e sua barba bem curta, mas completa e desenhada num maxilar quadrado firme de anos lidando com esporte. Para mim, ele é o cara de 35 anos com corpo dentro do normal com um peitoral nem liso nem trincado.

Sempre o via com o mesmo penteado. Um topete na frente desenhando seus fios. Se colocasse um termo poderia jurar que ele era um empresário engomadinho...

- Olá, Victor! – Sorriu. Seu sorriso era largo e jovial. Sabia muito bem que aquele sorriso era mais encantador do que deveria ser. Suas covinhas se formavam no queixo quadrado embaixo da rala barba.

- O que teremos hoje de treino?

Estávamos caminhando ao centro da quadra onde estava os outros alunos. Ele parou me encarando ainda com o sorriso e um olhar maroto.

-Sabemos que você não gosta de esporte. – Cutucou minha barriga avantajada- Seu gordinho.

Gargalhei um pouquinho e pensei: "Gordinho, mas tu gosta ne!". Não precisei externar esse pensamento. Pela sua expressão e sua piscada de olho. Ele entendeu.

Chegando na galera pegou o apito em seu pescoço e soou. Atraindo a atenção de todos ali.

- Bom, pessoal. Hoje é um dia diferente! O Ano não está muito bom para nós...

Eu vou saindo de fininho. Com um sorriso de satisfação. Consegui o que queria ali. E segui meu caminho para a sala de redação da escola.

Por sala de redação, digo uma salinha de 3x3 que o diretor ofereceu a mim a 1 ano atrás. Quando ganhei o prêmio de Melhor Aluno da Escola Formando Humanos. Ele me ofereceu o jornal da escola que servia para dar comunicados e emitir opiniões diversas sobre diversos assuntos e cobrir eventos como o basquete da escola.

Os corredores estavam meio vazios. Muitos alunos estavam em atividades distintas. Formando Humanos tratava todo tipo de atividade extra curricular desde que tenha no mínimo 3 alunos. Jornalismo não era algo que alguém se interesse. O diretor me deu esse cargo como forma de promover a escola frente a outras. Nunca deixei de emitir minhas opiniões e ele sempre engoliu seco minhas abordagens. Ele não poderia controlar o melhor aluno da escola. Quando esse estava para participar no final desse ano do prêmio Melhor Aluno da Região. Isso iria atrair muitos muitos alunos.

Entrei na minha sala e segui para o computador numa mesa modesta. Ouço a porta abrir e vejo o diretor adentrar. Um homem pequeno de estatura. Antes de abrir a boca eu já sabia que era algo para eu fazer. Jonas é um diretor quase 100% do tempo honesto. Nem gordo nem magro. Sua pela negra como a minha. Uma barba cheia e fielmente aparada pelo mesmo barbeiro de sempre. Terno alinhado. Seu cabelo se assemelhava ao meu. A diferença era que eu não penteava meus cachos que fazia questão de cortar na 1 ou 0. Ele não, deixa o cabelo aparecer. E penteava seus encaracolados.

- Boa Tarde Victor! Tenho uma nova matéria para você. – Tomou um folego – Gostaria que você fizesse uma matéria sobre o time de basquete. Levantasse a moral deles frente aos outros alunos e também a sociedade que por ventura leia o jornal da escola. Entende o que quero dizer? Quero não um artigo dissertativo-Argumentativo e sim um "artigo comemoração". Não precisa passar por mim para revisão. Teria um prazo para mim?

Quando o Pôr-do-sol não é lindoWhere stories live. Discover now