Prólogo

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O forte gosto de sangue invadia minha boca, atordoando minha mente, deixando-me louco de desejo. Estava deitado de costas, desejando que minha visão não estivesse tão embaçada ou que a consciência não me fugisse com tanta rapidez enquanto uma dor lancinante tomava meu braço esquerdo indicando que algo estava quebrado, me tornando um alvo fácil.
Eu podia sentir a morte arrastando-se em minha direção e sabia que o fim estava próximo ao observar meu assassino se aproximar, rindo da minha dor. Fui um idiota por vim aqui, antes de tudo. E agora ia pagar por minha idiotice. Mas eu não podia morrer, não agora. Sabia que ela ainda estava me esperando, sabia que ela ainda tinha esperanças de me ver.
Meu destino fora traçado há alguns meses atrás. Parecia inacreditável que isso realmente estivesse acontecendo. Quando foi que o mundo real, o mundo onde não se acreditava em mitos e lendas tinha se transformado nisso?
Encarei o assassino, seus olhos vermelhos absorviam a cena calmamente, sua pele pálida parecia brilhar na escuridão e um sorriso brincava em seus lábios enquanto uma única gota do meu sangue escorria pelo canto de sua boca.
Ele me encarou por um momento, satisfeito com sua proeza. Seu rosto contorceu-se em uma máscara feroz enquanto ele se transformava em uma fera sanguinária. Seus músculos o impulsionaram e ele avançou. Eu não tinha mais escapatória. O luar iluminou a clareira sombria, chegara a hora de agir.

Sangria Where stories live. Discover now