What haunt us

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Hogwarts estava mórbida.

Os candelabros enfeitiçados mal iluminavam os corredores, poucos alunos vagavam por ali, a maioria já em seus salões comunais, ou no grande salão aproveitando os últimos minutos do jantar.

Remus Lupin sentia uma leve dor de cabeça e uma enorme fadiga causada pelo dia agitado, seu corpo doía e o que mais desejava era um banho quente e paz. Hoje era um dia penoso no qual tinha que se fazer forte, uma data na qual ele facilmente dormiria durante sua duração inteira para fugir de forma sábia. Sua vontade no geral era de chorar feito bebê, mas era um adulto, não uma criança desamparada, não poderia agir dessa forma.

Por isso ele caminhava em passos lentos e longos pelos corredores úmidos e precariamente iluminados das masmorras, sentindo o cálido frio da umidade, combinava com seu humor, constatou com amargor ao observar as rochas sombrias e a mísera iluminação esverdeada que entrava refletindo o lago.

O lobisomem passou pelo quadro do salão comunal usando seu título de professor, o que seu adolescente interior amava fazer, afinal fora um maroto, ter acesso livre ao comunal da sonserina era extasiante mesmo sendo mais velho. O moreno recebeu muitos olhares desconfiados e até mesmo atravessados em sua direção, houve cumprimentos, afinal elegância era algo que cercava a casa das cobras.

Era quase cômico como a Sonserina desconfiava até da própria sombra, mas tinha um peso na lealdade quase inquebrável, por isso Remus resolveu sabiamente ignorar os murmúrios, e até mesmo os possíveis riscos de ser pego em alguma brincadeira. No geral, ele era o único do corpo docente que não caía em pegadinhas, sempre as achando, revelando-as no maior tom de esnobe. Remus Lupin cresceu com Sirius Black e James Potter, junto deles aprontou mais por Hogwarts do que aquelas crianças poderiam imaginar, fazê-lo cair em alguma traquinagem não seria apenas difícil, como honroso.

— Professor Lupin! — Uma menina usando o uniforme todo desleixado se pôs na sua frente. — O que o senhor faz por aqui? Digo, não que não possa, apenas-

— Só preciso falar com o professor Snape, não precisam ficar nervosos.

— Na verdade, é exatamente por isso que estamos nervosos — a garota murmurou, mordendo o lábio por fim. Remus ergueu a sobrancelha. — Veja, eu acho melhor o senhor falar com o Professor Snape amanhã — aconselhou. — Ele falou que não receberia visita nem se fosse a rainha, e ele não estava amistoso.

— Snape não é amistoso, no geral.

— Sabemos. — Ela riu. — Mas, sério, hoje ele está impossível, e já foi para o seu escritório e eu agradeceria se não fosse perturbá-lo para ele não perturbar a gente — ela choramingou..

Lupin sorriu mesmo querendo revirar os olhos, tão Severus.

— Correrei o risco, obrigado mesmo assim... — Tentou lembrar o nome da menina.

— Sarah.

— Certo, obrigado, Sarah. — Tocou no ombro dela ao passar do seu lado. — E não se preocupe sobre ele perturbar vocês.

Lupin voltou a caminhar e apenas ouviu um suspiro provavelmente vindo da aluna, resolvendo por fim ser incisivo e rápido ao falar com o diretor da sonserina. Não gostaria de mais problemas e dor de cabeça do que já possuía, e Severus conseguia, com maestria, tirá-lo do eixo quando esforçado, o que comumente era, e se até mesmo com seus protegidos alunos ele estava sendo infeliz, quem dirá consigo.

— Snape, Minerva pediu para, ah-

Remus se calou ao entrar no escritório do professor, sem bater, e vê-lo em uma meia luz. Severus estava sentado sobre sua mesa que continha apenas uma tábua de frios e duas garrafas de vinho.

Remember ◆ SnupinDove le storie prendono vita. Scoprilo ora