Relembrando

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𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐒𝐄𝐈𝐒

𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐒𝐄𝐈𝐒

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𝗹𝗲𝗺𝗯𝗿𝗮𝗻𝗰̧𝗮𝘀

       Eu definitivamente prefiro não comentar sobre a noite passada. Não consegui responder Riki pois rapidamente sua pergunta seguiu de um "Brincadeira!”, mas ainda considerava uma pergunta suspeita.
        Rosé me visitava em certos dias, esse era um deles. Compramos três picolés tricolor, deixando o terceiro para o meu vizinho e mais novo amigo suspeito: Nishimura Riki.
         Nos reunimos na sala enquanto Riki e Rosé conversavam como se já fossem velhos amigos a décadas.

— Você ainda trabalha na farmácia? — Riki indagou saboreando o sorvete

— É um dos meus trabalhos — Rosé disse enquanto passava os dedos nos meus fios, acariciando-os — Trabalho em muitos lugares ao mesmo tempo.

— O único lugar que já trabalhei foi um Studio de Dança no Japão. Admiro que você se esforce tanto assim.

— Adoraria saber dançar como você, Riki. Dançava quando era criança, mas nunca levei isso realmente a sério como você. A Hikaru também sabe dançar — abri os olhos quando ouvi meu nome na conversa — Ela é ótima na dança depois de cinco copos de whisky.

— Ei!

       Me ergui do colo dela contrariada enquanto ambos riam de mim.

— Faz muito tempo que não bebo com você — disse infeliz — Faz parte do tratamento, você sabe disso.

— Quando você melhorar, eu bebo com você Hikaru. — Riki disse com um sorriso verdadeiro

— E por que não posso ir junto? — Rosé indagou na conversa — Eu estaria atrapalhando algo que não devia?

      Ambos rolamos os olhos, sabendo que algo entre nós era estritamente impossível, mesmo que tivesse suspeitas sobre isso agora.

— Você sempre vai ser minha amiga de bebidas Rosé — afirmei abraçando suas coxas

        Sentia um calor dentro do coração, uma sensação de ser acolhida e se sentir amada pelos outros é a única sensação que nunca achei que sentiria novamente.
         A música do toca-discos começou a repetir a mesma música do início. Fizemos apenas um contato visual entre nós três para ter certeza de quem levantaria e viraria o disco para mudar a música; sobrou eu.
         Me ergui com muito esforço, mas fiz minha tarefa principal, logo balançando os braços ao ritmo da nova música.

— Acha que danço bem? — indaguei á Riki com uma pose final como as artistas de tempos clássicos

— Com certeza não — disse com sarcasmo — Mas posso te ensinar quando sentir vontade.

— Já é alguma coisa. — dei de ombros e segui com o ritmo

        Rosé aproveitou o espaço agora livre no sofá, e espaireceu sobre ele, esticando o corpo e se aconchegando.

— Você também pode me ensinar a dançar, Nishimura? — Rosé indagou com um sorriso com espectativas

— Por que ele precisa te ensinar? — indaguei dividindo minha atenção entre Riki e Rosé

— Hum, ele é seu professor particular, Hikaru?

— Óbvio que não — neguei impaciente — Só acho que você já dance bem.

       Me sentei na poltrona ao lado de Riki, agora que o sofá pertencia inteiramente á Rosé.
       Realmente não sinto ciúmes nenhum em relação a Riki, mesmo que durante alguns segundos eu tenha que refletir sobre isso e assim ter uma opinião.

— Mas eu realmente não me importaria de ser só seu. — Riki disse com um sorriso que surgia no rosto dele

— Meu professor de dança? — indaguei como se não soubesse o duplo sentido

— Você entendeu o que eu disse, isso basta.

        Todos riram anasalado, mas não podia parar de pensar “Ouh, você é um imbecil suportável as vezes” a cada vez que olhava para Riki.

𝗖𝗮𝗻 𝗪𝗲 𝗧𝗮𝗹𝗸 𝗔𝗴𝗮𝗶𝗻 - 𝘯𝘪𝘬𝘪Where stories live. Discover now