𝑽𝒊𝒏𝒏𝒊𝒆 𝑯𝒂𝒄𝒌𝒆𝒓

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Pov Estrela

- Não pode falar assim comigo! - Minha mãe exclama quando eu a respondo de uma forma grossa, cansada de ser tratada como uma bonequinha de porcelana.

- Eu cansei! Não perca seu tempo tentando controlar as minhas emoções, você não pode mais me controlar mamãe. - Respondo com um mar de lágrimas saindo dos meus olhos.

- Eu faço de tudo por você e é assim que você me trata? - Ela diz com raiva.

- Eu não sei mais o que você quer de mim mamãe! - A respondo gritando.- Sempre fui a melhor aluna daquela merda de escola, sempre fui a melhor filha que eu consegui. A filha perfeita, como você sempre quis, ou melhor, a filha perfeita para manter o seu status de mãe incrível. Se todos aqueles vizinhos idiotas soubessem como você é de verdade, eu duvido que te idolatrariam.- Respondo apontando o dedo para sua cara vermelha.

- Saia daqui! - Ela explode.

- O que? - Digo em choque com a sua fala. Nunca fomos próximas mas também nunca brigamos, até porque eu não dava motivos para isso. " Fique quieta", "Somos o que aparentamos", "Pare de falar sobre o seu dia, isso não importa", "Vá fazer o dever ao invés de ficar falando coisas inúteis". Essas frases ecoam na minha mente, tão pequenas mas com um impacto tão forte na minha mente. Para ela, saíam com normalidade, mas para mim, saíam como agulhas.

- Você me ouviu, e não volte até estar mais controlada! - Ela diz de uma forma rígida.

Levanto o meu olhar até seu rosto, a pessoa que devia me dar abrigo, segurança e conforto, me dizendo duras palavras.

 Últimas lágrimas molham o meu rosto antes de eu sair correndo em direção a porta, a abrindo com força.

Corro em direção ao meu lugar favorito, o lago. Me sentindo livre pela primeira vez na vida, sentindo o vento bater em meu rosto, conforme minhas pernas se aproximam até seu porto seguro. Me jogo na grama, sentindo meu corpo flutuar e ter um pouco de alívio em anos de pressão psicológica. Nunca tive um pai, sempre foi só eu e minha mãe, sempre e pra sempre, isso era o que eu pensava...

O céu acima parece uma pintura, as estrelas tão brilhantes quanto a luz que refletia em minhas lágrimas. Não sei quantas horas passo observando o ambiente ao meu redor, mas esse tempo nada adiantou para que me acalmasse.

Ouço passos e já fico alerta, me sentando. Do meio das árvores surge um garoto bebendo uma garrafa de Whisky que surpreendentemente estava quase vazia, dando a entender que ele estava bêbado. O observo melhor enquanto ele se aproxima ainda não me vendo, ele usa uma regata preta e calças de mesma cor, seu cabelo tem cachos angelicais que caem sobre seus olhos, seus braços são definidos e cheios de tatuagens, me pegando de surpresa já que todos nesta cidade são conservadores.

Ele se aproxima de mim e se senta ao meu lado, ou melhor, se joga. 

- Por que está chorando garota? - Ele fala de uma maneira engraçada, por estar bêbado. 

- Minha mãe sempre me disse para não falar com estranhos. - Ele me olha com uma cara confusa, como se tentasse me entender.

- Então - ele diz prolongando o final da palavra - prazer meu nome é Vincent, mas agora pode me chamar de Vinnie porque estou bêbado, e afinal, agora não somos mais estranhos. - Ele diz com um sorriso, me olhando com seus olhos castanhos, analisando cada centímetro do meu rosto.

- Então Vinnie, eu te conto só se você me der um gole do seu Whisky. - Digo sorrindo olhando para ele, que me encara por um segundo antes de dar uma risadinha, me entregando a garrafa. 

- Gostei de você, garota do lago. - Ele diz com um sorriso de canto, me olhando enquanto eu faço uma careta engolindo o líquido forte.

- Nunca bebeu Whisky? - Ele questiona, curioso. 

- Eu nunca bebi, pra falar a verdade. - Respondo e ele me olha boquiaberto.

- Nem fudendo. - Ele diz rindo.

- O que foi? - Pergunto sorrindo com o som da sua risada.

- Quantos anos você tem, garota?

- 17 e você? - Pergunto curiosa, pelo seu físico e modo de falar deve ser um universitário, beirando os 20.

- 18. - Ele responde e eu o olho surpresa.

- O que foi? Ele pergunta confuso.

- Nada, você não parece como os garotos de 18 anos daqui. - Respondo envergonhada.

- Por que não? - Ele pergunta já sabendo o que eu iria responder, por isso me dá um sorriso de canto.

- Você sabe o porque não, só quer que eu te elogie, engraçadinho. - respondo, ele bota a mão no peito como se tivesse se sentido ofendido e logo solta uma risada, antes de levar novamente a garrafa aos lábios. 

- Bom, respondendo a sua dúvida de porque eu não pareço os garotos daqui, é porque eu não sou daqui. Nasci e vivi em Londres até os 15 anos, fui pra Seattle e me mudei pra cá duas semanas atrás. - Ele diz e me alcança a garrafa quase vazia novamente. 

- Você não respondeu a minha pergunta, garota do lago.- ele fala olhando em direção a água, como se ela fosse uma pintura.

- Briguei com a minha mãe, ela me mandou sair e só voltar quando estivesse mais calma. E aqui estou eu, bebendo com um garoto desconhecido às duas da manhã, ela vai surtar quando souber. - Respondo com um suspiro.

- Ela não precisa saber. - Ele fala dando de ombros. 

- Você não é uma boa influência Vincent Vinnie. - Digo bancando o mesmo papel de certinha de sempre.

- Estou honrado com o seu elogio. - Ele diz sorrindo.

Vinnie se joga pra trás, ficando deitado e eu o acompanho. Um silêncio se forma, mas não um desconfortável, só ficamos em paz com a companhia um do outro, estamos bêbados o suficiente para não ligar pro fato que somos dois estranhos.

- Você é a primeira pessoa da minha idade que eu suporto conversar.- Ele diz depois de um tempo.

- Vou encarar como um elogio. - Digo virando o rosto para encará-lo, enquanto ele faz o mesmo. Seus olhos são calmos e sinceros, diferentes de como estavam quando ele chegou. Vinnie tem algo de diferente das outras pessoas nesta cidade, ele parece a minha melhor amiga, Emma.

- Preciso ir. - Digo quebrando os nossos olhares.

- Eu também. - Ele responde se levantando junto a mim.

- Foi bom falar com você, Vinnie. - Digo um pouco envergonhada por nunca ter tido muito contato com garotos.

- Também foi bom falar com você, garota do lago. - Responde e nos viramos, cada um seguindo um caminho oposto da rua escura.

- Espera! - Vinnie grita depois de 10 segundos. 

- Qual seu nome? - Ele questiona. 

- Estrela. - Digo com um simples sorriso. 

- Até mais, Estrela. - Vinnie diz com um sorriso marcante e eu retribuo, logo me virando. Tenho certeza que nunca vou me esquecer do Vincent, Vinnie.

Pov Vinnie

Tenho certeza que nunca vou me esquecer da garota do lago.

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oii gente, então, achei nas minhas notas isso aqui que era pra ser o primeiro capítulo de uma fanfic com o Vinnie chamada "A Garota Do Lago". Mas como provavelmente não vou dar continuidade a essa ideia, mesmo achando ela boa, resolvi postar pra vocês como imagine. Perdão por não ter beijos nem declarações e sentimentos, afinal são só dois estranhos se conhecendo.

Não esperem nada de mim, tenho quase certeza de que não vou voltar nunca a postar, não voltei a escrever, o 'imagine" foi escrito a mais de um ano atrás.

No mais é isso, se cuidem e desejo tudo de bom a vocês, meus amores.

Um beijo da autora.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 27, 2022 ⏰

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↬𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔 • 𝑻𝒊𝒌𝒕𝒐𝒌Onde as histórias ganham vida. Descobre agora