Bem Vindo à Terra dos Sonhos

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Ao nosso redor nuvens de fumaça rodopiavam, deixando-nos presos a escuridão. Enquanto o lento redemoinho se formava, tentei tocá-lo e no mesmo instante uma corrente elétrica queimou meus dedos, olhei para Celeste que tinha a mesma expressão que eu, uma mescla de terror com descrença. Estávamos presos.
_ Não... Tem algo errado, muito errado... - ela exclamou se aproximando mais de mim, o que já era impossível.
_ Serio? - falei debochando, mas o terror me corrompia.
Quando a nuvem ficou tão alta que cobria nossa visão do lado exterior, olhei para o céu tentando imaginar o que poderia estar acontecendo.
Ao invés de uma pista, me deparei com uma luz forte, descendo rápido demais, olhei para Celeste e no momento que formei a palavra na mente, ele nos acertou. Um raio.
Pensei que no momento em que o raio chegasse torraríamos, mas foi totalmente o contrário.
Abraçado com Celeste, senti como se alguém nos puxasse para cima, mas muito, muito rápido. Acho que subímos com a velocidade de um tiro, não consegui abrir os olhos nem por um breve segundo.

Quando enfim a viagem cessou, o ar frio e úmido tomou-me de surpresa. Celeste olhava ao redor como se acabasse der ver o mundo ao redor pegar fogo, porém era o contrário.
Olhei para o lugar aonde estávamos, não consegui acreditar, era impossível.
Não era mas noite, ao redor uma grama fina se estendia por todos os lados, por com pedacinhos de gelo em suas extremidades.
Bem ao longe o sol, ou pelo menos o que eu achava ser o sol, se punha. As árvores ao redor estavam secas, algumas por outro lado estavam cobertas de neve até o tronco.
As nuvens acinzentadas encobriam todo o céu, não dava para saber se era dia ou noite. O vento fraco agora trazia alguns flocos de neve.
Celeste olhava com descrença para tudo em nossa volta.
_ Você conhece esse lugar? - perguntei.
_ Era a minha casa.

Andamos por algum tempo, o frio nos castigando cada vez mais.
À distância avistamos um aglomerado de prédios, talvez a um quilômetro de nós.
Fiquei maravilhado com o lugar, tenho que assumir. Apesar da never, dava para ver grandes campos com enormes árvores a distância, rios congelados em intervalos de vinte metros, deve ser realmente lindo sem tanta neve.
Celeste caminhava muda o caminho todo, decidi quebrar o silêncio.
_ Como viemos para cá?
_ Eu também não sei, você desejou vir aqui?
_ Não, e você provavelmente também não...
_ Eu não entendo, é claro que eu gostaria de ter você aqui comigo, mas não desejei isso, e por que tudo está assim, congelado?!
_ Aqui não neva?
_ Não desse jeito. - ela tremia tanto que dificultava à fala.
Abracei-a pelos ombros, isso era tão bom.
Caminhamos em silêncio até chegar à uma placa onde se lia " Bem Vindos à Terra dos Sonhos".
Quando entramos na cidade fiquei um pouco chocado. Os pequenos prédios agora pareciam enormes, nas ruas os mais belos carros e motos do planeta Terra estavam dispostos a frente de edifícios fexados, todos cobertos com muita neve.
Celeste foi em direção à uma grande casa no fim da rua, à placa estava coberta com a neve, impossibilitando a leitura.
Quando entramos, o ar quente nos acolheu, assim como pares de olhos por todos os lados.
Crianças de aproximadamente 6 à 11 anos estavam sentadas no chão perto de uma lareira, duas garotas mais velhas, acho que 20 anos cada uma, correu até nós.
_ Celeste, graças a Deus você voltou. À primeira tinha os cabelos loiros e a toca de crochê sobre a cabeça, à segubda tinha os cabelos negros soltos ao redor dos ombros. As duas usavam longos casacos de lã que iam até os joelhos e calças jeans.
_ O que aconteceu Bianca? - Celeste perguntou para a loira.
_ Ninguém sabe, todos estavam passeando e aproveitando o dia quando de repente o céu se encheu dessas nuvens e começou a nevar muito.
_ Quando começou? - Celeste perguntou pegando dois casacos de um cabideiro e entregando um para mim.
A garota parecia a ponto de entrar em pânico, o que não ajudou no desespero de Celeste
_ Começou a dez minutos.
_ Como? - Celeste falou, quase gritando.
_ Venham comigo. - disse Bianca.

No segundo andar da casa, fomos a um quarto com uma abertura aonde seria a janela, o ar quente agora mais fraco.
_ Quem é você? - perguntou a dos cabelos pretos.
_ Me chamo Adam, eu sou... É... - o que eu era de Celeste? Amigo? Amigos não beijam amigos na boca.
_ Namorado. - disse Celeste. - meu namorado Julie.
Fiquei pasmo, mas tentei disfarçar. A garota, Julie, me fitou de cima a baixo mordendo o lábio, o que me deixou meio desconfortável, parecia que eu era um pedaço de carne suculenta e ela um cão faminto.
Celeste segurouinha mão e lançou-me um olhar de "a gente conversa depois".
_ Enfim - Bianca encostou-se em uma mesa de madeira -, alguma coisa muito errada está acontecendo.
_ Eu sei, não era pra estarmos aqui agora, Adam não devia estar aqui.
_ Seja como for, precisamos de toda ajuda possível. - Bianca disse fitando o lado de fora.

Sob a luz das estrelasWhere stories live. Discover now