Capítulo 9

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– Não vai me agradecer? – A bruxa estava com os pés apoiados na mesa, os braços descansando atrás da cabeça, os olhos fixos nos pés – Seria divertido ver você caindo no próprio desastre.

– Do que está falando? – Azriel disse enquanto levava o copo de água que acabará de chegar a boca – Te agradecer por fazer o seu trabalho?

Depois que saíram da primaveril a bruxa teve de dar um jeito em mais três machos que os viram quando saíram do escritório de Tamlin. Sem garras ou sangue, para sua infelicidade.

Azriel achou melhor caminhar adentro pela floresta, não que ele tivesse pedido a opinião da bruxa, apenas começou a andar sem lhe dirigir sequer uma palavra. Depois de muito andarem chegarem na invernal para atravessarem para crepuscular. Que era onde estavam naquele momento, em um bar com estadias sujo numa rua escura qualquer cheia de bêbados e ladrões de esquina. Quem visse nem pensaria que esse tipo de lugar existisse a uma terra tão próspera.

A única frase que saira da boca do mestre-espião era de que parariam para dormir em um lugar que não fosse o chão. Nada do que foi pegado ou conseguido com essa missão tinha sido falado para Dyana que, constou não valer de nada todo esse trajeto. Embora tivesse ficado na maldita árvore, ainda sim teve de distrair o grupo de guardas moribundos que estavam indo em direção da mansão, e o ridículo guarda que a achara quando estava relaxando. Teve que se passar de pobre mendiga e dizer que viu alguém entrando na casa do seu grão-senhor quando estava quase chamando os outros guardas.

– O meu trabalho não era ser sua guarda costas, era aprender – Dyana se endireitou quando uma fêmea de pele escura e avental imundo colocou um copo cheio de cerveja e uma tigela de sopa sob a mesa. Olhando de canto para os dois estranhos que estavam sentados – Qual erro devo cometer para que o seu pareça pequeno, ?

– Que acerto tenho que admitir para que você fique calada?

Belíssima Dyana, eu errei em submeter você em minhas péssimas condutas e escolhas A bruxa disse zombando enquanto colocava a mão no peito para enfatizar – Você deveria estar no meu lugar, pois é mil vezes melhor que eu.

Azriel bufou.

– Eu disse acerto, não sonhos.

Dyana não encostou na sopa. Nunca encostava, sabia de onde vinha as coisas que colocavam dentro. Seu rosto relaxou e ela sorriu maliciosa enquanto se recostava na cadeira.

– É terrível perceber que todos os títulos que ganhou ao longo de toda sua vida vão embora quando acontece algo em que você não pode usá-los, não é?

– Eu não preciso usar dos meus títulos para nenhuma ocasião. Apesar de tudo, ninguém morreu – As sombras de Azriel estavam pairando calmante envolta de si, relaxadas e despreocupadas, quando deviam estar o contrário disso – E a consequência do que insiste em dizer ser meu erro, não acabou em nada.

– Alguns erros... tem consequências maiores que os outros.

– É claro que sim – Azriel apontou com o queixo para um homem atrás de si bem na hora em que o mesmo pegou uma moeda da roupa de um macho caindo de bêbado – Compare pessoas assim, com pessoas como você. Acha que merecem o mesmo destino?

– O destino não existe, sou eu quem escolho aonde e quando vou parar ou quando vou começar – Dyana estava com os olhos fixos no espião, que por sua vez também a encarava – A vida não me oferece garantias, apenas a possibilidade e a oportunidade mediocre de viver. Então errar não está no meu vocabulário.

– Eu culpo as suas possibilidades e as suas escolhas. Eu não tive garantias de nada na minha vida, e estou aqui.

– Acha que está melhor que eu? Se considera suficiente o bastante para julgar alguém quando não aguenta ser avaliado do mesmo modo?

Corte de Espadas e Sombras • Azriel •Where stories live. Discover now