𝐂𝐚𝐫𝐫𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚. - 𝐌𝐚𝐫𝐨𝐭𝐨𝐬.

Dançar na chuva como for

- Sirius, querido, tudo bem? - perguntou Lily parando de costurar no mesmo momento.

Sirius pareceu sair do seu transe e olhou para as garotas com seu rosto esquelético. Assentiu apressadamente:

- Por que você esta dormindo no sofá? - perguntou Mary, enchendo um copo com água.

- Minha cama é muito grande - murmurou, aceitando o copo de bom grado.

- Querido, isso é trauma de Azkaban, não é? - disse Mary franzindo as sobrancelhas. Ninguém disse nada além do bufado de Sirius. - Eu conheço um ótimo terapeuta, anjo. Posso pedi-lo pra te atender.

- Você ainda está aqui? Quando vai embora?

- Provavelmente antes de você.

Sirius bufou estressado e se virou para subir as escadas em passos firmes. Lily e Mary só voltaram a conversar quando uma porta bateu ao longe.

- Uh, pobrezinho. Todo sequelado - disse Mary

- O Sirius está passando por uma fase muito difícil.

- E também tem todo o lance do Remus, que sinceramente, muito fogo no rabo!

- Fogo no rabo? - perguntou Lily gargalhando.

- O Remus maltrata muito o pobrezinho do Sirius - continuou Mary. - James te contou sobre a briga no ano novo?

- Ano novo? Não contou essa não, só a aquela antes do natal

- Eles brigaram antes do Natal?!

- Aham, e foi muito feio. Até o pequeno Hazz ficou envolvido, ele desceu embaixo da capa e o James chegou na sala e ele tava ouvindo a conversa toda - disse Lily rindo, Mary gargalhou.

- Coitado!

- Enfim, o que houve no Ano-Novo?

- Ah, foi mais ou menos assim, o Remus achou ridículo a ideia de "usar suéter", e comentou com o James e pra o Sirius ouvir, e sabe como o Sirius é, disse que se ele estava tão incomodado era porque estava reparando. E o Remus disse "como não reparar se você é o único idiota com roupa diferente". E todas as brigas dele levam pro mesmo ponto, você sabe. "Como você me pede em casamento se não confia em mim?" "Por que tá fazendo isso comigo, lobinho?", e as frase típicas.

- Ah, Marie, não acho que seja fogo no cu não. Eu acho que não dois fudidos que não conseguem se auto ajudar e ficam depositando os problemas um no outro.

Mary bufou e foi até a geladeira tirando uma garrafa de vinho, Lily soltou um som de negação quando viu ela pegar duas taças:

- Vamos, Li. Você mal bebeu no Natal!

- Tá, mas só uma.

Foi só uma mesmo... Uma garrafa pra cada.

Quando o sol começou a amanhecer, Lily pintava um quadro em aquarela de Mary vestida com meio vestido de noiva e uma saia florida.

- Bom dia, garotas - disse James sorrindo.

Ele usava uma calça de moletom cinza claro e uma blusa social branca de tecido leve desabotoada. Segurava uma caneca de café em uma mão e as duas garrafas vazias de vinho na outra entre os dedos.

- Oi amor - disse Lily soltando um sorriso pervertido em sua direção. Ele riu.

- Vamos entrar, lírio?

- Aham, a gente pode tomar um banho...

- Você com certeza vai.

- Ele o quê?! - perguntou Lily com a voz esganiçada. Sentiu seus olhos começarem a lagrimejar. - Não pode ser... Não pode ser...