As nuvens pesadas que se formaram e preencheram o céu durante a madrugada, se transformaram em um longo dia chuvoso naquela quinta feira.
Um dia que, para Isis e Lando, foi ocupado por cenas de filmes repetidos na televisão e cochilos preguiçosos.
O vento forte trazia ainda mais nuvens para o céu de Ibiza e um trovão fez com que Isis cruzasse os braços, numa tentativa de espantar o frio que aquela situação lhe trazia. Odiava a ideia de saber que poderiam pegar o voo amanhã durante uma tempestade e estava tão imersa nesse pensamento, que sequer notou o reflexo pela janela.
- A previsão para amanhã é de tempo firme, fica tranquila.
A voz de Lando soou calma e as palavras a fizeram questionar se ele havia desenvolvido a habilidade de ler seus pensamentos.
- Espero realmente que seja – sua atenção se desviou da paisagem para poder encará-lo e suspirou, irritada ao ver que ele estava de pijama outra vez – Eu não aguento mais ficar nesse quarto – a reação de se jogar contra o colchão ao dizer aquela frase, fez o piloto conter uma risada.
- Is, eu te perguntei se você queria descer jantar antes de ir tomar banho e você disse que não - cruzou os braços, observando a figura de Isis ainda afundada em meio a edredom e travesseiros.
- Talvez eu tenha mudado de ideia – a resposta fez Lando erguer uma sobrancelha, em dúvida se deveria acreditar naquilo.
Sustentaram a troca de olhares, enquanto pareciam se questionar silenciosamente quem iria "vencer".
- Que saco, Isis – a gargalhada dela ecoou pelo quarto ao ver o britânico bufar, mas logo sessou ao vê-lo puxar a camiseta por cima da cabeça.
O condicionamento físico de um atleta é sempre surpreendente, mas Isis nunca iria se acostumar com os músculos de Lando ali, perfeitamente desenhados em sua frente. Seu lábio inferior institivamente foi parar entre os dentes ao vê-lo virar e começar a remexer na mala, deixando as costas largas e levemente marcadas à sua vista.
- Talvez a gente possa ficar aqui – o que deveria ter sido apenas um pensamento, acabou escapando em palavras e Isis sentiu as bochechas queimando assim que o olhar o britânico parou em si.
- Você só pode estar brincando, Is – apesar do tom de voz soar sério, Lando precisava se conter para não sorrir.
- Pode ser que sim – ela deu os ombros – Ou pode ser que não - um sorriso travesso ocupou os lábios da garota.
Na visão de Isis, os passos de Lando até a cama pareciam lentos e preguiçosos, mas assim que estava próximo o suficiente, apenas esticou os braços cutucando e apertando as costelas da loira, que explodiu em gargalhadas.
- Ange, para! - pediu, sentindo o ar começando a faltar enquanto tentava, inutilmente, afastar as mãos do piloto – Cócegas é golpe baixo – a força, que já era desproporcional entre os dois, se tornava nula naquela situação - Por favor!
O último pedido, foi finalmente atendido e nenhum dos dois saberia dizer em qual momento haviam acabado naquela posição, onde Lando sustentava o peso do corpo sob os braços para não machucá-la.
O silêncio não se estabeleceu pelo som das respirações aceleradas, que se misturavam pela ausência de distância entre os dois.
- Is – o piloto moveu a mão direita com delicadeza até o rosto de Isis - Você vai ter que decidir se está brincando ou não.
O sussurro daquelas palavras, acompanhado do brilho escuro que passava pelo verde dos olhos de Lando, foram o suficiente para que ela esticasse o corpo e terminasse de vez com o espaço que existia entre eles.
Um beijo que mais uma vez era cheio de sentimentos, mas que não parecia ser o suficiente naquele momento.
O primeiro contato dos lábios de Lando contra a pele sensível da região do pescoço, arrancou um suspiro pesado de Isis que incentivo o bastante para que ele descesse a mão até a barra da camiseta que ela usava, trazendo-a para cima.
A sensação de calor de ter pele contra pele foi interrompida por um toque gelado contra o colo de Isis, que a fez dar um pequeno pulo e abrir os olhos, encontrando a corrente de prata que Lando nunca tirava do pescoço. Ao notar o desconforto da garota, o piloto fez menção de tirar o acessório, mas foi interrompido.
- Pode deixar, eu gosto.
Isis deslizou os dedos pelo metal gelado, aproveitando-se da situação para puxar o garoto para outro beijo.
Apesar de todos os anos, de todas as noites dormindo um ao lado do outro, pela primeira vez as mãos tinham a chance de passearem por lugares nunca antes tocados, descobrindo sensações, aumentando os batimentos cardíacos e o desejo que antes se encontrava trancado há sete chaves.
E mesmo com tudo sendo tão novo, sentiam como se soubesse exatamente qual deveria ser o próximo toque, o local do próximo beijo, como se estivessem esperado apenas o momento certo para acontecer.
As peças de roupa foram uma a uma se tornando desnecessárias e o calor de Ibiza que já era exagerado, parecia ter triplicado, mas não era o suficiente para fazer com que quisessem se distanciar um centímetro sequer.
O carinho na bochecha de Isis a fez fechar os olhos, sentindo ao mesmo tempo os lábios de Lando sobre os seus e o movimento único de seu quadril, que fez um suspiro pesado deixar os lábios da garota.
A personalidade caótica e engraçada que era vista todos os dias, havia dado lugar a um semblante sério e ao mesmo tempo carinhoso, fazendo com que Isis se questionasse por alguns segundos qual daquelas faces de Lando era a sua favorita.
A sensação de êxtase preencheu o corpo de Isis por primeiro naquela noite e só então o piloto se permitiu sentir o mesmo, ao vê-la relaxar em seus braços.
Em um gesto de carinho, que sempre foi comum para os dois, Lando deixou um beijo demorado na testa coberta por uma camada fina de suor e recebeu um sorriso tímido antes de se levantar para ir até o banheiro.
- Se eu vivi todos esses anos ao seu lado como um santo, agora vai ser impossível continuar dessa forma – a frase fez Isis gargalhar alto, jogando a cabeça para trás.
Havia aproveitado a ausência de Lando para se vestir e mesmo o clima continuando leve, sentiu as bochechas esquentarem.
O piloto se aconchegou ao lado dela na cama e não demorou nem um minuto para que estivessem abraçados.
- Ainda vai querer sair? - a garota até cogitou uma resposta afirmativa, mas não queria perder a sensação de estar em uma bolha repleta de carinho e felicidade, então apenas negou.
Como sempre, o som confortável do silêncio se instalou entre os dois, até Isis se apoiar em um braço para poder encarar o piloto.
- Amo você, Norris – um sorriso bobo preencheu o rosto de Lando, o jeito de pronunciar o seu sobrenome exatamente igual desde que havia aprendido.
- Eu quem amo você - devolveu a declaração, que agora era tão certa e normal à ser dita, antes de juntar seus lábios em mais um beijo.
A chuva, o som dos trovões ou o vento não eram mais importantes naquele momento, o que sabiam era que eram um do outro e que repetiriam tudo aquilo mais uma vez.
n/A: Oi! Vou me justificar aqui hahaha
Atrasei? Atrasei, mas cheguei.
Capítulo curto? Sim, mas eu batalhei comigo mesma pra poder escrever, peço desculpas por qualquer coisa.
Penúltimo dia, sexta feira será a última atualização.ps: Thais e Milena, a correntinha é de vocês 🖤
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DRIVE | LANDO NORRIS
Fanfiction"all we do is drive all we do is think about the feelings that we hide all we do is sit in silence waiting for a sign all we do is drive" Dezenove anos de uma amizade impecável, arriscar perder tudo o que tinham construído não era uma opção, era...