𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 46

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- Nós vamos achá-lo. Você não disse que ele estava vivo? - segurei em seus ombros. Lua estava em um estado que se passa quando se está exausto e não é fisicamente.

- Sim...

- Então. Talvez ele encontrou uma casa feita de doces com duas crianças curiosas e nesse momento estão brincando e se lambuzado em guloseimas.

Ela sorriu fraco e franziu a sobrancelha. Mesmo não sendo bom em contar histórias, sou bom em fazê-la sorrir. Me senti lisonjeado por isso.

- Você é péssimo em contar histórias. - ela sorriu tímida.

- Sério? Eu acho bem provável de acontecer.

- Vamos voltar antes que você invente mais uma história incrível. - abri a boca indignado.

- Está debochando de mim? - cruzei os braços.

- Acho que é pelo fato de andar com você. Deve ser contagioso. - ela me olhou com um sorriso que não conseguia descrever, mas eu gostei dele.

Lua foi na frente enquanto eu raciocinava aquela atitude.

Pela Mãe, eu estava mudando a maneira de minha parceira agir. Até onde aquilo havia chegado?


𝐸𝓇𝒾𝓈

- Miranda, traga vinho para minha mãe. - digo para a fêmea que estava em um canto de cabeça baixa.

- Sim, senhor. - ela se curvou e saiu.

Minha mãe havia melhorado depois do médico frequentar mais o castelo. Isso era um bom sinal, a ausência da Senhora da Corte Outonal estava trazendo alguns problemas à Corte.

Hoje resolvi vê-la depois de trabalhar em cercar a Corte. Recebemos a notícia do ataque às terras humanas ontem mesmo e de imediato Beron ordenou que aumentasse a segurança e que ninguém entrasse na Corte sem permissão ou sem uma mera revista . Revista essa que na qual escolhe se você tem dinheiro o suficiente para se estar aqui, afinal Corte Outonal é a segunda terra mais rica de Prythian.

Mas de certa forma isso não foi tão trabalhoso de se lidar. Beron apenas deu a ordem e eu como primogênito tive que assumir as rédeas - coisa que já faço desde que me entendo por gente.

- Quais são as novidades? Escutei alguns rumores das camareiras hoje de manhã.

Minha mãe bordava calmamente enquanto me perguntava. Ela vestia uma camisola grossa para o clima frio e seus cabelos em um coque baixo. Seus bordados eram mesmo um talento dela, na qual fez questão de dar um a cada filho.

Eu estava de pé na janela olhando as sentinelas trocando de turno na entrada do jardim.

- Nada muito importante. Apenas que não fomos convidados para o festival, o que de certa forma não é uma surpresa. E que as terras humanas sofreram um ataque.

Eu senti ela parar.

Sabia que ela estava preocupada com Lucien. Ela sempre deu atenção inteiramente para Lucien, mesmo dando presente para nós nos nossos aniversários e me defendendo de meu pai. Sabia que ela tinha seu filho favorito. E esse filho era Lucien.

- Não se preocupe tanto, apenas 3 pessoas nada significantes morreram. Seu filho ainda está vivo, se é isso que te preocupa. - senti ela soltar o ar. - Mas aparentemente, eles não são monstros do nosso mundo, provavelmente foi a Salvadora da Corte Lunar que os trouxe.

- Quem é ela? - olhei para ela por cima do ombro.

Beron não fazia questão de relatar nada sobre questões políticas com minha mãe, pois para ele, as fêmeas tinham apenas que se preocupar com seus filhos e sua aparência. Lembro exatamente de sua frase ao me dizer quando mais jovem em um treinamento de espada:

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarWhere stories live. Discover now