O contrato

17

                        🌷Bárbara Passos 🌷

Hoje a noite o Victor tem jogo.

Preparei um café da manhã reforçado pra ele e estou  esperando o bonitão  descer pra comer e enquanto isso estou conversando com a Tainá por ligação.

O celular tá no viva voz e eu estou respondendo alguns fãs.

— como tá a sua relação com o Victor?

— não parecemos nem um pouco como um casal- estamos bem longe disso- mas ele tem conversado mais comigo. Frases curtas, mas pelos menos fala.

— já é um evolução. Mas ele ainda é todo estressado ?

— sim.

Fico quieta quando escuto os passos se aproximando. Victor aparece na cozinha, meu plano é dar tchau pra Tainá e desligar mas ela é mais rápida.

— já disse, Bárbara. Pega um boquete pra ele que o camisa 15 vai ficar calminho.- Victor me olha todo estranho.

Desligo o telefone o mais rápido possível.

Olho pro Victor que tá me encarando. Puta merda .

— não dá bola, Tainá é deficiente mental e ... bom é doida.

Victor continua parado me olhando. Que vergonha meu Deus

— só senta e toma o seu café, pelo amor de Deus.

Leva alguns segundos mas ele senta pra comer.

— para de me encarar - digo frustrada - ela é louca. Eu não quero.... Você sabe ...

— só estou meio surpreso com a intimidade de vocês.

Surpreso? Ele não viu nada.

Uma vez ela me fez ver se a depilação dela tava realmente boa. Foi uma situação bem estranha.

Vou deixar ela o mais longe possível do Victor.

— você vai no jogo, né ?

— sim.

— as vezes a torcida fica meio violenta. Tem certeza que não quer ficar no camarote da família ?

— tenho. Tainá vai estar comigo, tenho minha segurança pessoal. Ela já se ofereceu até pra bater em você.

Observo ele tomar café e logo Lucca aparece para comer também. Depois do café eles sobem pra terminarem de se arrumar. Eles vão com o ônibus do time então vão mais cedo que eu e a Tainá.

Lucca foi o primeiro a sair e logo depois o Victor desceu pro primeiro andar.

— aqui - entreguei a bolsa térmica com as coisas que ele gosta de comer durante as viagens de ônibus.

Ele pega sacola da minha mão e não diz nada.

— provavelmente não vou te ver de novo antes do jogo, então Boa sorte.

— obrigado- ele sai da casa.

Eu não sei se senti verdade nesse "obrigado", mas pelo menos disse.

Resolvi alguns problemas e mais tarde fui pro meu quarto me arrumar pra ir pro jogo.

Assim que entrei no quarto vi o pacote em cima da cama. Fiquei bem confusa e abri.

Peguei a camisa de time e virei as costas vendo o "15" enorme, a mesma coisa com o casaco.

Faz muito mais sentido eu usar a camisa com o número do meu marido. Fico surpresa por ele ter pensado nisso.

Me arrumei e sai de casa, primeiro passei pra pegar a Tai e depois comecei a dirigir pro lugar onde vai ser o jogo.