Capítulo 6

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POV. WILLIAM

Quando eu tinha 14 anos a vida se tornou difícil para viver, conflitos existenciais eram diários e eu não sabia a quem recorrer, o que fazer e como lidar com toda pressão que meu pai colocava em mim. Eu só queria viver normalmente, mas parecia viver num eterno pesadelo que piorava a cada dia. Aos 15 anos, eu tentei me matar pela primeira vez e até hoje ninguém da minha família sabe disso apenas a minha babá que cuidou de mim até morrer quando eu tinha 18 anos.

Minha vida estava longe de ser a de um jovem comum, fui treinado desde cedo para ser o sucessor do meu pai, tive que fazer coisas que eu não queria, larguei meu sonho para viver algo que eu nunca quis. Sinto que a minha dor não importa para o meu pai, um homem extremamente tradicional e conversador... Agora, o fato de eu ser gay e viver numa família que eu não me encaixo prejudica ainda mais minha saúde mental.

Viver angustiado numa prisão que tem sido minha vida tem sido um fardo que carrego sozinho a muito tempo.

Em tantos anos de minha vida, o único momento em que eu melhorei foi quando conheci o Álvaro, ele salvou minha vida e eu não tenho palavras para descrever o quanto ele vem transformando quem sou e me impulsionando. Eu sinto que tenho força e consigo enfrentar tudo se tiver ele ao meu lado.

— Eu fui à psicóloga hoje. — Eu disse.

— E como foi? — Disse Álvaro.

— Foi bom. Eu não imaginava seria tão bom assim. Eu sempre tive muito medo de ir até um psicólogo ou qualquer coisa do tipo, na minha cabeça isso era apenas para quem tinha algum transtorno... Acho que vivi num lugar limitado que limitou minha mente para algumas situações. Me sinto mais leve e bem de ter ido. — Eu disse.

— Eu espero poder ver sua melhora. — Disse Álvaro.

— Eu estou melhorando porque tenho o melhor remédio...Você. — Eu disse.

— Hmm, está até cheio das cantadas, senhor William. — Disse Álvaro me beijando.

O beijo dele era incrível, era doce, eu poderia sentir um gosto adocicado toda vez que eu o beijava. Tocar seu rosto macio enquanto eu sentia seus lábios macios era como tocar em nuvens, Álvaro cuidava muito bem de sua pele, eu amava passar as mãos em sua pele.

Seu cheiro era forte, talvez usasse um perfume amadeirado, era um cheiro hipnotizante. Seu olhar me enlouquecia, seus olhos penetravam em minha mente e eu poderia todo o amor que ambos têm um pelo outro.

— Sabe, quando eu conversava com ela, conseguia soltar inúmeras coisas que eu vivia guardando... são anos sofrendo calado, é viver num labirinto sem saída e eu não entendia o que eu tinha, hoje eu busquei ajuda e vi que tenho depressão e hoje estou conhecendo mais disso, é uma doença que faz tantas vítimas e você me fez entender que eu não quero ser uma estatística. — Eu disse.

— Fico feliz por fazer parte disso de alguma forma, saber que hoje você procurou ajuda depois dos meus conselhos me deixa leve e feliz. — Disse Álvaro.

— Agora vem cá, me mostra sua leveza me beijando. — Eu disse.

POV. GWEN

Eu estava me preparando para sair em busca de uma noitada, era o momento ideal para curtir, embora eu gostasse do Victor, eu não estava acostumada a me ver presa a algo ou alguém, decidir que iria me jogar de cabeça nessa noite para esquecer de tudo, era só eu e uma noite de muita curtição.

Eu não conhecia ninguém nessa droga de país então fui sozinha para balada, dancei com várias pessoas, bebi vários tipos de bebida e usei todos os tipos de droga que já vi, confesso que aqui no Brasil é bem mais fácil encontrar essas drogas. Um cara se aproximou de mim, me disse que tinha drogas e se eu queria ir com ele para um lugar mais discreto, eu fui com ele até a esquina de trás da balada. Lá ele me deu drogas que eu nunca tinha provado, pesadas. Ele vendo meu estado vulnerável começou a tentar a me assediar, passando a mão no meu corpo.

AMOR PREDESTINADOWhere stories live. Discover now