Capítulo 5

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POV. WILLIAM

As palavras do meu pai ecoaram sobre minha cabeça durante a manhã toda, eu conhecia bem ele e sei que ele é capaz de tudo para alcançar seus objetivos, não tenho dúvida de que ele fará algo para tentar afastar Álvaro de mim e sequer temos um relacionamento ainda, estamos numa fase de nos conhecer ainda para saber se dará certo.

Mas eu já estou farto disso tudo, eu não aguento mais ser controlado, eu não sou um robô, meu pai sequer parou para perguntar se eu estava bem depois de ter meu rosto exposto em todas as redes sociais, sabendo o quanto sou reservado, ele não se importou com meus sentimentos.

Será que alguém se importa com meus sentimentos? Parece que nunca alguém vai chegar em mim e conversar algo além de trabalho ou não vai me sufocar e colocar como uma criança igual minha mãe faz, não chega num meio termo. Ao pensar sobre isso recebo uma mensagem de Álvaro perguntando como eu estava e que viu a foto nos portais.

Acho que achei a resposta, acho que finalmente encontrei alguém que sabe sou humano e consegue conversar comigo coisas que não seja trabalho, então resolvi fazer uma loucura. Pedi para minha secretária cancelar todos os meus compromissos, mandei a mensagem para Álvaro e disse para ele se arrumar e botar umas coisas na mochila, desci até a garagem da empresa,entrei em meu carro e sai dali.

Dentro da mala que tenho guardada no meu carro, há uma roupa minha que já não uso a muito tempo, paro no acostamento e me troco de roupa, na minha playlist toca ''Nothing Breaks Like a Heart", hora de aumentar o som e buscar Álvaro.

Ao chegar na porta de Álvaro, ele já está me esperando, peço que ele entre no carro, ele estava aflito, era compreensível mas tentei acalmá-lo.

— Você está muito nervoso, calma. — Eu disse.

— Calma? Como pode me pedir calma? Eu posso ter arruinado sua vida e você me pede calma. — Disse Álvaro.

— Você está mais nervoso que eu, você é assumido,eu não! Calma, eu te garanto que tudo vai ficar bem, eu sei que vai, desde que eu te conheci eu sei que tudo vai ficar. Você não me prejudicou em nada, eu precisava disso para tomar coragem e finalmente mostrar quem sou. Agora vamos esquecer isso, topa uma aventura? — Eu disse.

— Que aventura? — Disse Álvaro.

— Hoje é sábado e segunda é feriado, o que você acha de fugirmos dessa loucura toda e sair um pouco da cidade e ir para uma praia? — Eu disse.

POV. CARLOS

Eu achava que seria apenas mais um dia comum em minha vida, desde conheci minha mulher assumir que Álvaro seria meu filho independente de não ter meu sangue, quando ele se assumi gay eu lhe apoiei e desde então vivemos pacificamente e sem conflitos, compreendendo muito sobre o meio LGBTQIA+, mas confesso que a exposição de um possível romance dele com o ricaço lá me deixou aflito, aquela família tem dinheiro e pode fazer de tudo para destruir nossa família com seu poder.

Aquela aflição piorou quando recebi a visita do tal Mark, um homem frio e entojado, ele analisava cada espaço da minha casa com cara de nojo, estava pronto para quebrar a cara daquele homem, mas me contive e esperei ele falar o motivo de estar aqui.

— Eu quero saber quanto você quer. — Disse Mark.

— Do que você está falando? — Disse Carlos.

— Vou ser claro porque vocês brasileiros não tem um grau alto de inteligência. Eu quero saber quanto você quer para fazer seu enteado se afastar do meu filho. — Disse Mark pegando um talão de cheques.

AMOR PREDESTINADOWhere stories live. Discover now