CAPÍTULO V

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Vejo o homem entregar apenas um dardo para o primeiro da fila, mas logo perco a atenção naquela pessoa. Olho ao redor, no meio da multidão vejo dois dos garotos daquele estranho grupinho, o de cabelos negros e o de cabelos castanhos, eles estavam no meio da multidão, observando o torneio com expressões engraçadas. Sigo seus olhares e percebo que o terceiro, mais alto e louro, estava pouco a frente de mim, era o próximo da fila.

Repentinamente curiosa, começo a prestar atenção a tempo de ver o primeiro da fila acertar o dardo bastante distante do centro do primeiro alvo. O homem ri de forma constrangida e dá de ombros, afastando-se para se juntar aos espectadores e assistir o resto do torneio.

O estranho louro logo se posiciona e espera pacientemente o dono entregar-lhe o dardo. Uma única chance. Eu não conseguia ver seu rosto, mas por sua postura podia apostar que estava bastante confiante,

E com um único movimento, o estranho acerta no centro do alvo.

Todos batem palmas com o feito, parecendo fascinados por poderem assistir algo como aquilo. Franzo as sobrancelhas e vejo Arabella fazendo o mesmo.

- Parece que não vai ser hoje que vamos ganhar, Aria. – comenta ela para mim. – Vai ser difícil ganhar daquele ali.

Rio e dou de ombros, colocando uma das mãos nos ombros dela.

- Não sei, vamos tentar. – digo para ela, não muito confiante.

Ela me lança um sorriso pouco determinado e assente, observo o estranho se prostrar a frente do segundo alvo, perfeitamente confiante de que ganharia.

Distraio-me observando-o. Agora era capaz de observar seu belo rosto de perfil, ele olhava entediado seus rivais. Ambas as mãos nos bolsos de uma calça jeans preta que não aparentava protegê-lo muito do inverno.

Quando me dou conta, a fila já havia avançado bastante e o dono me oferecia o pequeno dardo.

- Boa sorte, senhorita. – diz ele e me lança um sorriso motivador.

Assinto e pego o dardo, observando o alvo, a distância e o peso do dardo. Não havia vento o suficiente para que fosse necessário considerá-lo também, então apenas olho mais uma vez para o centro do alvo e imito o movimento das outras pessoas.

E o dardo afunda completamente no centro do alvo.

- Mas que maravilha! Parece que a competição será acirrada este ano. – comenta o dono me olhando com satisfação. – Pode ir para a outra fila, Senhorita, se mais ninguém acertar o centro, vamos definir os três outros participantes por quem se aproximou mais. – me informa ele.

- Tudo bem. – digo, e caminho mecanicamente para atrás do louro, que havia se virado totalmente para me encarar.

- Foi um belo lance. – diz ele, olhando em meus olhos.

Olho-o por alguns segundos com o semblante neutro, e logo volto a olhar para os competidores. Arabella havia acertado bem próximo do centro, ela me dá um sorriso largo e um polegar positivo antes de ir para o outro lado da fila, esperar os outros participantes para ver quem seguiria para a próxima fase.

- Você não fala? – o louro me olha com um sorriso de canto que mostrava um pouco seus dentes brancos. – Ou sua mãe te ensinou a não falar com estranhos e levou demais ao pé da letra? – sugere ele, indicando Arabella com a cabeça.

- Ela não é minha mãe. – digo instantaneamente, como uma reação instintiva.

Ele sorri.

- Então realmente fala. – diz ele, os olhos negros queimando. – Você não é daqui, é?

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