Mentiras e Verdades

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— Nunca mais ouses falar sobre a minha filha. — Falei estapeando sua cara novamente. A mulher olhou – me incrédula.

— Como se atreves? Mardok ficará... — Tentou intimidar – me novamente, mas dei outro tapa em seu rosto dessa vez a fazendo cambalear para trás. Eu estava sanguinária, ódio incomum corroía meu sangue. Eu estava vendo vermelho. Mardok me pagaria por cada lágrima que me fez derramar. Eu iria embora daquele lugar nem que eu precisasse cavar um túnel com minhas próprias mãos ou morreria tentando.

— Queixe – se com ele então. Agora saias da minha frente. — Falei firme com uma imponência que eu normalmente não possuía, mas naquele momento se aquela mulher novamente me provocasse seria capaz de matá – la. A dor da perda e da traição rasgavam meu coração novamente.

Assim que consegui a empurrar da minha frente consegui ouvir sua risada de mau agouro nas minhas costas. Dei mais alguns passou e vomitei em um jarro ornamental que enfeitava o caminho. Minha cabeça girando. Minha vida mais uma vez sendo despedaçada por aquele homem terrível. Eu não deveria me importar com quem ele se deitava, mas eu me importava. Sentia – me traída e mais uma vez o chão saía debaixo dos meus pés. Me recompus como pude.

Andei até onde ele costumava se reunir com seus homens, o enfrentaria, descarregaria minha ira e minha dor no causador dela. Não me importava se ele era o imperador da Assíria ou um assassino cruel. Assim que cheguei ao meu destino transtornada dois guardas estavam a frente da grande e ostentosa porta para minha infelicidade.

— SAIAM. — Praticamente rosnei furiosa. Nunca havia me sentido tão violenta, essa não era eu, mas não conseguia controlar as minhas emoções e a minhas ira. Parecia que meu corpo tinha vida própria e ele resolveu entrar no modo combate que eu nem ao menos sonhava que possuía. Eu sentia – me viva e a raiva impulsionava a minha luta. Eu não morreria, hoje eu mataria. Eu não desmoronaria. Uma onda de poder misturado ao ódio tomou conta novamente do meu corpo. Eu falava e me movimentada altiva como uma rainha. Eu não desmoronaria. Eu não daria novamente o gosto de Mardok ver – me desmoronar.

— Não podemos, minha senhora. O imperador está... — Cortei a fala do soldado que parecia levemente lívido com a minha audácia.

— Saiam da minha frente agora! Preciso esclarecer algo com o assassino, vil e traidor que chamam de imperador. Agora! — Eu não tinha tempo para anúncios ou formalidades, muito menos para ser amistosa. Queria matar todos os homens, trucidar esses vermes que achavam que possuíam o poder do bem e do mal nas mãos. Eu nunca mais confiaria em um. Nunca mais me entregaria a um, preferia cortar meus pulsos e ser condenada a danação eterna a novamente deixar meu coração e destino nas mãos de um outro homem.

Trinquei meus dentes quando percebi que eles tentavam me conter sem me tocar apenas formando uma barreira. Uma raiva descomunal se apoderou ainda mais nociva no meu âmago, porque provavelmente essas eram ordens daquele maldito. De certo não queria outro homem me tocando, porque eu era sua posse, mas ele enquanto eu me iludia achando que era algo mais se esbaldava com outras mulheres! Queria tudo de mim aquele ser execrável, mas não deu – me nada em troca a não ser dor e traição. Bati com força no peito dos dois soldados sem me preocupar se os machucaria ou me machucaria no processo.

Minha Senhora, por favor, machucará suas mãos assim... — A cada palavra dita a mim de forma condescendente meu ódio atingia picos inimagináveis.

— EU JÁ FALEI! SAIAM! SAIAM! — Ouvi a voz trovejante do objeto do meu descontrole, do causador do meu ódio ordenando que deixassem – me entrar. Os soldados imediatamente se afastaram e eu empurrei a pesada porta com força, me deparando com quatro pares de olhos arregalados para mim. Encarei o imperador e foquei meu olhos nele. Alto e impassível parecendo intrigado com a minha espalhafatosa cena. De certo pensavam que eu estavas enlouquecendo e de fato poderia estar.

Da guerra ao AmorWhere stories live. Discover now