54 | Feeling of freedom

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Sabia que eu estava mentindo.

Passou a mãos pelos cabelos e olhou ao redor, depois para mim, talvez pensando em dizer algo, me dar um sermão por mentir.

- Eu vou tomar um banho, nos vemos lá em cima? - Ele sorriu, parecia muito cansado, dava para perceber pela fala dele.

- Sim, eu já vou subir.

Ele passou por mim, as chaves do carro fizeram barulho quando ele as deixou na bancada, e eu escutei ele subir a escada. Desliguei a televisão da sala e fui até a cozinha, só para comer mais cookies, refletindo sobre o fofoqueiro do Leo, mas eu não podia culpar ele, Harry era o chefe e com certeza deve ter perguntado algo, ou exigido que falassem quando percebessem algo.

Subi as escadas devagar, entrei no quarto e não era mais preciso trancar a porta, o barulho do chuveiro indicava que ainda estava lá, e eu deitei na cama para esperar, era um dia pensativo para mim, e eu só queria dormir, descansar, sem gerar discussões sobre eu não ter contado que estava com medo.

Eu fiquei observando ele sair do banheiro, com uma toalha na cintura, suspirando em alívio por estar em casa, e depois saindo do closet com o short preto de sempre, que nunca ficava no corpo porque preferia dormir sem ele.

- Então, pronta? - Ele estava secando o peito com a toalha.

- Pronta? - Franzi o cenho, e ele riu. - O que eu estou esquecendo?

- Sábado a noite. - Ele tentou, e eu neguei com a cabeça, não estava lembrando. Ele deixou a toalha pendurada no ombro. - Só um minuto.

Ele foi até o banheiro, e voltou com o cabelo menos úmido, abrindo a gaveta ao lado da cama.

- Faz algum tempo que eu não faço isso, então pode ser que não fique perfeito. - Ele mostrou o pacote transparente, com uma coisa verde dentro, e de repente eu fiquei muito apavorada.

- Comprou mesmo? Meu Deus, Harry.

- Você disse sábado a noite. - Ele deu de ombros. - Pensei que estivesse falando sério.

- Eu...eu não...sabe fazer isso? - Ele assentiu, e eu sorri, não por felicidade, mas por nervosismo. - Tudo bem, então, faça isso.

- Tem certeza? - Eu assenti, queria mesmo ver aquilo.

Sentei na cama, e ele permaneceu de pé, pegando outras coisas, eu não era tão patética, sabia o que era uma seda, maconha, eu já havia visto bem de perto, mas nunca pareceu seguro usar, Dylan usava muito na faculdade, ele dizia que era o único jeito de sobreviver, mas parou depois que casou, talvez tenha criado juízo, ou perdido mais ainda, não sei.

Ele fazia tudo com muito cuidado, a concentração dele era atraente, na verdade, tudo o que ele fazia parecia um pouco obsceno, os cabelos úmidos caindo já testa, os braços flexionados, não precisava de muito para fazer os músculos definidos aparecerem, e eu quase suspirei alto quando ele lambeu a seda olhando para mim, fechando ela em seguida, e me mostrando.

- Isso, docinho, é um baseado, e por sinal, muito bem feito. - Ele riu com ele mesmo. - Fazer isso me traz muitas lembranças, é estranho. - Ele voltou a me encarar, estava tagarelando. - Tudo bem, quer fazer primeiro?

- Não, você primeiro. - Ele assentiu.

Não era porque eu não sabia, mas eu queria realmente saber o quão excitante seria ver ele fazendo aquilo.

Ele sentou na cama, sem as cobertas, e eu sentei bem na frente dele, eu não queria perder nenhum movimento.

- Você faz isso sempre? - Ele olhou para mim, com o cigarro de erva na boca, estava prestes a acender.

Don't let me go • Harry StylesWhere stories live. Discover now