𝐉𝐎𝐏 - 𝐊𝐓𝐇+𝐉𝐍𝐊

𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏

— Uau, isso é loucura... quero dizer... você está crescida, indo para a faculdade... aqui. Isso é ótimo. — eu digo, tropeçando nas minhas próprias palavras tentando me equilibrar antes de colocar meu pé na boca e dizer algo estúpido.

— Sim, eu realmente não consigo acreditar. Mas estou feliz que esteja acontecendo, estou feliz por finalmente estar nisso sozinha. Não achei que fosse acontecer, mas acabei conseguindo uma bolsa de estudos. Os dormitórios são muito bons, a propósito, e eu gosto da minha colega de quarto.

— Isso é incrível. Estou feliz que você gostou daqui. North Woods é uma ótima escola... e o novo reitor é incrível, ouvi dizer. — Com a minha piada, ela começa a rir baixinho, o som vibrando através de mim, e eu não entendo o que isso faz comigo. Isso desperta algo dentro de mim, algo que não sentia há tanto tempo que não me lembro o que é. Empurrando esse sentimento para baixo, tento me recompor, ficando um pouco mais reto.

— Eu ouvi o mesmo. — Ela sorri. — Parabéns, a propósito, pela sua promoção.

— Obrigado e parabéns pela bolsa. — Por um momento, apenas olhamos um para o outro, nenhum de nós disse uma palavra. Me domina a estranha sensação de que ela está me acolhendo, da mesma forma, eu a estou acolhendo, com uma sensação de reminiscência.

— Bem, é melhor eu ir. Tenho que me preparar para as aulas e outras coisas. — diz Jennie, quebrando o silêncio constrangedor.

— Sim, boa sorte, e me deixe saber se você precisar de alguma coisa. — eu ofereço, mas uma parte de mim se arrepende de fazer isso. Já sei que preciso ficar longe de Jennie. Eu deveria tentar evitar ela a todo custo. Muitos sentimentos são agitados olhando para ela. Sentimentos que jurei enterrar e nunca mais desenterrar. Ela é um problema esperando para acontecer, e não estou prestes a me encontrar nesse tipo de situação, muito menos com a irmãzinha da minha namorada morta.

— Obrigada, Taehyung... quero dizer, Kim Taehyung. — ela sorri. — Até a próxima.

— Tome cuidado, Jennie. — eu digo atrás dela enquanto ela desaparece do meu escritório.

A porta se fecha atrás dela, e eu afundo de volta na minha cadeira de couro. Por que parece que acabei de ser atropelado por um ônibus? Filho da puta. Minha mandíbula dói com a tensão dentro dela. Eu nem estava ciente de que estava apertando.

Todas as paredes que construí com tanto cuidado ao meu redor nos últimos dez anos estão repentinamente rachando, deixando enormes espaços vazios para permitir a entrada de luz, areia, água e, acima de tudo, sentimentos.

Essa mulher maldita. Por que ela tem que se parecer tanto com minha alma gêmea, aquela com quem eu deveria ficar pelo resto da minha vida? É a maneira de Deus dizer foda-se? Eu tentei o meu melhor para ser um bom homem. Não, eu não tenho sido perfeito, mas estou muito perto disso. Ele mandou Jennie para mim apenas para me atormentar?

Empurrando meus dedos em meu cabelo, seguro minha cabeça em minhas mãos. Isso é uma conversa maluca e preciso calar a boca. Jennie não é Jenna. Ela não é. Fim da história.

Demoro cerca de trinta minutos para me recompor o suficiente para me levantar e, finalmente, sair da sala. A fome que senti antes há muito foi esquecida. O vazio em meu estômago foi substituído por uma variedade de sentimentos, nenhum deles bom.

Estou preocupado com o que Jennie vai agitar dentro de mim, como meu coração vai lidar com ver a sósia da minha alma gêmea andando pelo campus. Só a vi por alguns minutos e demorei meia hora para me recuperar.

Isso vai ser uma coisa recorrente? Como vai ser toda vez que a vir no campus? Eu decido que a resposta é não. Não posso deixar que ela me distraia assim.