04. Desmaio do nada, viajo ao passado e ganho um manual de sobrevivência

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Segurei um impulso para levantar os dois polegares e dizer "beleza" sarcasticamente. Se aquele era mesmo a droga de um centauro imortal que havia treinado os próprios Hércules, Perseu, Jasão e sei lá mais quem e nem ele sabia resposta para o que estava havendo, eu estava muito mais ferrada do que eu imaginava.

O centauro pigarrou e passou a mão na testa, que parecia ter ganhado novas rugas de preocupação. Passou a língua entre os lábios.

— Will, por favor, leve-a para o chalé de seu pai.

Fiz uma careta confusa e olhei o rapaz loiro. Por algum motivo, quando virei minha cabeça para olhá-lo, minha visão se encheu de pontinhos, deixando-me tonta de maneira repentina.

— S-seu pai? — Apertei os olhos, minha vista ficando mais turva ainda.

— É, Apolo. — Afirmou, um olhar perdido sobre mim. — Você tá legal?

— Eu... — Tropecei em meu próprio pé e por pouco não caí ali mesmo, Will segurou meu braço.

— Ei, o que houve? — Estalou dois dedos em minha frente. Aquele movimento pareceu acarretar em uma fraqueza ainda maior sobre meu corpo.

Não sei explicar direito, tudo o que lembro é de ter desmaiado.

[ᚠ]

Se não estiver a fim de umas maluquices sanguinárias, essa é a hora de cair fora. Não diga que eu não avisei, pois daqui para frente, é só para trás.

O sonho começou numa cela. O ambiente era precário, me pareceu muito com aquelas prisões que eu via em filmes medievais.

Eu estava bem no centro do local, ao meu lado havia uma figura encolhida no chão, uma mulher abraçando as próprias pernas, o rosto escondido e coberto por seus cabelos compridos e escuros.

Ela tremia, provavelmente por suas roupas estarem em trapos e o vento que circulava ali ser tão frio quanto podia ser.

Uma figura encapuzada se aproximou da grade da cela, ficando na frente das luzes das tochas do corredor, que queimavam em fogo verde e eram a única iluminação do lugar.

Ao ver a sombra da silhueta com a capa, a mulher levantou a cabeça. Quase caí para trás.

— M-mãe? — Sussurrei, trêmula. Ela não pareceu me ver ali.

— O que você quer? — Seu rosto, braços e pernas estavam cheios de arranhões. Tentei me mover, mas meus pés pareciam cimento.

A pessoa debaixo da capa riu. Sua gargalhada fez minha pele se arrepiar, era a coisa mais malévola que eu já ouvira.

— Não ficou sabendo quem é a mais nova recém-chegada no Acampamento? — Apesar de assustadora, a voz da pessoa era doce e suave.

A expressão de minha mãe congelou, seus olhos arregalaram, ela olhando para o nada.

Melissa. — Cochichou, ainda parada. Olhou com ódio para a outra pessoa ali. — Não ouse colocar suas mãos na minha filha.

A menina de identidade desconhecida riu.

— Não preciso ir atrás dela, Cristina. — O nome de minha mãe saiu estranho com o sotaque da outra. — Aquela bastarda virá até mim.

— Como você ousa... — A mulher levantou numa velocidade incrível e foi em direção ao pescoço da pessoa encapuzada, que deu dois passos para trás, minha mãe tentando alcançá-la com seus dedos. Eu nunca a vira assim, com um brilho estranho nos olhos, violenta.

A de capa riu mais uma vez.

— Sabia que ela já foi até reclamada? — Olhou pelas próprias unhas. — Mas é tão burra que ainda não faz ideia do que está acontecendo. — Encarou-a. — Não devia ter tentado esconder a verdade dela, Cristina.

Diário de Uma Semideusa em Crise [ᚠ] Conheça suas origensजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें