❀ defenceless ❀

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twenty-eight


Durante toda sua vida, Louise nunca desenvolveu grandes ambições ou sentiu que era algo mais que uma personagem na história da vida de sua mãe. Ela nunca havia sentido como era ser livre, respirar sem sentir um peso em seu peito, não sabia como era poder escolher seus próximos passos e muito menos que era capaz de escolhê-los.

Dois meses foi tudo que precisou para ter todas suas perspectivas mudadas, tão singelamente mas de forma tão drástica que agora ela não conseguia sequer imaginar como seria voltar a conviver com sua mãe narcisista, seu padrasto estúpido e suas crianças mal educadas. Ela não conseguia imaginar como seria passar seus dias sem a voz séria e falsamente controlada de Harry, o olhar que ele guardava só para ela todas as vezes que eram só os dois. Sim, o Sr. Styles poderia ser uma mula as vezes, mas ele nunca olhou para ela como se ela fosse incapaz. Na verdade, sempre que o verde nublados dos olhos deles cruzavam com o olhar dela, ela sentia como se tivesse o mundo inteiro na palma das mãos.

Acordar com aquela mensagem foi como ter um balde de água fria jogado pela sua cabeça, e ela logo se ocupou em levantar e fingir que nunca havia lido aquilo, não hesitando em desligar seu celular para sumir do radar.

Encontrou Harry sem blusa, fazendo o café da manhã apenas com uma calça de moletom e os cabelos molhados do banho que ele tomava sempre que acordava. Para seu azar, Harry a avistou ainda no topo da escada, então ela não pôde aparecer de repente atrás dele e assustá-lo como se acostumara a fazer de vez em quando.

O rosto do mais velho se iluminou ao vê-la, e Allen foi incapaz de segurar seu próprio sorriso quando ele parecia tão feliz. Ela parou ao seu lado, e depositou um beijinho em sua bochecha ao lhe desejar bom dia, mas seus lábios acabaram se dirigindo para os de Styles quando o mesmo segurou seu rosto e a deu vários beijinhos preguiçosos.

Aquilo foi inesperado, mas seu coração bobo não ligou para isso quando acelerou em seu peito.

Harry terminou de fritar o bacon e montou a mesa para que ambos tomassem café da manhã juntos. Louise quase não conseguia mais lembrar do homem abalado e de olhos vazios que ela avistou dias atrás, quando foi feita de refém no meio de um baile beneficente.

— O que você quer fazer hoje? Temos o dia todo livre! — ele anunciou animada, e Louise se perguntou há quanto tempo aquele homem não tinha uma folga de seu trabalho.

Se sentindo corajosa e pensando na casa de sua mãe, ela não precisou pensar muito numa resposta. — Na verdade, eu gostaria de aprender a atirar. Você sabe, auto defesa.

O olhar de Harry escureceu um pouco, e ele assentiu. — Qualquer coisa que você quiser, mas preciso que esteja bem alimentada. Se vamos treinar seu tiro, provavelmente teremos que ir um pouco mais para dentro da floresta, onde a maioria dos pássaros ficam.

A faceta da ruiva imediatamente adquiriu uma expressão indignada. — Eu não vou matar nenhum pássaro! Apenas quero aprender a atirar corretamente sem precisar machucar nenhum bichinho para isso.

Harry não pôde evitar um sorriso sobre o quão adorável ela era. — Claro, amor. Mas você ainda precisa se alimentar, okay?

Louise sorriu, o coração flutuando em seu peito. — Okay.

A floresta poderia parecer assustadora em filmes e talvez durante a noite, mas enquanto a ruiva e seu tio adentravam seu interior, a luz do sol que se infiltrava pelos galhos das árvores secas, o barulho das asas dos passarinhos que voavam e piavam em sintonia, a beleza da natureza que a circundava... Ela se sentia como uma fada!

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⏰ Última atualização: Jun 02, 2022 ⏰

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