Problemas de comportamento!

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   Ellie respira aliviada ao ver a imagem de sua mãe na sua frente, deixando as lágrimas de alegria percorrer o seu rosto. 

   — O que aconteceu, minha filha? — a mãe pergunta para a garota, enxugando as lágrimas dos olhares brilhantes dela.

   — Não é nada não mãe. — ela termina de limpar os seus olhos —  Acho que foi apenas um pesadelo que já acabou. Fiquei feliz por despertar, apenas isso.

   —  Que bom, minha filha! Hoje à noite, eu vou preparar um chá de raiz de valeriana para você dormir melhor. Ele é um ótimo calmante! — ela abriu um sorriso e se inclinou para beijar a testa da filha. — Agora ande rápido para eu poder te levar para escola, se não eu acabo me atrasando no trabalho.

   — Está bem mãe! — disse ela com um sorriso forçado, vendo a  sua mãe se levantar e sair pela porta. — Apenas mais um pesadelo inconveniente! — murmurou fechando a cara.

   Atendendo ao pedido da mãe, ellie caminha sonolenta para o banheiro, faz a sua higiene pessoal e se encara mais que o normal no espelho, enquanto escova os seus dentes. Ela analisa cada detalhe em seu rosto, querendo ter a certeza que ainda era jovem. Após isso, ela vai até o seu guarda-roupa e pega o uniforme da escola, que já havia passado na noite anterior, pendurado nas cabides. Com todo o jeitinho e rapidez que só ela conseguia fazer, em menos de 5 minutos, já estava pronta vestida o seu uniforme escolar, que por sinal, não gostava nenhum pouco dele. Não sei se ela gostava menos da gravata preta que usava por debaixo do blazer também preto, que apertava o seu pescoço parecendo que queria enforcá-la, ou a mini saia de mesma cor, que mostrava, mesmo contra a sua vontade, as suas pernas magras(não eram tão magras, apenas ellie não gostava de mostrá-las). Logo após se vestir, ela prende o seu cabelo em um rabo de cavalo, e sai de encontro com a mãe, que já a aguardava na cozinha segurando  um prato com algumas torradas e um copo de suco de uva em mãos. Tendo tomado o seu café da manhã, ela pega a sua mochila e parte rumo à escola, mesmo com os seus olhos ainda pesados pela noite mal dormida.

   Ao ser deixada na porta da escola pela sua mãe, Ellie sai correndo para chegar o quanto antes na sala de aula, já que o sinal que indicava o início das aulas, já havia tocado. Atravessando os corredores vazios, e chegando em sua sala, ela abre a porta, que já havia se fechado, e entra bruscamente, chamando a atenção de todos que assistiam, em silêncio, as lições que o professor passava no quadro negro. Com os olhos de todos focados nela, incluindo a do professor que a encarava com o olhar de aborrecimento em sua face, ela tenta ir para o seu lugar, evitando olhar diretamente para aqueles que estavam rindo dela, desviando o seu olhar para baixo, enquanto caminhava para se sentar em sua mesa, que ficava mais atrás, aos fundos, mas é interrompida pela voz que chama o seu nome.

   — Você deve ser a senhorita Helena, correto? — o professor pergunta para a garota, que afirmou com o balançar de sua cabeça em confirmação, ao se virar para ele. — Está atrasada! Não gosto que interrompam a minha aula! Espero que isso não se repita. Estamos entendidos?

   — Sim, professor! — respondeu quase não saindo a voz, ficando constrangida perante a situação. 

   — Ótimo! Agora  senta aqui na frente! — ele aponta para uma carteira vazia na frente, que ficava do lado de sua mesa. — Eu vou ficar de olho na senhorita! — ele falou após Ellie se sentar, enquanto os colegas dela riam em silêncio pela bronca que ela estava levando.

   Com o decorrer das aulas, Ellie se sentia cada vez mais  presa naquela sala. Era como se a sala mudasse de tamanho  constantemente, diminuindo cada vez mais a medida que o tempo passava. Não importava para onde ela olhasse, sempre tinha alguém de olho nela, às vezes o seu professor, outroras os seus colegas de turma. O professor a enchendo de perguntas que, claramente ela não sabia responder, a cada momento, não chegava perto do stress que era aguentar os seus colegas, que sentavam nas carteiras detrás dela, jogarem bolinhas de papel nas suas costas, ou pior, bolinhas de papel molhadas, que eram atiradas através do tubo das canetas, e molhadas através das salivas que saiam de suas bocas. Sempre que o professor virava para escrever no quadro, mais chuvas de bolinhas de papel caíam sobre a garota, e apesar da imensa vontade de revelar isso para o adulto na sala, ela se conteve, pois sabia que  tornaria as coisas bem piores do que já são, e, além disso, ela estava com medo que o professor a repreenda de novo, já que as primeiras impressões não foram as melhores.

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