20. jogo de hockey

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- Lili-a! - ela usa o apelido carinhoso que me deu, em um dado momento melancólico que estava. - Não seja boba, eu? Aprontar alguma coisa? Justo eu?? Não consigo esconder segredos nem que me paguem! Haha!

Ela sorri sozinha batendo em sua própria perna, massageando a têmpora. 

- Então existe um segredo? - levanto uma sobrancelha suspeita colocando meu indicador sobre os lábios, escuto Mina quase jogar os próprios órgãos para fora em uma engasgada preocupante. 

- Olhe só garota, você não acha que precisa voltar ao trabalho não? - suas bochechas estão vermelhas quando recupera-se rapidamente, apontando para um novo cliente que entra pela porta. - Olha só, cliente novo! Vá! Vá! 

- Isso ainda não acabou, estou de olho em você. 

Aponto para meus olhos e depois para os seus, verifico como sua garganta se contrai engolindo em seco. Quando Mina está ocultando qualquer coisa que seja, ela está sempre balançando seus pés como agora, lambendo os lábios e falando sem parar. A primeira vez que descobri sobre uma de suas mentiras é quando ligou para os pais e disse que continuava tendo aulas de piano, sendo que nunca nem mesmo havia pisado o pé em um curso para tocar instrumentos como foi prometido. Ela é como um livro aberto, posso ler a verdade através de seus gestos nervosos. Deixando tudo ainda mais acessível. 

Voltando minha atenção para o homem sentado em uma das mesas afastadas, retiro o pequeno bloco de notas do meu avental dando uma pequena espiada para Mina, que agora estava concentrada demais em sua bebida. 

- Boa noite, o senhor vai querer alguma coisa? 

- Álcool.

O Homem sentado sozinho tinha traços asiáticos, seus cabelos são negros um pouco grisalhos e seu corpo grande é todo revestido em terno preto elegante. Eu diria que pode ser um advogado importante ou um estimado empresário.

- Não. Temos café, gostaria? - forço meu melhor sorriso, observando seu sorriso cair em desagrado. 

- Forte e sem açúcar. 

- Certo. 

Sua mandíbula aperta desgostosa quando me afasto, alguém não parece lidar com a rejeição de bebidas muito bem. Ou tenha tido um péssimo dia, para aquele grife todo parar  justamente em um lugar como este. 

- O que tem com aquele ali? - Mina pergunta confusa, apontando discretamente para o incógnito. 

- Um dia ruim. - enrugo o nariz, balançando os ombros. - Hey Adam, um café puro sem açúcar por favor. 

Sorrio para meu amigo atrás do vidro, que acena rapidamente concentrado na música em seus fones de ouvido. 

- A noite vai ser longa. 

Suspiro cansada apontando para o homem estranho que tem os ombros tremendo, enquanto as mãos estão no rosto cheios de lágrimas. Eu não sei quando, mas foi apenas alguns minutos para ouvirmos seus soluços altos. Mina sorriu para mim. 

- Coloque longa nisso. 

[...]

Na manhã seguinte estou exausta, ter uma noite inteira convencendo um completo estranho de que não havia nada de errado com ele, para sua esposa o deixar, sugou toda minha pouca energia. Para tudo ficar pior, estive vagando sobre as palavras de Mina sobre meu compromisso com Jungkook, eu não poderia acreditar que estávamos apenas tendo um momento de desejo carnal. Ele disse que me ama, eu o amo tanto quanto. No entanto, a falta de confiança em nós, deixa minha cabeça cada vez mais bagunçada. 

Você sabe o que acontece com pessoas confusas? Pois é, elas ficam loucas.

Talvez seja por isso que acabei ignorando as ligações de Jungkook na noite anterior. 

Perfect OppositesWhere stories live. Discover now