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--- Onde você aprendeu a fazer isso?--- Pergunta vendo Wanda prender o bebê conforto no banco do carro.

--- Eu vi alguns vídeos na internet.--- Se vira para pegar a bebê dos braços da ruiva.--- E eu pratiquei, pratiquei muito.

--- Tô vendo...--- Arquea a sombrancelha lhe observando.--- Muito bem.

--- Eu li em um blog, que no comecinho é bom você ir atrás, com ela, até ela se acostumar.--- Prende a bebê no cinto do bebê conforto sorrindo.--- Como pode uma coisinha tão pequena ser tão linda?

--- Bom, ela herdou isso de mim...--- Dá a volta no carro para entrar pelo outro lado.--- Porque eu sou muito linda também.

--- Sim, você é muito linda.--- Responde só entrar no carro.--- Estamos prontas?

--- Acho que sim.--- Olha para a bebê ao seu lado enquanto prende o cinto de segurança ao seu corpo.

--- Ótimo, então vamos embora antes que os médicos desistam de deixar a gente levar ela.--- Murmura enquanto dá a partida no carro.--- Qual a graça?

--- Sei lá...--- Balança a cabeça rindo.--- Por que os médicos não deixariam a gente levar ela?

--- Vai saber...--- Dá de ombros a olhando pelo retrovisor.--- Vai que eles pensam que nós somos loucas que comem bebês no café da manhã.

--- Você é literalmente a pessoa mais criativa que eu conheço.--- Apoia a cabeça no banco a observando.--- Isso é estranho.

--- O que?--- Para em frente a um sinal e se vira para Natasha que morde o lábio olhando para baixo.

--- A minha barriga.--- Suspira olhando para o lado.--- Tá tão vazia.

--- A pessoinha que tinha aí dentro tá bem do seu lado.

--- Eu sei.--- Passa um dedo pela bochecha de Scarlett que abre os olhos olhando ao redor com curiosidade.--- Oi curiosa.

--- Fala pra ela que a gente tá no carro, que é seguro e que ela não precisa se preocupar.--- Murmura atraindo o olhar de Natasha enquanto volta a dirigir.

--- Sério?

--- Eu li que é bom, pra confiança.--- Fala fazendo-a sorrir.--- Ela acabou de nascer, não sabe o que tá acontecendo, a gente tem que ensinar ela direitinho.

--- Amorzinho da mamãe...--- Morde o lábio tentando não rir.--- Estamos no carro, indo pra casa, com a sua mãe, lelê da cuca, dirigindo e estamos em segurança.

--- Não precisava falar que eu sou lelé da cuca.--- Resmunga revirando os olhos.--- Assim ela vai acreditar em você.

--- Você quer que eu deixe que ela perceba sozinha?

--- Natasha...

--- Tá, parei.

(...)

--- Aqui, sua sopa.

--- Wanda, eu tive um bebê, não estou inválida.--- Resmunga vendo a mais velha pegar a colher enquanto se acomoda na cama com o prato em mãos.--- Posso me alimentar sozinha.

--- É, mas o meu outro bebê tá dormindo, então eu vou cuidar de você...--- Leva a colher até a boca de Natasha que revira os olhos.--- Isso, muito bem, você precisa ficar forte pra alimentar a mine você.

--- Mine eu?--- Pergunta rindo enquanto a maior sopra a colher com a sopa.--- Ela nem parece tanto assim comigo.

--- Não, é sua cópia.--- Olha em direção ao berço sorrindo.--- Se fosse um clone seu não seria tão parecida.

--- Boba.--- Pega o guardanapo ao lado Wanda após tomar outra colherada da sopa.

--- Eu não sou bo...

--- Família cheguei.

--- Eu vou trocar a fechadura daquela porta.--- Murmura vendo Yelena subir na cama se sentando ao lado da irmã.

--- Tá inválida?--- Pergunta olhando para Natasha.--- Quebrou um braço e não consegue comer sozinha?

--- Vai tomar conta da sua vida, Yelena.--- Resmunga entregando o prato para Natasha que ri.--- Você não tem o que fazer da vida?

--- Você sabe que tem uma pandemia global e eu não posso sair, né?--- Debocha fazendo a mais velha resmungar cruzando os braços.--- Minha única felicidade na vida é te incomodar, cunhadinha.

--- Eu só não te expulso daqui a ponta pés por respeito a sua irmã.

--- Claro, a minha irmã nunca se casaria com alguém que me agredisse, né Natasha?--- Olha para a ruiva que brincava com a sopa.--- Natasha?

--- As vezes você merece.--- Murmura fazendo-a abrir a boca indignada.

--- Que horror.--- Leva a mão ao coração se levantando.--- Eu achei que você me amava.

--- É incrível como vocês combinam até no drama.--- Murmura virando o rosto para Wanda que olhava para a loira que caminhava até o berço.

--- Se você acordar ela não vai ganhar jantar, sua maluca.

--- Eu não vou acordar ela sua doida paranóica.--- Cruza os braços revirando os olhos.--- As pessoas vivem dizendo que bebês são bonitos e fofinhos, mas ela parece tão amassada.

--- É porque ela acabou de nascer Yelena, aposto que você era igualzinha.--- Se levanta e caminha até a cunhada sob o olhar atento de Natasha.

--- Claro que não.--- Balança a cabeça se virando para Wanda.--- Eu não nasci amassada igual um papel.

--- Todas as crianças nascem assim.

--- Eu não.--- Responde dando de ombros.--- E como eu sou órfã e não tenho fotos de quando era bebê, você não pode provar, queridinha.

--- Olha aqui Yelena...

--- Chega vocês duas...--- Natasha resmunga deixando o prato de sopa na mesa de cabeceira.--- Se vão brigar, vão lá pra fora.

--- Mas Natasha...

--- Agora...--- Aponta para a porta suspirando.--- Eu quero dormir e não dá pra fazer isso com vocês duas apitando no meu ouvido.

--- Isso é sua culpa.--- Wanda resmunga olhando para Yelena antes de sair do quarto.

--- Eu tô amando essa estádia aqui irmãzinha.--- Se vira para Natasha sorrindo.

--- Some Yelena.--- Se senta com dificuldade vendo-a assentir indo em direção a porta.

--- Boa sorte aí.--- Acena antes de sair fechando a porta e Natasha suspira antes de se colocar de pé ignorando a dor que se espalha por seu corpo.

--- Achei que elas fossem te acordar.--- Se põe ao lado do berço olhando para a bebê que dormia enrolada a uma manta.--- Eu sei que quando você tava dentro da minha barriga eu disse que não ia ficar com você dormindo na cama, mas agora que você tá aqui tô lado de fora eu mudei de ideia.--- Sussurra a pegando em seus braços e sorri ao sentir o cheiro de bebê que toma conta de seu alfato.--- Eu vou ser uma boa mãe pra você, eu prometo.

PandemiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora