Cap 60 || Coisas de homens

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Obviamente eu quem dirigi da delegacia até a casa dos meus pais. Lucas ficou pentelhando o caminho inteiro, mas ele não estava em condições alguma de reclamar do jeito que eu dirijo.

Estacionei na garagem de casa e o empurrei para dentro de casa. Ele reclamava o tempo inteiro e eu queria matá-lo pois se ele continuasse assim minha mãe acordaria.

Ele subiu as escadas caindo e chegou até o meu quarto, então eu o empurrei até o banheiro e o enfiei embaixo do chuveiro gelado.

- Maria Luiza, eu tô pelado. - Ele disse.

- E por acaso a gente fez o Davi de roupa? - Questionei esfregando seu cabelo.

- Porquê eu tô lavando meu cabelo? - Ele questionou.

- Porquê eu sinto enjoo quando sinto seu cheiro. - Disse e voltei a esfregar seu cabelo.

Desde que brigamos hoje pela manhã toda vez que sinto ou até lembro do cheiro sinto vontade de vomitar.

Ele saiu do banho, colocou uma roupa e eu borrifei meu perfume nele, por mais que ele estivesse usado minhas coisas durante o banho eu continua sentindo o seu cheiro.

- Onde eu vou dormir? - Ele perguntou, sua voz não estava mais embaraçada.

- No quarto de hóspedes.

- Você me odeia tanto assim pra não me deixar dormir com você?

- Sim, odeio, mas não é só isso. Eu não estou suportando ficar perto de você. Porque seu cheiro me dá nojo. - Respondi.

- Malu, eu não fiz nada.

- Eu não quero falar com você. Vai para o seu quarto e amanhã meu pai é quem vai falar com você. - Disse abrindo a porta para ele sair do me quarto.

Ele levantou da cama ainda cambaleando e veio em minha direção. Ele ainda estava tonto, mas conseguiu sair, eu fiquei olhando da porta o caminho que ele fez até o seu quarto, ele entrou de cabeça baixa. Eu suspirei vendo ele ir.

Voltei para o meu quarto e chorei baixinho para ninguém ouvir, é meio inacreditável tudo que está acontecendo.

Eu mal consegui dormir e o dia já amanheceu, ouvi minha mãe conversando na sala e fui até ela.

- Bom dia filha. - Mamãe disse assim que me viu descendo as escadas.

- Bom dia, mãe. - Disse me aproximando.

- Eu tive a impressão que ouvi você conversando com alguém ontem a noite. - Ela me olhou confusa.

- Sim, o Lucas tá aí. - Respondi desanimada.

- Vocês se acertaram? - Ela me questionou eufórica.

- Não, ele bebeu, dirigiu e desacatou um policial. Papai me ligou para ir busca-lo. - Respondi e deitei no seu colo com dificuldade.

- Nossa, porque não me chamou para ir com você? - Ela questionou acariando meus cabelos.

- Não queria incomodar você por o pai do meu filho ser irresponsável. Já basta o transtorno que ele causou ao papai. Você acredita que ele disse que era genro do papai? - Eu disse e mamãe me olhou surpresa. - Papai disse que precisou distrair o policial para ele não querer processar o Lucas.

- Jesus, não quero nem saber como seu pai fez isso. - Mamãe disse e eu a olhei confusa, então ela fez um sinal de dinheiro com a mão.

- Sério? Isso acontece com muita frequência?

- É muito mais comum do que você pensa, mas deixa para lá. Como o Davi tá?

- Bem, mãe. Mas acho que tão cedo ele não sai daqui de dentro, depois de tantas emoções na noite de ontem ele está quietinho agora.

Mamãe ficou me contando coisas sobre gravidez e logo tomamos café da manhã juntas. Meu pai chegou e foi direto ao banho, ele sequer perguntou pelo Lucas, mas pela cara ainda estava muito bravo.

Lucas apareceu na sala depois de muito tempo com a cara péssima e reclamando de dor de estômago, mamãe pediu para Carla preparar algo para ele, eu evitava o contato visual.

Meu pai apareceu na sala e chamou o Lucas para conversar no seu escritório, não posso mentir, fiquei muito nervosa. Por mais que eu quisesse que meu pai desse um tiro nele, eu ainda ficava aflita em pensar sobre o que estavam conversando, se eu não tivesse com esse barrigão com certeza eu tentaria ouvir atrás da porta.

Eu voltei para o meu quarto para poder me deitar eu sinto muitas dores nas costas quando fico sentada.

- Posso entrar? - Lucas diz entrando no meu quarto.

- Já está entrando, né? Mas não chega perto porque eu ainda tô com nojo de você.

- Eu só vim pedir desculpas.

- Pelo que exatamente? - O questionei de braços cruzados.

- Por ter feito você me buscar na delegacia, por usar o nome do seu pai para me livrar de uma situação que o único responsável fui eu... - Ele diz e fica me olhando.

- Só isso?

- Eu não vou pedir desculpas por algo que não fiz. - Ele diz e eu reviro os olhos. - Eu tenho que ir agora.

- Espera aí. O quê você e meu pai conversaram?

- Coisas de homem, Maria Luiza. - Ele disse e eu fiquei o olhando. - Bom, eu preciso ir. Tchau. Qualquer coisa que acontecer com o Davi você me diz.

Ele sai e fecha a porta, nesse momento uma tristeza muito grande me cobre e eu sinto vontade de chorar. Parece que terminamos mesmo.

Idiota - T3ddyWhere stories live. Discover now